Dade Amorim
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· Durante duas semanas deixo de ler jornais e revistas, não vejo mais noticiário de tevê nem quero saber das notícias de política e polícia, muito menos das que misturam as duas e que são cada vez mais frequentes. Estou louca pra ver se isso muda alguma coisa na minha cabeça. Se mudar para melhor, repito a dose. Alienação? No, babies. Entrei num período de desintoxicação mental.
· Afinal, penso o pensamento de quem? Se
é o meu mesmo, por que tem tanta influência dos outros? Se não é meu,
como se explica que eu, e não outro, diga o que acho que penso? Às vezes
fico assombrada com a uniformidade de determinados discursos. Vivemos à
sombra de um emaranhado de idéias e pontos de vista ditados por
interesses que não conhecemos e não são os nossos. Não dá pra confundir
os gestos e atitudes correntes e repetidas com opiniões próprias.
·
Uma coisa que me deixa cabreira é a diferença entre o que de fato
acontece na vida real e o que chega a nosso conhecimento via mídia.
Aderimos um pouco sem sentir à opinião de um ou outro colunista que
admiramos, pelo que sabemos dele e por suas idéias. Até aí, tudo bem.
Mas parece que isso tem um efeito cumulativo. Acabamos nos condicionando
a pensar pela cabeça dos outros, o que não se recomenda, por melhores
que os outros sejam.
· Enquanto isso, vou pondo em dia as leituras
que se acumulam em pilhas, perigando desmantelar alguns livros antigos,
heranças de papá e de um tio bacana.