Fal Azevedo, autora de Minúsculos Assassinatos e Alguns Copos de Leite, é tia de Bernardo. Repartiu essa crônica - quando fez para o sobrinho que nascia - ao saber que o neto da Verônica é Bernardo também. Verônica é advogada, em Caxambu/MG, e dona do Sítio Primavera. No ano passado, recebeu título de cidadã-caxambuense.
És Bernardo e que belo nome tens. Bernardo. Bernardo. Pelo trânsito infinito desta cidade irracional, recito teu nome que soa tão belo, definitivo e real. Porque só tu és real, Bernardo. Nessa tarde de sol frio, só tu me tiras da dor maior e me devolves a dimensão, real, como tu, do belo, do certo, do bom. És Bernardo, pontinho iluminado que me deslumbra no vídeo. És Bernardo, urso e soldado, o equilibrado salvador dos viajantes. Vens tão querido num mundo tão cruel. Mas não te assustes com a expectativa nem a tomes como um fardo, pois és Bernardo. Farás deste um mundo melhor simplesmente por existires. Por seres essa idéia morna, esse nome forte, essa profusão de lãs coloridas que ocupam o dia de tua avó paulista. Esse projeto de quartinho da avó carioca. Já és Bernardo meu, nossa maior esperança, o depoimento ao futuro de todos nós e não apenas de teus pais. Porque tu és Bernardo, nosso primeiro menino, nosso poeta maldito, nosso executivo de gravata, nosso escritor angustiado, nosso padeiro feliz. E riremos de tuas bravatas e repetiremos tuas gracinhas e diremos que és parecido com o tio fulano. Claro, muito mais inteligente e bonito do que o filho da vizinha. Porque, sim, só tu és maiúsculo, só tu significas e encantas, embalas e sustentas nossos sonhos. E, mesmo distante, repetindo teu nome como um mantra, vou me lembrar de ti. Pois na viagem de hoje tu me salvaste. Mais de uma vez.
(Para a Verônica Paiva Pires, com amor, parabéns! Um Bernardo é das melhores coisas da vida.)
Fal
És Bernardo e que belo nome tens. Bernardo. Bernardo. Pelo trânsito infinito desta cidade irracional, recito teu nome que soa tão belo, definitivo e real. Porque só tu és real, Bernardo. Nessa tarde de sol frio, só tu me tiras da dor maior e me devolves a dimensão, real, como tu, do belo, do certo, do bom. És Bernardo, pontinho iluminado que me deslumbra no vídeo. És Bernardo, urso e soldado, o equilibrado salvador dos viajantes. Vens tão querido num mundo tão cruel. Mas não te assustes com a expectativa nem a tomes como um fardo, pois és Bernardo. Farás deste um mundo melhor simplesmente por existires. Por seres essa idéia morna, esse nome forte, essa profusão de lãs coloridas que ocupam o dia de tua avó paulista. Esse projeto de quartinho da avó carioca. Já és Bernardo meu, nossa maior esperança, o depoimento ao futuro de todos nós e não apenas de teus pais. Porque tu és Bernardo, nosso primeiro menino, nosso poeta maldito, nosso executivo de gravata, nosso escritor angustiado, nosso padeiro feliz. E riremos de tuas bravatas e repetiremos tuas gracinhas e diremos que és parecido com o tio fulano. Claro, muito mais inteligente e bonito do que o filho da vizinha. Porque, sim, só tu és maiúsculo, só tu significas e encantas, embalas e sustentas nossos sonhos. E, mesmo distante, repetindo teu nome como um mantra, vou me lembrar de ti. Pois na viagem de hoje tu me salvaste. Mais de uma vez.
(Para a Verônica Paiva Pires, com amor, parabéns! Um Bernardo é das melhores coisas da vida.)
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