quarta-feira, 11 de abril de 2012

LANTERNA MÁGICA : HUGO CABRET E O CAVALO DE TURIM

Por Esther Lucio Bittencourt

Cena de Hugo Cabret


Não creio que os dois filmes tenham algo em comum, mas são parecidos. Não sei se pelo requinte de cada frame ou por um estado de solidão aceita como definitiva pelos personagens.









Li o livro "A invenção de Hugo Cabret" e acreditei que não iria gostar do filme, como acontece normalmente. Ledo engano. O filme canta a sétima arte e, para mim, seria o candidato perfeito ao Oscar. Mas quem ganhou foi o "Artista" que conta Hollywood na passagem do filme mudo para o falado. A história é de um clichê irreparável. E apenas um cão, o grande astro, consegue fazer do filme alguma coisa passível de ser palatável
Mostra, nesta mudança,  a debacle de um ator que , na minha modesta opinião é e sempre será um canastrão.

Dizem que Hugo canta o cinema francês. Discordo. Só porque ele foi criado pelos irmãos Lumiére que não acreditavam no sucesso do cinema? É o que conta o livro e o filme.

Primeiro filme dos irmãos Lumiére.


Aí chega a história até Georges Melliés que era mágico e resolveu ser cineasta e fez o filme, antigamente não havia a classificação de curtas, Viagem a Lua, sonhada por tantos ficcionistas como Julio Verne e H,G, Wells.




Scorcese que ama o cinema não poderia deixar de cantar seu maior hino: a história de como tudo começou.
Nisto ele parece com Coppola que recuperou Napoleón, do cineasta Abel Gance, para exibição. Lembro que ele foi projetado em 4 telões,colocados em forma de arena, no Estádio Caio Martins, em Niterói, numa promoção da Universidade Federal Fluminense e da Prefeitura Municipal. A orquestra sinfônica da Uff fazia a trilha sonora. Inesquecível.
o historiador e preservacionista inglês Kevin Browlow percorreu 25 anos de sua vida em busca dos negativos, pedaço por pedaço, do Nepoléon do cineasta francês Abel Gance, lançado em 1927.
E parece que tudo começou. realmente, na França.

Bem, como pelo menos uma vez por semana revejo "O Cavalo de Turim", pois ele me toma as fibras por inteiro, acho melhor nem falar sobre ele. Pedirei ao Egídio La Pasta Jr, que converse comigo sobre o filme, (na realidade esta é a coluna dele, a Lanterna Mágica com que Proust Brincava todas as noites, enquanto as festas rolavam em salões de sua casa. Hoje, estou aqui de metidismo puro) Então , o Cavalo fica para a próxima. Mas abaixo do Abel Gance tem um trailer dele, cedido gentilmente pelo youtube. Bela Tarr é muito bom, né mesmo? Inté...





PS- Reparem como as cenas externas de Hugo Cabret são quase todas em tom sépia, como se reportasse a um mundo indefinido para ele, Hugo, que olha das frestas dos ponteiros dos relógios a vida no seu cotidiano.