sábado, 30 de outubro de 2010

AMANHÃ, A LUTA DAS MULHERES DESDE A DÉCADA DE 60 PODE SER RECOMPENSADA

Esther Lucio Bittencourt

Carla Bruni-Sarkozy, primei- ra-dama da França afirma que tem consciência que é “apenas a cereja do bolo, mas que faz o possível para ser uma ótima cereja”. Triste metáfora; neste momento a mulher se coloca apenas como objeto de enfeite. O mundo realmente mudou e, para pior. A cada avanço social somos punidos por retrocessos. Parece-me que este é o destino da humanidade. Não gostaria de acreditar nisso, mas vendo o mundo de hoje, como seres humanos – mulheres e homens se comportam – e me reportando a um passado de cerca de 40, 50 anos, quando se lutava por uma independência em todos os níveis: social, econômica, feminina, sexual, política; vejo que apenas vingou – nem digo a liberdade, mas o destempero sexual onde as pessoas se perdem do seu próprio eu e mergulham na futilidade.

Tenho a impressão que hoje o Brasil caminha na contramão desse vazio de objetivos, perspectivas e alma. De repente, sinto a energia e a alegria das décadas de 60 e 70, quando nós mulheres começamos a descobrir o nosso corpo e a nossa voz e, mesmo sabendo que as referências históricas não são preservadas na memória dos jovens de hoje, memória que pode ser recuperada numa sala de aula, no estudo, na internet, nos livros, com boas exceções, aos 68 anos hoje eu me sinto como se eu tivesse os meus 20 - 30 e poucos. O mesmo sangue de entusiasmo que corriam em minhas veias permanecem hoje.

Pela primeira vez na história do Brasil, uma mulher tem sérias condições de ocupar a presidência dessa Nação. Bastaria este fato para concluir que o País não teme cometer o mesmo engano dos Estados Unidos (EUA), onde liberais e democratas impediram por vários motivos a ascenção de Hillary Clinton ao poder em detrimento de Barack Obama, atual presidente dos EUA, que hoje enfrenta uma enorme rejeição popular em vias de perder a sua pouca governabilidade caso se concretize as eleições durante essas semanas de republicanos para o Poder Legislativo.

Dilma Rousseff, esta senhora de 62 anos, que teve um neto recentemente, ascende nas mulheres o prazer do feminino. A alegria da certeza de que hoje superamos a escravidão; e mesmo com pouco reconhecimento, menores salários que os homens, menos respeitadas do que eles, podemos aspirar a dignidade máxima de praticar o voto não só político partidário num projeto que provou ser consistente no Brasil, mas a cumplicidade de estar votando em uma outra mulher – que como nós viveu a década de 60 e batalhou para que esse sonho se concretizasse.

Hoje, esperando o amanhã, 31 de outubro de 2010 – e eu sei que esta crônica já está datada – eu lembro de Carmen da Silva, que através dos seus artigos na revista Cláudia, iniciou na ocasião a tomada de consciência da mulher como ser humano capaz de conduzir o seu destino.

Lembro de Carmen na Cinelândia, no Rio de Janeiro, e tantas outras mulheres numa passeata na luta de seus direitos, vestindo camisolas, exibindo seus sutiãs, rasgando anáguas, provando que as mulheres não eram apenas mães, mantenedoras, mas principalmente, as que organizavam o destino da humanidade.

Dilma Roussef é desse tempo. Ela afirma que quando uma mulher se zanga o assunto é resolvido em definitivo. Ela não tem medo de enfrentar o câncer linfático, caminhar com o pé quebrado, falar com a voz cansada e rouca sobre seus projetos para o país, responder as perguntas dos jornalistas, cercada por eles, sem ter medo de qualquer abordagem, segurar seu neto recém-nascido ao colo, ter um gestual incisivo ao afirmar suas convicções e, ao mesmo tempo, exibir sua fragilidade de ser humano. É uma lutadora.

Luta contra doença, por seus ideais e para manter um país numa rota de sucesso iniciada no governo Lula.

Nesse momento em que o padrão feminino de beleza é magreza, é bem vestir, o estar ao lado de um homem de sucesso significa status, quando a roda do mundo girou ao inverso do que foi proposto a 40, 50 anos, o Brasil perpetuou sua ambição de ser único e obedecer a um ideal que foi traçado pot toda uma geração – da qual, querido(a) leitor(a), você é filho(a) ou neto(a).

Amanhã à noite, estarei vendo pela TV o resultado desta eleição que, espero, cumpra a promessa da luta que foi travada por nós mulheres na busca do auto-respeito e auto-conhecimento.

Não estou pedindo a ninguém que vote em fulano ou beltrano. Falo da minha emoção e admiração por uma mulher que vencendo o câncer linfático, assim como Susan Sontag venceu seu câncer de mama desmitificando o peso da doença que funciona até hoje como estigma que não pode ser superado, sentirei profundamente a falta de Carmen da Silva, com quem andei na Cinelândia no dia de luta pelos valores femininos.

Não sei se hoje ela votaria em um ou outro candidato. Naquela época não havia PT, não havia PSDB. O ideal não estava embutido em questões partidárias. Mas sim, na necessidade de provar-se como capaz de superar qualquer desafio por mais difícil que fosse ele definido, pertencente ao mundo masculino.

Às barrigas quentes do fogão, aos ventres molhados da água do tanque, às cabeças que carregaram trouxas, as mãos que cozinharam para sustentar maridos e filhos, a estas pessoas que na realidade forjaram o mundo que se tinha prazer e orgulho em viver e pelas quais se exigiu direitos iguais, pertencem o dia de amanhã. Seja na vitória ou na derrota de Dilma Rousseff, porque ninguém será capaz de tirar o sabor de vermos uma mulher com qualidade e com todos os requisitos necessários para dirigir uma nação.

E se houver vitória de Dilma, a estas mulheres mortas ou vivas pertencem este momento. Porque se eu hoje estou aqui escrevendo sobre isso, se a Ana Laura Diniz pode dirigir o Jornal Primeira Fonte, se a Fal Azevedo pode postar seu artigo na terça-feira, se a Telinha Cavalcanti divide uma receita de sua mãe, se a Deda Amorim resenhou sobre o livro que lhe agradou, Bartleby e companhia, é somente porque nossos antepassados serviram o ajantarado de domingo, cultivaram a família, curaram nossos ferimentos, ouviram os homens da casa e atenderam as suas necessidades formando a estrutura econômica e social que hoje conhecemos.

Um dia, tenho certeza, que algumas dessas moças que hoje desejam ter um homem como status ou a beleza como paradigma, amanhã desejarão ter cultura e conhecimento para levar adiante o projeto de uma nação.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

QUITANDA DA VIDA

Por Telinha Cavalcanti

Minha primeira lembrança, salvo engano, é de uma compoteira de doce de morango brilhando no sol. Eu devia ter menos de cinco anos, com certeza. Morava numa casa no alto duma ladeira. Minha mãe plantava morangos, colheu e fez o doce: morango, água, açúcar. Eu lembro do brilho do sol na calda vermelha do doce.

Desde bebê a comida me acompanha, muito além do peito da minha mãe. Nasci bem, fiquei doente, quase morri. Levaram-me a todos os pediatras que puderam, até a neurologista, no Recife de 1970. Vomitei papinha recém-feita pelo médico famoso, que disse que mamãe não sabia me alimentar: desde então já sabia vingar os meus. Sarei e cresci, aqui estou, devido, com certeza, à luta da minha família em me manter, ao batismo às pressas que me salvou de morrer pagã, às promessas aos santos e às inúmeras mães de leite que meu pai e minha tia arregimentaram nos canaviais de catende: trocava-se, então, o leite de peito por uma lata de leite ninho pros filhos das mulheres de mãos cheias de calos que me salvaram a vida.

Então, desde cedo, comida e doce me guiaram os caminhos. Mamãe com suas receitas célebres, repetidas com a pontualidade dos dias santos: peixe, leite de coco e bredo na páscoa, comida de milho no são joão, peru e sarrabulho no natal, cozidos, bobós, churrascos, feijoadas e sorvetes caseiros quando desse na telha do meu pai.

Meu pai, que um dia adoeceu e fez com que ela parasse de cozinhar muitas de suas comidas preferidas. Das minhas comidas preferidas.

De todas essas, uma eu sei fazer. E trago, para vocês, uma receita tradicional pernambucana, com o toque da minha família. Sim, porque esta é daquelas receitas das quais todo mundo tem sua versão - e todo mundo jura que a sua é a melhor.

DELÍCIA DE ABACAXI

Ingredientes:
  • 1 abacaxi maduro, do ácido
  • 1 lata de leite moça
  • 1 lata de creme de leite (não vale a caixinha, tem que ser lata)
  • Açúcar
  • Leite
  • 4 ovos
1) doce de abacaxi
  • 2 xícaras de açúcar (ou mais, ou menos, confome seu gosto)
  • 1 abacaxi cortado em pedaços pequenos
  • Levar ao fogo até fazer calda rala e o abacaxi ficar vidrado.
2) creme
  • 1 lata de leite moça
  • A mesma medida de leite
  • 4 gemas
  • 2 colheres de sopa de maisena
  • Dissolva a maisena no leite
  • Misturar tudo, levar ao fogo até ficar um creme tipo um mingau ralo. Se empelotar, passar numa peneira antes de juntar ao doce.
3) cobertura
  • 4 claras
  • 4 colheres de sopa de açúcar
  • Creme de leite geladíssimo sem soro
  • Bate as claras em neve. Junta o açúcar. Aos poucos, colocar o creme de leite. Vai ficar líquido, mas é assim que funciona.
4) montar a delícia
  • primeira camada, doce de abacaxi
  • segunda camada, creme
  • terceira, a cobertura
  • levar ao congelador. Em 4 horas tá bom. Virando à noite fica perfeito.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

ACORDOS INTERNACIONAIS DO GOVERNO LULA ENFATIZAM CONHECIMENTO E TECNOLOGIA

Por Esther Lucio Bittencourt

“Somos pobres mas podemos compartilhar o pouco que nos sobra em algumas áreas de conhecimento e tecnologia, em acordos internacionais, principalmente com países menos desenvolvidos do que o Brasil”, é o que a professora de Ciências Políticas, Simone Diniz, da Universidade Federal de São Carlos, falará hoje no Panorama de Política Externa no Governo Lula no fórum “Instituições Políticas sob o Governo Lula”, no 34º Encontro Anual da Anpocs, que irá até o dia 29 deste mês, em Caxambu/MG.

Ela mapeará os acordos de cooperação internacional que o Governo Lula negociou com outros países, quais os tipos de cooperação privilegiados e constatou que as cooperações mais próximas são com os países da Ásia, do Oriente Médio e da América Latina. Afirma Simone que esta é uma das tônicas, uma das faces do Governo Lula na cooperação internacional.

“E há gradações cooperativas. Que tipo de conteúdo mais substantivos destes acordos foram negociados? Por exemplo; há uma preocupação bastante significativa com atividades ilícitas, principalmente nas fronteiras, tráfico de drogas, tráfico de armas...; há um intercâmbio bastante acentuado no que diz respeito às questões penais - uma preocupação em firmar acordos com outros países, principalmente com nossos vizinhos, de cooperação jurídica, na área penal, - tem muita coisa relacionada à extradição - mas há preocupação bastante significativa com questões ambientais...

Por exemplo, com o Perú, há um número importante de acordos para questões voltadas para o Meio Ambiente, como o de manutenção da floresta Amazônica...
Enfim, é uma política externa, no que diz respeito à cooperação, bastante ativa, tentando enfrentar temas importantes com a preocupação de ajudar países menos desenvolvidos...”.


ACORDOS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Informa a professora Simone Diniz que o Brasil está em condições de ajudar a países menos desenvolvidos porque ele tem diferentes gradações de desenvolvimento.

“E, de fato, o Brasil... talvez não possamos generalizar para todo o país, mas a gente tem polos de desenvolvimento muito importantes. Você pode questionar se temos recursos suficientes para ajudar financeiramente, mas a cooperação não precisa ser necessariamente financeira.

Por exemplo, são firmados muitos acordos internacionais de parcerias para troca de tecnologia, de informações, treinamento de pessoal capacitado e para muito coisa nós temos know-how.

Na área educacional, há parcerias significativas; na área cultural, de co-produção de cinema, de mídia com instrumental mais tecnológico...  então, acho que nós somos pobres, mas podemos compartilhar o pouco que nos sobra em algumas áreas.”


ACORDO COM O IRÃ

“Não falarei deste assunto especificamente, porque não trato de países individualmente. A minha preocupação é muito mais fazer um mapeamento no que diz respeito a regiões.

No entanto, a questão energética que aparece no Irã, ocorre com outros países também. De uma forma geral, o Irã chamou muito mais atenção por conta do próprio fato de ser o Irã. Nós temos acordo de cooperação de energia nuclear, por exemplo, com países como Polônia... A nossa Constituição ela já explicita que tecnologia nuclear só deve ser utilizada para fins pacíficos. Isto está na nossa Carta Constitucional.
Na verdade, apareceu muito na mídia a questão do Irã, por outros motivos, mas o Brasil tem uma prática de fazer parcerias em troca de informações, troca de conhecimento, troca de know-how, e, no que diz respeito à questão nuclear com muitos outros países.

Há inúmeros países que não têm recursos suficientes para gerar energia, que não podem ter uma hidroelétrica... então, em muitos casos, a energia nuclear é necessária. Talvez não seja tanto o caso do Brasil, mas para outras nações ela é muito importante, principalmente para o próprio desenvolvimento”, finaliza Simone.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

UMA PEQUENA HISTÓRIA DO "NÃO"

Por Dade Amorim

Enrique Vila-Matas. Bartleby e companhia. Trad. Maria Carolina de Araújo e Josely Vianna Baptista. São Paulo: Cosac Naify, 2004.

Partindo de “Bartleby, o escrivão”, conto de Herman Melville, o autor fala de nomes menos ou mais famosos de todo o mundo, que sucumbiram ao que ele chama síndrome de Bartleby. Não o faz porém em um texto corrido, mas sob a forma de notas, que hipoteticamente pertenceriam a trabalhos sobre esses autores. Em todas essas notas, o espanhol Vila-Matas discorre sobre as razões que teriam levado tais autores a desistir ou renegar a literatura ou algum tipo de arte, depois de haver produzido uma obra promissora.

O próprio autor das notas, um personagem fictício, seria ele mesmo um adepto da literatura do Não. Seu texto, fragmentário e fissurado, compõe uma imagem física da hesitação e do desalento que levaram esses autores à desistência e à pura contemplação. Assim como acontece com Bartleby, eles parecem repetir “preferiria não o fazer”, quando por exemplo Kafka, em um domingo chuvoso de julho, “sente-se invadido por uma total paralisisa de escrita e passa o dia olhando fixamente para seus dedos, presa da síndrome de Bartleby”.  Ou quando, com a Segunda Guerra Mundial, “a linguagem ficou também mutilada, e Paul Celan pôde apenas remexer uma ferida iletrada, em tempos de silêncio e destruição”.

O “espanhol velho e corcunda” inventado por Vila-Matas para escrever esse livro sui-generis – e delicioso – tem uma longa nota sobre Jerome David Salinger, que deixou de escrever depois de publicar quatro livros “tão deslumbrantes quanto famosíssimos”. Comenta ainda o artigo de Borges a respeito de seu conterrâneo, o poeta Enrique Banchs, também autor de quatro livros – inclusive o famoso La Urna – publicados no início do século XX, após os quais silenciou durante 57 anos, até sua morte em 1968.

Até um dos heterônimos de Pessoa, o suicida barão de Teive, autor de um breve e único livro, A educação do estóico, “fala dos livros que teria escrito, não fosse o fato de ter preferido não escrevê-los”.  O barão se matou, e para isso parece ter contribuído “a descoberta de que até Leopardi (...) estava impossibilidado para a arte superior.” E pior, Leopardi fora capaz de escrever uma bobagem como “sou tímido com as mulheres; logo, Deus não existe”.  Para o barão, isso provava que, em matéria de arte, “não havia nada a fazer, apenas reconhecer uma possível aristocracia da alma”. Ou talvez tenha pensado: “somos tímidos com as mulheres. Deus existe, mas Cristo não tinha biblioteca, nunca chegamos a nada, mas ao menos alguém inventou a dignidade”.

domingo, 24 de outubro de 2010

ANPOCS INOVA E INTERAGE COM A POPULAÇÃO DE CAXAMBU

Por Ana Laura Diniz

O 34º encontro anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) propiciará à cidade de Caxambu/MG, a partir de amanhã, mais que a sua tradicional reunião de estudiosos e pesquisadores, mas também a chance de a população local e vizinha interagir com o evento. Isso porque até o dia 28 de outubro, a Anpocs promove uma série de atividades paralelas, o TEM - Circuito de Ciência e Tecnologia, que contará com 12 estações espalhadas pelo município de Caxambu, nas quais serão apresentados filmes, debates e exposições sobre as principais áreas do conhecimento, englobando as ciências sociais, exatas, humanas e biológicas.

Em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e com apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o TEM é aberto ao público em geral, primando por alunos e professores da rede pública municipal e estadual de ensino da cidade e região. "Que valha o intercâmbio, uma vez que contemplamos a pluralidade de perspectivas intelectuais e políticas em curso na vida brasileira. Promovemos um espaço para autorreflexão e um importante canal de articulação e de comunicação com a sociedade, a partir do tratamento de temas e questões que afetam o cotidiano da maioria dos brasileiros", diz Maria Alice Rezende de Carvalho, presidente da associação.

Já a Anpocs, que segue até o dia 29 de outubro, reunirá cerca de mil e quinhentos participantes brasileiros este ano, além de convidados estrangeiros, cientistas sociais, historiadores e cientistas políticos de renome como Pierre Rosanvallon. Entre os temas que serão tratados destacam-se democracia no século XXI; balanço da era Lula; justiça, desigualdade e transição; drogas e a sociedade contemporânea; e pesquisa social em áreas e situações de conflito e tragédia.

POIS É...


Ó nóis aqui... o tempo remanxeia com a gente, faz e desfaz, mas burlamos o tempo, as chamadas fatalidades, e ó o PRIMEIRA FONTE (Pêéfe) com a gente tudo aqui! Parece até macumba, mau olhado, ziquizira, sei lá. É começar, e perder tudo. Quem lembra daquele provedor norte-americano que perdeu o nosso banco de dados na mudança de Nova Iorque para Ohio? E óia que recomendamos fazer backup...

Pode até botar fogo no planeta que a gente volta. Tem a Fal Azevedo, o Conrado Falbo, a Manoela Garcia, a Telinha Cavalcanti.

Ana Laura Diniz, the boss, não desiste. Vai em seca e meca catar as soluções e, desta vez, além do site, reverbera a blogosfera. Resolveu assim o problema de decorar o bolo, fazer a shape... e junto com a gente faz a massa. 


Permanecemos insanos. Doamos o tempo, a crítica, os neurônios, o humor... APENAS pelo ideal de uma imprensa livre, inteligente, ética e competente. Porque todo mundo aqui trabalha de graça. E com prazer. Somamos colunas, entrevistas, comentários, reportagens especiais, receitas de pão. Falamos da vida e da morte.   


E eu, bem... esta que vos fala, Esther, espero o minuto final para conversar com o papel. O que faço agora.

Pois é... o PRIMEIRA FONTE revolta (do verbo voltar) e se é possível melhorar, isto é certo que fizemos. As pancadas apuram o sabor da carne, né mesmo? Conosco sublimam o texto.

Domingo, 24 de outubro de 2010, estamos no ar, em roupa de gala. Quem viver, verá.


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Esther Lucio Bittencourt
Diretora de Redação do Jornal Primeira Fonte. 
É também escritora, blogueira e poeta.