quinta-feira, 10 de março de 2011

TODO CARNAVAL TEM SEU FIM

Por Má Pais
cineasta e carioca da gema

Crédito da imagem: Claudio Luiz
Já diziam os hermanos Los Hermanos: todo carnaval tem seu fim. Mas vou dizer uma coisa, é impressionante como parece ser um sofrimento infindável!

Quanto barulho, quanta gente. Talvez eu esteja estressada demais, chata demais, velha demais. A questão é que eu já não podia aguentar gritos, buzinas e marchinhas... as malditas marchinhas! O passado... sempre o passado.

Brasil: o país museu.

Foram dias nos quais eu olhava para as pessoas e tinha vontade de perguntar a elas:

- Ei, você lembra do salário que você ganha?
ou:
-Você ainda lembra o que é ter um salário, ou já se acostumou à vida de desempregado?


Essa máscara de alegria imposta pelos dias de folia me assusta e me agride. Não me diverti esse ano. Acho que fiquei mais azeda.


Ou talvez seja um trauma de infância. É... isso mesmo.



É que certa vez, quando eu tinha certa idade, não me lembro com exatidão, eu queria desfilar de odalisca, ou algo do tipo, mas mamãe, sabe-se Deus o motivo, me fez sair de melindrosa... uma fantasia branca, cheia de franjas, horrorooooosa! Quase sequei de tanto chorar.


Isso por que eu não sabia que deveria ter guardado minhas lágrimas para dores muito maiores do que aquela que senti. Fantasias a gente arranca do corpo. Marcas, nem sempre.



Agora, é hora da máscara sair de cena,  retirar a maquiagem do rosto e ter a coragem de enfrentar o ano que, finalmente, começou!

Feliz Ano Novo!

"Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz".