quarta-feira, 4 de maio de 2011
HELLO DOLLY!
FELIZES E INFELIZES PARA SEMPRE
Por Dorothy Coutinho
Londres ainda está em festa! O casamento de William filho da Lady Di e de Charles – o pai, mais velho e corno, aconteceu e continuará acontecendo. Há pouco menos de um ano atrás o noivado foi anunciado, ocasião em que o pequeno príncipe, acompanhado daquele gesto muito fofo estampado na mídia, presenteou a Kate com o anel de sua falecida mãe. Anel que a generosa e beneficente Lady Di dava para muita gente. Deu para o sargento, deu para o jardineiro, deu para o Dodi AL-Fayed – dono do Habib’s das esfihas -, deu para o rapaz da BBC, deu pra todo mundo. Ao ser coroado com um par de chifres, o Príncipe Charles ficou tão injuriado que se separou da princesa pra casar com um dragão famoso de nome Camila Parker, o Monstro de Loch Ness.
A futura rainha, a plebéia Catherine - Lady Kate, não será apenas a primeira filha do povo candidata a coroa inglesa em 350 anos. Mas Kate será a primeira rainha com curso superior – é formada em História da Arte. Será a primeira rainha filha de uma aeromoça e de um despachante de vôo que trabalharam para encher a geladeira, e a primeira rainha neta de carpinteiro, bisneta de estucador, descendente de mineiros de carvão, gente que morria de doenças pulmonares.
Enquanto Lady Di saiu da destrambelhada aristocracia inglesa (dizem que seu pai entrou com ela na catedral de Saint Paul inteiramente chapado), Kate vem de uma família da classe média, do andar de baixo, com mulheres fortes. Sua bisavó enviuvou aos 39 anos, ficou na miséria, bebeu tudo a que tinha direito, mas educou direito os filhos. A avó batalhou para tirar a família da periferia de Londres, colocou a filha numa escola privada, e morreu em 2006 sabendo que a neta namorava o futuro rei da Inglaterra. A mãe de Kate montou em casa uma empresa para abastecer festas infantis e hoje é milionária. Finalmente, uma celebridade que merece atenção.
A Boda Real para os ingleses é como o desfile das Escolas de samba no Brasil: os enormes cortejos, as carruagens, a pompa, a circunstância, o luxo, o esplendor da nobreza dos palácios suntuosos e o desperdício do dinheiro público. A única diferença é que por lá, nas festas monárquicas principalmente, a gente não consegue ver nenhum “negão básico”. Daria um colorido especial! O jogador Beckham chegou a ser convidado para ser um dos padrinhos e o cantor Elton John para ser a madrinha. Ambos declinaram do convite real.
Diana não se adaptou à monarquia, já Grace Kelly viveu como Princesa de Mônaco por 27 anos, até falecer num acidente. Foram felizes aqueles que mantiveram seus casamentos por mais tempo? Vá saber. A vida dessa gente está na vitrine e não é nada fácil construir uma relação tendo qualquer cotidiano. Mais difícil ainda para um cotidiano muitas vezes frenético. O amor precisa de dedicação. Não há nada de errado com a vida dos outros. Nem nada de muito certo. Não há uma regra que valha para todos os dentistas, veterinários ou príncipes. Uma pequena alteração na frase - “e foram felizes para sempre” - para “E FORAM FELIZES E INFELIZES PARA SEMPRE”, talvez seja mais real.
Casamento de Charles e Diana. A cena do balcão.
(foto google)
Casamento de Grace Kelly
(foto Google)
Casamento de Willian e Kate
(foto Google)