Azulejos da coleção de Ruth Couto(foto Vilma Goulart)
O grupo se desfez, mas vez ou outra nos encontrávamos na rua. Até que eu propus à ela e a uma outra ex-colega de caminhadas que retomássemos as nossas andanças. E foi, então, que reatamos o contato.
Durante as nossas andanças a gente bate muito papo e foi assim que fiquei sabendo das coleções da Ruth. Como ela viu que eu achei bacana, ela me convidou a ir à casa dela na semana passada, quando fiz as fotos.
Assim Vilma Goulart nos introduz na arte dos azulejos e na fascinante história de Ruth W. do Couto, aposentada, 81 anos e que mora no Rio de Janeiro.
Ruth conta onde se encontravam os primeiros azulejos: "No Egito se encontravam azulejos, mas bem mais grossos do que os que conhecemos.
Na Ásia, na Turquia, nos países mulçumanos, tinha uma infinidade de azulejos, e eles eram usados para decorar a parte de dentro e de fora das casas.
Em Portugal também havia muitos azulejos, de origem árabe."
COMO TUDO COMEÇOU
"Uma tia minha me levou na casa de um antiquário que colecionava azulejos, que tinha uma parede inteira com eles e foi assim que eu me apaixonei, porque achei as peças lindas.
Comecei comprando na Praça XV, no centro cidade, onde todo sábado acontece uma feira de antiguidades e badulaques. Um azulejo que me marcou especialmente foi um de faiança (lisos, sem relevo) com pássaros.
Eu coleciono desde 87 e tenho mais de 600 azulejos de demolição. A maior parte destes azulejos que nós, colecionadores, compramos, vinham da Europa como lastro de navio.
O que importa na coleção de azulejos é a variedade."
Ruth tem azulejos ingleses, alemães, belgas, holandeses, portuguesas e um tcheco, conta Vilma. Ela já participou de vários encontros de colecionadores, sendo quatro deles fora do país, na Alemanha. Este mês ela foi para Alemanha, ficar um tempo com o filho que mora lá.
Mais azulejos da coleção da Ruth -Foto de Vilma Goulart
Quando pedi que Vilma a entrevistasse ela explicou :" Esther, eu só não vou me comprometer de escrever uma matéria porque ando meio atolada (rss), mas te envio as respostas, pode ser? Ela pegou um vírus chato e está com dor de garganta, mas devo estar com ela em breve (andamos às 3as e 5as), daí faço as perguntas e te envio as respostas, tá?"
Em breve a resposta: "Eu tardo, mas não falho, viu?"
E está aí a coleção de Dona Ruth e esta maravilhosa arte: a dos azulejos.
EXPOSIÇÃO PERMANENTE Ocupando vários espaços das antigas alas conventuais do edifício, a exposição permanente do MNAz- Museu Nacional do Azulejo, documenta a história do azulejo em Portugal desde o século XVI à actualidade. Em estreita ligação com o património azulejar apresentado são integrados no discurso expositivo outros objectos de cerâmica pertencentes às colecções do museu. A exposição permanente integra ainda a igreja, o coro, a capela de Santo António e a capela da Rainha D. Leonor.
Mosaico bizantino, c 547, Ravenna, Itália.
O brasileiro Candido Portinari trabalhou vários painéis em azulejo e " entre 1936 e 1945 realizou vários murais sobre os ciclos econômicos brasileiros e painéis de azulejos no recém construído edifício do Ministério da Educação no Rio de Janeiro. Estes trabalhos representaram um marco na evolução da arte de Portinari, reafirmando-se sua escolha pela temática social. Em 1939, realizou três painéis para o pavilhão brasileiro na Exposição Internacional de Nova Iorque. No ano seguinte participou de uma mostra de arte latino americana no Riverside Museum de Nova Iorque e expôs no Instituto de Artes de Detroit e no Museu de Arte Moderna em Nova Iorque. Após tal exposição foi convidado para pintar murais na Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso em Washington, fixando temas da história latino americana. Em 1943, de volta ao Brasil, realizou oito painéis conhecidos como Série Bíblica, onde deixou visível a influência da obra de Picasso "Guernica". " fonte Maria Isabel Moura Nascimento/UEPG
Painel de Cândido Portinari no Palácio Gustavo Capanema, Antigo MEC, Rio de Janeiro-RJ
Fonte consultada:
A
construção do Ministério da Educação e SaúdeAutores:
Mauricio Lissovsky e Paulo Sergio Moraes de Sá
Ministério da Cultura-IPHAN
Até os dias de hoje a arte de trabalhar com azulejos em painéis permanece. Abaixo um exemplo:
Painéis de Azulejos de Cláudio Pastro no
Santuário Nacional de Nossa Senhora da Aparecida.
Padroeira do Brasil
Aparecida-SP (fonte Google)