Arte de Egídio La Pasta Jr.
Alguns encaram como um ano morno, sem favoritos. Outros dizem que a briga forte está entre três filmes. Em comum, uma chave que desvendará segredos e definirá destinos. Em comum, a homenagem que o cinema faz a si mesmo, numa tentativa de reverenciar sua origem. Em comum, homens e mulheres que superam suas perdas, crianças que enfrentam a ausência, os anos 30, um ou outro cachorro adorável. A cerimônia do Oscar acontece no próximo domingo, 26 e será exibida à partir das 21:30h pela TNT e depois das 23h pela Rede Globo.
O Artista (The Artist), de Michel Hazanavicius
Colecionando elogios por onde passa, o filme mostra a dificuldade de George Valentin, maior ator da época do cinema mudo em se adaptar ao cinema falado, em Hollywood de 1927. Filmado em preto e branco, o filme revela o ator francês Jean Dujardin – que brigará pela estatueta de melhor ator com George Clooney – e a atriz Bérénice Bejo, que faz uma dançarina que rapidamente se transforma na maior estrela do cinema falado. Indicado a 10 Oscars. Nos cinemas.
A Árvore da Vida (The Tree of Life), de Terrence Malick
Palma de Ouro em Cannes, o filme de Terrence Malick divide a opinião do público. Alguns o encaram como uma obra-prima, outros abandonam a sessão no meio. Boa parte do filme se passa nos anos 50. A trama gira em torno do casal O'Brien e seus três filhos. Quando um dos irmãos morre, a família se desestrutura. A história passa então a mostrar a transformação do mais velho e sua constante busca pelo sentido da vida. Indicado a 3 Oscars. Nas locadoras.
Cavalo de Guerra (War Horse), Steven Spielberg
Uma aventura com momentos épicos de Steven Spielberg, que ambienta o filme na Inglaterra rural durante a Primeira Guerra Mundial. Albert é um jovem que acompanha o crescimento e treina um cavalo doméstico, para que ele ajude a produção de sua fazenda. Quando eles são forçados a se separar, o filme acompanha a extraordinária jornada do cavalo, seguindo seus passos pela guerra, alterando e inspirando a vida daqueles que encontra – a cavalaria britânica, os soldados alemães, e um fazendeiro francês e sua neta. Indicado a 6 Oscars. Nos cinemas.
Os Descendentes (The Descendants), de Alexander Payne
Matt King é pai de duas meninas, com quem pouco se relaciona e após o acidente de sua esposa, que a deixa em coma irreversível, descobre que ela o traía. A despedida da esposa acaba o aproximando das meninas, o que a ajuda na difícil decisão de vender um terreno herdado da família. George Clooney entra na briga de melhor ator com força total e até agora ainda não sei se torço por ele ou Dujardin. Indicado a 5 Oscars. Nos cinemas.
Histórias Cruzadas (The Help), de Tate Taylor
Um filme de atrizes. Mississipi, década de 1960. Skeeter, recém formada e com aspirações a se tornar uma escritora, tem a ideia de entrevistar mulheres negras que sempre cuidaram das famílias do sul. As empregadas domésticas relutam em denunciar as condições de trabalho e humilhações a que eram submetidas, mas ao conseguir o apoio de Aibileen, governanta de um amigo, conquista a confiança de outras mulheres que têm muito o que contar. É um belo drama onde todo o elenco feminino contribui para a força do filme. Indicado a 4 Oscars. Nos cinemas.
A Invenção de Hugo Cabret (Hugo), de Martin Scorsese
O meu preferido. Uma deliciosa brincadeira sobre o poder da imaginação e a capacidade de sonhar e realizar. É a história de um órfão vivendo uma vida secreta nas paredes de uma estação de trem em Paris de 1930. Com a ajuda de uma garota que se torna rapidamente sua amiga, ele busca a resposta para um mistério que une seu pai, o mal humorado dono de uma loja de brinquedos e uma fechadura em forma de coração, aparentemente sem chave. Indicado a 11 Oscars. Nos cinemas.
Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris), de Woody Allen
Gil, roteirista de Hollywood, passa as férias em Paris com a família da noiva. Seu sonho era viver nos anos 20, conhecer e conviver com F. Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, Pablo Picasso, Buñuel. Até que ele descobre ser possível tal façanha. Woody Allen volta ao realismo fantástico e diverte, além de nos encantar com Paris. Indicado a 4 Oscars. Nas locadoras.
Moneyball, O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball), de Bennet Miller
Baseado numa história real, conta a história de Billy Beane, o gerente geral do time Oakland e o responsável pela montagem da equipe, que é forçado a reinventar sua equipe com um orçamento apertado. Ele conta com a ajuda de Peter Brand recrutando jogadores e barganhando com rejeitados, todos eles com uma mínima habilidade para chegar à base, marcar pontos e ganhar jogos. De todos os indicados, talvez pela temática, é o que menos gosto. Indicado a 6 Oscars. Nos cinemas.
Tão Forte e Tão perto (Extremely Loud & Incredibly Close), de Stephen Daldry
Oskar Schell é um menino de 9 anos que é inventor amador, admirador da cultura francesa e pacifista. Depois de encontrar uma misteriosa chave que pertencia a seu pai, morto nos atentados de 11 de setembro, o garoto sai em busca da fechadura e de explicações que poderão aquietar a dor da perda. Sandra Bullock faz a mãe do menino e foi esnobada como coadjuvante. É um belo trabalho, o mais comovente e delicado que vi esse ano. Indicado a 2 Oscars. Nos cinemas em 24 de fevereiro.
E você, tem um preferido?