Melhor que não ter. Já pensou, a gente só pensando no
perigo, no assalto, na violência, nas quadrilhas de bandidos – escondidos ou
nem tanto – na politicalha que só dá vergonha, e nem uma paixãozinha como o
futebol pra alegrar? Nem um motivo pra pular, buzinar, gritar de pura
felicidade? Nem um motivo assim como esse pra enlouquecer, xingar com vontade –
olha a catarse aí! – e depois vibrar com a vitória?
E se não houver vitória? Ora, ficam umas histórias boas pra
contar, que daqui a um tempo vão ficar ainda melhores: coisas pra contar à
geração que vem aí e não viu esses prodígios da seleção; coisas pra comentar na
mesa do bar, razões pra conviver melhor com vizinhos chatos, parentes abusados,
amigos espaçosos. Os passes errados, os chutes sem sorte, as defesas
impossíveis – não é pouca coisa. E como acontecem!