Carlos Frederico Abreu
Oshougatsu
o = preposição de respeito
shou = honestidade
gatsu = mês
O Ano-novo é a maior celebração do Japão - e a mais importante, pois marca o término de um ciclo e o início de outro, podendo o feriado durar até uma semana. Tudo fecha, bancos, escolas, algumas empresas, comércio, literalmente tudo para, e ao invés de se saudar o ano que chega, o japonês costuma agradecer pelo que recebeu no ano que passou.
Como vocês podem imaginar, as tradições do reveillon japonês são bem diferentes das brasileiras. Por exemplo, é no ano-novo que os japoneses trocam presentes e cartões, não no Natal, que é tido como uma festa menos importante.
De todas as manifestações que cercam o ano-novo, vou falar um pouco sobre aquelas que acho mais interessantes.
A Purificação
A preparação para a passagem de ano costuma se iniciar bem antes, em novembro, quando os japoneses iniciam o chamado oosouji, que basicamente é uma limpeza na casa, troca de tatamis, jogar tralhas velhas fora, faxina mesmo. A crença de que é preciso iniciar o ano novo 'limpo' vai além da residência, chegando até as empresas, onde os funcionários em mutirão são convocados para dar uma geral. As pessoas procuram se ver livres de tudo aquilo que possa ser negativo, inclusive financeiramente: é a época pra pagar dívidas, cumprir promessas pendentes, resolver tudo que possa vir a impedir a felicidade no ano seguinte e, como são tremendamente supersticiosos, manter o azar bem longe.
E, é claro, uma vez que o físico está limpo, é preciso retirar também as impurezas do espírito.
108 badaladas
Na noite do dia 31 de Dezembro, todo os templos budistas executam as 108 badaladas dos sinos. O ritual serve para lembrar, segundo o budismo, dos 108 pecados que existem e serve como saudação para o ano novo. Nestes dias a procura por templos é grande, e os japoneses buscam a purificação através da oração.
Osechi-ryouri, marmita de ano-novo
Como não se pode trabalhar nos dias três dias do oshougatsu, as pessoas preparam (ou compram) a ceia antecipadamente, belos obentos (uma espécie de marmita) especiais para a festividade, chamados juubako. Nestas refeições para três dias, não podem faltar macarrão de trigo sarraceno (soba) e uma sopa especial com mochi (bolinho de arroz) vegetais e frutos do mar chamada de ozouni.
O "brinde da virada" não é com champagne mas com otosô, um tipo de saquê doce, que segundo as tradições, traz vida longa. KAMPAI! (Saúde!)
Laranjas e bolinhos de arroz para os deuses
Em agradecimento a Toshigami, um deus xintoísta que costuma visitar as casas japonesas, as pessoas montam pequenos altares (kagamimochi) com mochis (bolinhos de arroz) decorados com folhas de pinheiro e daidai (um tipo de laranja).
Cartão-de-ano-novo e presentes
Como eu disse, ao contrário do que acontece no Brasil, é no ano novo que os japoneses trocam presentes e cartões desejando prosperidade e felicidade aos amigos e parentes. Os correios entregam mais de 4 bilhões de cartões. Estes cartões costumam trazer simbolos da sorte e bom agouro, como por exemplo, os doze animais do zodiaco oriental.
Apesar da crise, as lojas de departamento ficam entupidas e o faturamento de poucos dias costuma ser igual ou maior que um mês inteiro! Uma diferença significativa é que os japoneses tem uma grande preocupação com a aparência e valorizam imensamente uma embalagem caprichada, até mais do que o que está dentro, quando se trata de uma lembrança de pouco valor. Nesta época existem mais cursos ensinando a fazer embalages do que de culinária, e não exagero dizer que muitas vezes a embalagem custa bem mais do que o conteúdo. Em outras palavras, se a apresentação é bela, o sucesso é garantido!
o que tem dentro do presente? docinhos de açúcar
Kinga shinnen, ou, em bom português, desejo um próspero Ano Novo!
sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
FELICIDADES EM PENCAS
Esther Lucio Bittencourt
Nosso amigo, Cláudio Luiz, o genial, príncipe sapo do Correio Selado permitiu que usássemos imagens de sua lavra para desejarmos aos nosso leitores felicidades em pencas para o novo ano:
Agora, músicas e um documentário interessante "Lixo Extraordinário" sobre o trabalho de Vic Muniz no lixão de Gramacho, uma prova de que a vida se tocada com amor frutifica em pencas, também. Em Seguida o filme inteiro da Obra de Ariano Suassuna "Auto da Compadecida"
"Symphonie bizarre (1909) de Segundo de Chomón. Antonio Nóbrega,2005.
Informações:
Imagens: excertos de cenas do curta metragem francês "Symphonie bizarre" , 1909, direção, fotografia e truques do gênio espanhol Segundo De Chomón (1871-1929), produção Pathé Frères. Áudios do clip: "Folias da Madrugada", composição de Toscano Filho e excerto de "Ingratidão", composição de José Menezes e Neusa Rodrigues,interpretação do artista e músico brasileiro Antônio Nóbrega, 2005.Acervo: Rádio Educativa Mensagem (radiosantos)."
Nosso amigo, Cláudio Luiz, o genial, príncipe sapo do Correio Selado permitiu que usássemos imagens de sua lavra para desejarmos aos nosso leitores felicidades em pencas para o novo ano:
Agora, músicas e um documentário interessante "Lixo Extraordinário" sobre o trabalho de Vic Muniz no lixão de Gramacho, uma prova de que a vida se tocada com amor frutifica em pencas, também. Em Seguida o filme inteiro da Obra de Ariano Suassuna "Auto da Compadecida"
"Symphonie bizarre (1909) de Segundo de Chomón. Antonio Nóbrega,2005.
Informações:
Imagens: excertos de cenas do curta metragem francês "Symphonie bizarre" , 1909, direção, fotografia e truques do gênio espanhol Segundo De Chomón (1871-1929), produção Pathé Frères. Áudios do clip: "Folias da Madrugada", composição de Toscano Filho e excerto de "Ingratidão", composição de José Menezes e Neusa Rodrigues,interpretação do artista e músico brasileiro Antônio Nóbrega, 2005.Acervo: Rádio Educativa Mensagem (radiosantos)."
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
MEMÓRIAS DE ZÉPERRY, DO "PEQUENO PRÍNCIPE" E SEU DECA DO CAMPECHE
Por Esther Lucio Bittencourt
Estátua de seu Deca no Campeche e Foto de ZePerri (google, a foto do piloto)
Zé Perry trabalhava na Aéropostale, (Compagnie Générale Aéropostale), companhia de aviação fundada em 1919, na França para popularizar a aviação e estabelecer linhas de conexão para o serviço aéreo postal.
A Aéropostale aproveitava o serviço de pilotos veteranos da Primeira Guerra Mundial. Criou rotas aéreas entre a França, África e, posteriormente, América do Sul, e seu campo de pouso ficava no litoral de Santa Catarina, precisamente nas dunas do Campeche.
Zé Perry, que pilotava alguns vôos para o Sul, -escreveu o livro Correio do Sul- conheceu no Campeche o pescador Deca de quem ficou amigo. Com ele pescava nas águas do Campeche e preparava sua refeição de peixes e pirão.
Dona Chica, casada com Deca, o Manoel Rafael Inácio, e que na época tinha 16 anos, dizia para os netos que não se recordava de Saint Exupéry, o Zé Perry, no linguajar do povo simples da região, ou Manezinho da Ilha. No entanto ela não era casada quando Seu Deca o recebia para comer pirão e outros pratos locais, caçar marrecos e manter, como podiam, uma conversa. Seu Deca, no entanto afirmava que seu amigo ZePerri conheceu alguns dos seus 14 filhos.
Diz seu neto, Samuel Tito Inácio, 47 anos, "que,se ela estava com as faculdades mentais ainda boas, ninguém sabe. Obviamente que os pilotos ficavam muito tempo por aqui, durante as escalas dos voos para a Argentina e mais outros 11 locais, pois os aviões eram muito rudimentares e precisavam de manutenção. Não havia como voar longas distâncias, o tempo inteiro, naquela época. Muitas informações se perde na memória das pessoas, mas meu tio Getúlio escreveu um livro sobre o assunto "Deca e Zé Perri",( a grafia de Perri varia de documento para documento) edição bilíngüe (francês-português), lançado em 2003, com ajuda da Universidade Estadual de Santa Catarina-UDESC_ que o auxiliou nas pesquisas, juntamente com historiadores francêses.
O nome dele virou Zé Perri porque ninguém sabia proninciar seu nome: Antoine de Saint Exupéry. Imagina meu avô, né, a comunicação difícil e ainda havia a mania das pessoas antigas de botar apelido em tudo! Uns até dizem que o Campeche ficou com este nome porque ele o chamava de Champ de Pêche, Campo de Peixe. outros dizem que o nome é originário de uma planta nativa, o pau de campeche, que tem também no Méxixo. Esta vegetação foi extinta aqui."
Samuel Tito Inácio é servidor público do Deinfra-Departamento Estadual de infraestrutura do Estado-, formado em química e dá aulas no Colégio do Morro das Pedras e na Tapera ministra educação para jovens e adultos, ensino médio.
Galho do Pau Campeche que ainda existe, principalmente na península de Yucatán, no México.
A Aéropostale, após ser desativada doou o campo de pouso que havia comprado para a aeronática. Hoje, há um marco que conta a história do local e um campinho de futebol onde pousavam e levantavam voo os aviões. Abaixo o antigo campo de pouso da Aeropostale.
"Vô Deca nunca desejou voar com Saint Exupéry que sempre o convidava, segundo contava, pois tinha medo, "imagine pegar um avião na década de 20, para este povo simples, devia ser como uma nave espacial. Havia ainda a diferença do idioma, como eles se entendiam? A cultura de um era totalmente diferente da do outro."
JOGO DE DOMINÓ
Todas as manhãs, segundo os jogadores, faça sol ou chuva, durante os 365 dias do ano eles se reúnem em frente à casa de embarcação e de rede dos pescadores, o rancho de pesca, para jogar dominó. A rede é de Getúlio Manoel Inácio, filho de seu Deca, que estava no velório de um amigo, outro dono de rede.As redes de pesca são enormes, levadas para alto mar, onde os peixes aparecem. Ser dono de rede é ter trabalhadores que ajudam a jogar e trazer a rede de volta do mar.
A rede de Getulio foi comprada de seu Deca, por ele e um irmão.
Seu José Pamplona, nascido em 1936, um dos jogadores de dominó, o de camisa azul é cético: apesar de todas as pesquisas históricas apontarem para a passagem do autor de "O pequeno Príncipe" pelo Campeche, ele afirma que tudo é apenas um sonho. Ele conheceu o comandante do campo do Campeche, seu Jacquinot. "Em 1947, quando eu já morava aqui no Campeche já não pousavam mais aviões aqui. E o tal de Ze Perri nunca vi. Até a Avenida Pequeno Príncipe não existia há 20 anos atrás. Era a Estrada Geral do Campeche.
(foto)
Monsieur Joseph Jacquinot costumava caçar jacarés então existentes na lagoa do Campeche – e os comia. Ia caçar todo paramentado, usando calças curtas, chapéu, bota e espingarda. Era uma figura estranha para os pescadores.
Em 1939, os franceses retornaram para França como reforço para combater Hitler. O aeródromo do Campeche continuou funcionando até 1949, operado pela Pan Air do Brasil.
As cidades que a Aéropostale percorria eram Barcelona, Elche, Málaga e Alicante (Espanha), integrando a rota da Europa; Rabat, Agadir, Tánger Casablanca, Dakhla e Tarfaya (Marrocos), São Luís e Dakar (Senegal), Nouadhibou (Mauritânia), no continente africano; e Natal, Salvador, Caravelas, Recife, Vitória, Rio de Janeiro, Santos, Pelotas, Porto Alegre e Florianópolis (Brasil), Montevídeo (Uruguai), Mendoza e Buenos Aires (Argentina), além da cidade de Santiago (Chile), finalizando a rota da América do Sul.
Nenhum dos jogadores aceita ser chamado de manezinho da ilha, nome dados aos habitantes locais. "Manezinho é quem fala mal, se veste mal, é uma figura folclórica tratada em tom pejorativo. Até nosso Guga, o grande jogador de tênis é conhecido como manezinho da ilha!" diz Dioclécio Vieira, 65 anos, o que usa boné azul.
Rancho de pesca
Deca morreu em 1993, aos 84 anos em 1991 foi homenageado com um troféu, pela Aeronáutica por ter prestado serviço aos pilotos franceses. Saint Exupéry, Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry, morreu em julho de 1944, em missão na Segunda Guerra Mundial, aos 44 anos.
Deca sobreviveu para contar a história de Zéperri na Ilha de Florianópolis, em Santa Catarina, bairro do Campeche.
O trabalho final de Saint-Exupéry foi para coletar inteligência sobre os movimentos de tropas alemãs em torno do Vale do Rhone anterior à invasão aliada do sul da França ("Operação Dragão"). Na noite de 31 de julho de 1944, ele decolou de uma base aérea na Córsega, e não retornou.
DOCUMENTÁRIOS
Mônica Cristina Correa fez o documentário, apoiada por pesquisas históricas, no Brasil e na França, “De Saint Exupéry a Ze Perry” que conta a história do piloto nas areias do Campeche e seus voos noturnos.
Mônica Cristina Corrêa : De Saint-Exupéry à Zeperri.
Quando o filme foi exibido, no Cinema Dona Chica estiveram presentes as sobrinhas netas de Ze Perri.
As francesas Hélène de Sèze e Isabelle D’Agay vieram ao Brasil para prestigiar o lançamento nacional do documentário “De Saint-Exupéry a Zé Perri”, em Florianópolis e aproveitaram para assistir ao espetáculo “Um Príncipe Chamado Exupéry” , da Cia Mútua.
Hino do pescador artesanal - Campeche - 01 maio 2011
Apresentação do Hino do Pescador na praia do Campeche. 1º de maio de 2011. Inauguração da escultura em homenagem ao Pescador Artesanal de Beira de Praia, representado pelo seu Deca, amigo do aviador Saint-Exupéry [autor do livro "O pequeno príncipe"], popularmente conhecido como Zé Perry
O autor de Terra dos Homens, Voo Noturno, Correio do Sul e do O Pequeno Príncipe, Saint-Exupéry, conhecido como o “poeta da aviação” trabalhou entre 1929 a 1931 na sede argentina da Aéropostale. Sobrevovou várias vezes a costa do Brasil. Próxima a Buenos Aires ficava a escala de Florianópolis, em Santa Catarina, no bairro do Campeche.
Zé Perri no Campeche, é outro documentário dirigido por Zeca Pires e seus alunos da Unisul (2000)que foi premiado no Festival de Gramado . Trata sobre a presença do escritor francês na região. Saint-Ex, como era chamado, casou-se com Consuelo, salvadorenha que conheceu em Buenos Aires, na época da Aeroposta Argentina.
A Succession Saint-Exupéry em Santa Catarina, em parceria com o Governo do Estado de Santa Catarina, apresenta a exposição "O aviador e o pescador", de 10/11/2011 a 11/12/2011, em Florianópolis.
Exposição sobre a passagem na ilha de Florianópolis precisamente na praia do Campeche do piloto-escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, nascido em Lyon em 1900 e desaparecido durante uma missão de reconhecimento na Segunda Guerra Mundial em 1944, legou às futuras gerações uma das obras literárias mais celebradas no mundo: O Pequeno Príncipe. Traduzido em mais de 200 línguas, O Pequeno Príncipe foi também ilustrado pelo autor e se tornou um fenômeno editorial sem par no século XX e assim prossegue no século XXI....
Curadoria: Mônica Cristina Corrêa
Ilustrações: Juliana Góes
Arte: Victor Carlson
Leiaute: Marcelo E. Nogueira
Assistente de produção: Annye C. Tessaro
Tradução em francês e apoio pedagógico: Jean-François Brunelière
Estátua de seu Deca no Campeche e Foto de ZePerri (google, a foto do piloto)
Zé Perry trabalhava na Aéropostale, (Compagnie Générale Aéropostale), companhia de aviação fundada em 1919, na França para popularizar a aviação e estabelecer linhas de conexão para o serviço aéreo postal.
A Aéropostale aproveitava o serviço de pilotos veteranos da Primeira Guerra Mundial. Criou rotas aéreas entre a França, África e, posteriormente, América do Sul, e seu campo de pouso ficava no litoral de Santa Catarina, precisamente nas dunas do Campeche.
Zé Perry, que pilotava alguns vôos para o Sul, -escreveu o livro Correio do Sul- conheceu no Campeche o pescador Deca de quem ficou amigo. Com ele pescava nas águas do Campeche e preparava sua refeição de peixes e pirão.
Dona Chica, casada com Deca, o Manoel Rafael Inácio, e que na época tinha 16 anos, dizia para os netos que não se recordava de Saint Exupéry, o Zé Perry, no linguajar do povo simples da região, ou Manezinho da Ilha. No entanto ela não era casada quando Seu Deca o recebia para comer pirão e outros pratos locais, caçar marrecos e manter, como podiam, uma conversa. Seu Deca, no entanto afirmava que seu amigo ZePerri conheceu alguns dos seus 14 filhos.
Diz seu neto, Samuel Tito Inácio, 47 anos, "que,se ela estava com as faculdades mentais ainda boas, ninguém sabe. Obviamente que os pilotos ficavam muito tempo por aqui, durante as escalas dos voos para a Argentina e mais outros 11 locais, pois os aviões eram muito rudimentares e precisavam de manutenção. Não havia como voar longas distâncias, o tempo inteiro, naquela época. Muitas informações se perde na memória das pessoas, mas meu tio Getúlio escreveu um livro sobre o assunto "Deca e Zé Perri",( a grafia de Perri varia de documento para documento) edição bilíngüe (francês-português), lançado em 2003, com ajuda da Universidade Estadual de Santa Catarina-UDESC_ que o auxiliou nas pesquisas, juntamente com historiadores francêses.
O nome dele virou Zé Perri porque ninguém sabia proninciar seu nome: Antoine de Saint Exupéry. Imagina meu avô, né, a comunicação difícil e ainda havia a mania das pessoas antigas de botar apelido em tudo! Uns até dizem que o Campeche ficou com este nome porque ele o chamava de Champ de Pêche, Campo de Peixe. outros dizem que o nome é originário de uma planta nativa, o pau de campeche, que tem também no Méxixo. Esta vegetação foi extinta aqui."
Samuel Tito Inácio é servidor público do Deinfra-Departamento Estadual de infraestrutura do Estado-, formado em química e dá aulas no Colégio do Morro das Pedras e na Tapera ministra educação para jovens e adultos, ensino médio.
Galho do Pau Campeche que ainda existe, principalmente na península de Yucatán, no México.
A Aéropostale, após ser desativada doou o campo de pouso que havia comprado para a aeronática. Hoje, há um marco que conta a história do local e um campinho de futebol onde pousavam e levantavam voo os aviões. Abaixo o antigo campo de pouso da Aeropostale.
"Vô Deca nunca desejou voar com Saint Exupéry que sempre o convidava, segundo contava, pois tinha medo, "imagine pegar um avião na década de 20, para este povo simples, devia ser como uma nave espacial. Havia ainda a diferença do idioma, como eles se entendiam? A cultura de um era totalmente diferente da do outro."
JOGO DE DOMINÓ
Todas as manhãs, segundo os jogadores, faça sol ou chuva, durante os 365 dias do ano eles se reúnem em frente à casa de embarcação e de rede dos pescadores, o rancho de pesca, para jogar dominó. A rede é de Getúlio Manoel Inácio, filho de seu Deca, que estava no velório de um amigo, outro dono de rede.As redes de pesca são enormes, levadas para alto mar, onde os peixes aparecem. Ser dono de rede é ter trabalhadores que ajudam a jogar e trazer a rede de volta do mar.
A rede de Getulio foi comprada de seu Deca, por ele e um irmão.
Seu José Pamplona, nascido em 1936, um dos jogadores de dominó, o de camisa azul é cético: apesar de todas as pesquisas históricas apontarem para a passagem do autor de "O pequeno Príncipe" pelo Campeche, ele afirma que tudo é apenas um sonho. Ele conheceu o comandante do campo do Campeche, seu Jacquinot. "Em 1947, quando eu já morava aqui no Campeche já não pousavam mais aviões aqui. E o tal de Ze Perri nunca vi. Até a Avenida Pequeno Príncipe não existia há 20 anos atrás. Era a Estrada Geral do Campeche.
(foto)
Monsieur Joseph Jacquinot costumava caçar jacarés então existentes na lagoa do Campeche – e os comia. Ia caçar todo paramentado, usando calças curtas, chapéu, bota e espingarda. Era uma figura estranha para os pescadores.
Em 1939, os franceses retornaram para França como reforço para combater Hitler. O aeródromo do Campeche continuou funcionando até 1949, operado pela Pan Air do Brasil.
As cidades que a Aéropostale percorria eram Barcelona, Elche, Málaga e Alicante (Espanha), integrando a rota da Europa; Rabat, Agadir, Tánger Casablanca, Dakhla e Tarfaya (Marrocos), São Luís e Dakar (Senegal), Nouadhibou (Mauritânia), no continente africano; e Natal, Salvador, Caravelas, Recife, Vitória, Rio de Janeiro, Santos, Pelotas, Porto Alegre e Florianópolis (Brasil), Montevídeo (Uruguai), Mendoza e Buenos Aires (Argentina), além da cidade de Santiago (Chile), finalizando a rota da América do Sul.
Nenhum dos jogadores aceita ser chamado de manezinho da ilha, nome dados aos habitantes locais. "Manezinho é quem fala mal, se veste mal, é uma figura folclórica tratada em tom pejorativo. Até nosso Guga, o grande jogador de tênis é conhecido como manezinho da ilha!" diz Dioclécio Vieira, 65 anos, o que usa boné azul.
Rancho de pesca
Ao fundo a Ilha do Campeche onde existem figuras rupestres
Avenida Pequeno Príncipe. Antes era chamada de Avenida Geral do Campeche
Deca morreu em 1993, aos 84 anos em 1991 foi homenageado com um troféu, pela Aeronáutica por ter prestado serviço aos pilotos franceses. Saint Exupéry, Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry, morreu em julho de 1944, em missão na Segunda Guerra Mundial, aos 44 anos.
Deca sobreviveu para contar a história de Zéperri na Ilha de Florianópolis, em Santa Catarina, bairro do Campeche.
O trabalho final de Saint-Exupéry foi para coletar inteligência sobre os movimentos de tropas alemãs em torno do Vale do Rhone anterior à invasão aliada do sul da França ("Operação Dragão"). Na noite de 31 de julho de 1944, ele decolou de uma base aérea na Córsega, e não retornou.
DOCUMENTÁRIOS
Mônica Cristina Correa fez o documentário, apoiada por pesquisas históricas, no Brasil e na França, “De Saint Exupéry a Ze Perry” que conta a história do piloto nas areias do Campeche e seus voos noturnos.
Mônica Cristina Corrêa : De Saint-Exupéry à Zeperri.
Quando o filme foi exibido, no Cinema Dona Chica estiveram presentes as sobrinhas netas de Ze Perri.
As francesas Hélène de Sèze e Isabelle D’Agay vieram ao Brasil para prestigiar o lançamento nacional do documentário “De Saint-Exupéry a Zé Perri”, em Florianópolis e aproveitaram para assistir ao espetáculo “Um Príncipe Chamado Exupéry” , da Cia Mútua.
Hino do pescador artesanal - Campeche - 01 maio 2011
Apresentação do Hino do Pescador na praia do Campeche. 1º de maio de 2011. Inauguração da escultura em homenagem ao Pescador Artesanal de Beira de Praia, representado pelo seu Deca, amigo do aviador Saint-Exupéry [autor do livro "O pequeno príncipe"], popularmente conhecido como Zé Perry
O autor de Terra dos Homens, Voo Noturno, Correio do Sul e do O Pequeno Príncipe, Saint-Exupéry, conhecido como o “poeta da aviação” trabalhou entre 1929 a 1931 na sede argentina da Aéropostale. Sobrevovou várias vezes a costa do Brasil. Próxima a Buenos Aires ficava a escala de Florianópolis, em Santa Catarina, no bairro do Campeche.
Zé Perri no Campeche, é outro documentário dirigido por Zeca Pires e seus alunos da Unisul (2000)que foi premiado no Festival de Gramado . Trata sobre a presença do escritor francês na região. Saint-Ex, como era chamado, casou-se com Consuelo, salvadorenha que conheceu em Buenos Aires, na época da Aeroposta Argentina.
A Succession Saint-Exupéry em Santa Catarina, em parceria com o Governo do Estado de Santa Catarina, apresenta a exposição "O aviador e o pescador", de 10/11/2011 a 11/12/2011, em Florianópolis.
Exposição sobre a passagem na ilha de Florianópolis precisamente na praia do Campeche do piloto-escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, nascido em Lyon em 1900 e desaparecido durante uma missão de reconhecimento na Segunda Guerra Mundial em 1944, legou às futuras gerações uma das obras literárias mais celebradas no mundo: O Pequeno Príncipe. Traduzido em mais de 200 línguas, O Pequeno Príncipe foi também ilustrado pelo autor e se tornou um fenômeno editorial sem par no século XX e assim prossegue no século XXI....
Curadoria: Mônica Cristina Corrêa
Ilustrações: Juliana Góes
Arte: Victor Carlson
Leiaute: Marcelo E. Nogueira
Assistente de produção: Annye C. Tessaro
Tradução em francês e apoio pedagógico: Jean-François Brunelière
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
DIÁRIO DE UMA ADOLESCENTE. ANO NOVO, VIDA NOVA!
Por Bianca Monteiro
E finalmente 2011 acabou. Aliás, nunca vi um ano passar tão rápido. As retrospectivas começam a aparecer na televisão e nos sentimos desatentos, alguns fatos parecem ter ocorrido há séculos, outros há dias... Só aí nos tornamos cientes da real passagem do tempo e de como ela nos afeta (ou não).
Me lembro como se fosse ontem de sair falando "feliz 2011!" por aí no centro da cidade, após tentar ver os fogos de artifício da varanda da minha casa. Esta foto da matéria foi a única que consegui salvar das que tirei... Fogos são bonitos, mas difíceis de capturar assim como qualquer outra coisa durante a noite sem o equipamento adequado... Ah, como queria já ser profissional nessas horas!
Particularmente, acho essa data importantíssima, com grande significado, ao contrário do natal. O ano novo sempre traz uma esperança, um sentimento de renovação, uma curiosidade sobre o futuro, o medo do desconhecido, da mudança... Sem contar as superstições das pessoas, como a de usar branco ou tons claros na virada, guardar 7 sementes de sei-lá-o-que na carteira, pular 7 ondas, comer tal coisa pra dar sorte, usar roupa íntima de acordo com a cor do que deseja pro próximo ano, etc...
É claro que, as tradições não mudam, mas todo o resto sim. Provando que não só a rapidez foi notável, este ano minha vida teve uma mudança brusca, uma reviravolta de 360º, e por isso não consigo ter certeza se foi o melhor ou o pior. Foi o mais importante pro meu crescimento pessoal, sem dúvidas, por ter tido que aprender a me adaptar a novas situações como a ida para o Ensino Médio, com mais carga horária, novos professores, uma sala relativamente nova, uma rotina bem diferente da que eu estava acostumada... Mas que me fez muito bem, pois conheci pessoas que fizeram essa mudança acontecer também dentro de mim, e que me proporcionaram momentos inesquecíveis. Dentre estas pessoas, estão alguns dos meus velhos amigos, e muitos amigos novos... Gente entrando e saindo desesperadamente da minha vida, de forma que escolhi parar de acompanhar pra não mais me perder. Mas o que importa é que realmente descobri quem é que veio pra ficar. Os meus 15 anos, que em vez de ter toda aquela coisa de festa, vestidos e valsa, fiz uma viagem. Novas experiências e descobertas, o que gerou uma nova mentalidade... Apegos a novas coisas, novos gostos, maior autoconhecimento... Aliás, acho que foi o que marcou principalmente esse período. O autoconhecimento (já que a inovação esteve presente em tudo). Houveram fatos marcantes também (em relação a mídia, pra mim, foi só isso mesmo) como a morte da minha diva (Amy Winehouse), a já comentada vinda da minha banda favorita (The Strokes) ao Brasil como a de muitas outras personalidades importantes, o Rock In Rio, os 10 anos desde a morte de George Harrison (e 31 desde a de John Lennon), o lançamento do novo livro da série do Guia Do Mochileiro das Galáxias (mesmo com a morte do autor Douglas Adams em 2001, o autor da série Artemis Fowl, Eoin Colfer, fez uma continuação a qual estou doida para conferir)...
Não sei, sinceramente, o que esperar de 2012. Nada de fim do mundo e essas piadinhas que tiveram graça antes, assim como aquele filme. Talvez... Queira apenas manter o "agora", mas com ainda mais força. Me esforçar mais... E estou com muito medo das mudanças. No segundo ano algumas matérias saem, e outras mudam de professores, sem contar que entram alunos novos, e os reprovados já não convivem conosco (felizmente, ufa), formando então uma nova sala para nós, espero que numa versão melhorada. E agora que o terceiro ano não está mais lá, vou perder minha ansiedade matinal de encontrar minha companhia favorita no recreio... Nada fácil. Canso de repetir tudo isso e mesmo assim não consigo me acostumar com a ideia.
Enfim, confesso que estou com medo de deixar para trás este ano de 2011 com todas as minhas lembranças, lugares, pessoas e momentos... Mas como dizem meus Beatles: "todos esses lugares tiveram seus momentos com amores e amigos que ainda posso me lembrar, alguns estão mortos e outros ainda vivem, em minha vida, amei todos eles". Deixo vocês com a minha música favorita de Ano Novo, U2 - New Year's Day.
"All is quiet on New Year's Day, a world in white gets underway. I want to be with you, be with you night and day... Nothing changes on New Year's Day."
Foi maravilhoso poder ter estado com vocês aqui no Primeira Fonte neste ano! Um feliz 2012 a todos (já que na próxima quarta já estaremos nele), e tudo de bom! (:
E finalmente 2011 acabou. Aliás, nunca vi um ano passar tão rápido. As retrospectivas começam a aparecer na televisão e nos sentimos desatentos, alguns fatos parecem ter ocorrido há séculos, outros há dias... Só aí nos tornamos cientes da real passagem do tempo e de como ela nos afeta (ou não).
Me lembro como se fosse ontem de sair falando "feliz 2011!" por aí no centro da cidade, após tentar ver os fogos de artifício da varanda da minha casa. Esta foto da matéria foi a única que consegui salvar das que tirei... Fogos são bonitos, mas difíceis de capturar assim como qualquer outra coisa durante a noite sem o equipamento adequado... Ah, como queria já ser profissional nessas horas!
Particularmente, acho essa data importantíssima, com grande significado, ao contrário do natal. O ano novo sempre traz uma esperança, um sentimento de renovação, uma curiosidade sobre o futuro, o medo do desconhecido, da mudança... Sem contar as superstições das pessoas, como a de usar branco ou tons claros na virada, guardar 7 sementes de sei-lá-o-que na carteira, pular 7 ondas, comer tal coisa pra dar sorte, usar roupa íntima de acordo com a cor do que deseja pro próximo ano, etc...
É claro que, as tradições não mudam, mas todo o resto sim. Provando que não só a rapidez foi notável, este ano minha vida teve uma mudança brusca, uma reviravolta de 360º, e por isso não consigo ter certeza se foi o melhor ou o pior. Foi o mais importante pro meu crescimento pessoal, sem dúvidas, por ter tido que aprender a me adaptar a novas situações como a ida para o Ensino Médio, com mais carga horária, novos professores, uma sala relativamente nova, uma rotina bem diferente da que eu estava acostumada... Mas que me fez muito bem, pois conheci pessoas que fizeram essa mudança acontecer também dentro de mim, e que me proporcionaram momentos inesquecíveis. Dentre estas pessoas, estão alguns dos meus velhos amigos, e muitos amigos novos... Gente entrando e saindo desesperadamente da minha vida, de forma que escolhi parar de acompanhar pra não mais me perder. Mas o que importa é que realmente descobri quem é que veio pra ficar. Os meus 15 anos, que em vez de ter toda aquela coisa de festa, vestidos e valsa, fiz uma viagem. Novas experiências e descobertas, o que gerou uma nova mentalidade... Apegos a novas coisas, novos gostos, maior autoconhecimento... Aliás, acho que foi o que marcou principalmente esse período. O autoconhecimento (já que a inovação esteve presente em tudo). Houveram fatos marcantes também (em relação a mídia, pra mim, foi só isso mesmo) como a morte da minha diva (Amy Winehouse), a já comentada vinda da minha banda favorita (The Strokes) ao Brasil como a de muitas outras personalidades importantes, o Rock In Rio, os 10 anos desde a morte de George Harrison (e 31 desde a de John Lennon), o lançamento do novo livro da série do Guia Do Mochileiro das Galáxias (mesmo com a morte do autor Douglas Adams em 2001, o autor da série Artemis Fowl, Eoin Colfer, fez uma continuação a qual estou doida para conferir)...
Não sei, sinceramente, o que esperar de 2012. Nada de fim do mundo e essas piadinhas que tiveram graça antes, assim como aquele filme. Talvez... Queira apenas manter o "agora", mas com ainda mais força. Me esforçar mais... E estou com muito medo das mudanças. No segundo ano algumas matérias saem, e outras mudam de professores, sem contar que entram alunos novos, e os reprovados já não convivem conosco (felizmente, ufa), formando então uma nova sala para nós, espero que numa versão melhorada. E agora que o terceiro ano não está mais lá, vou perder minha ansiedade matinal de encontrar minha companhia favorita no recreio... Nada fácil. Canso de repetir tudo isso e mesmo assim não consigo me acostumar com a ideia.
Enfim, confesso que estou com medo de deixar para trás este ano de 2011 com todas as minhas lembranças, lugares, pessoas e momentos... Mas como dizem meus Beatles: "todos esses lugares tiveram seus momentos com amores e amigos que ainda posso me lembrar, alguns estão mortos e outros ainda vivem, em minha vida, amei todos eles". Deixo vocês com a minha música favorita de Ano Novo, U2 - New Year's Day.
"All is quiet on New Year's Day, a world in white gets underway. I want to be with you, be with you night and day... Nothing changes on New Year's Day."
Foi maravilhoso poder ter estado com vocês aqui no Primeira Fonte neste ano! Um feliz 2012 a todos (já que na próxima quarta já estaremos nele), e tudo de bom! (:
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terça-feira, 27 de dezembro de 2011
QUITANDA DA VIDA 57
Telinha Cavalcanti
Salada de fruta é um prato besta que nem devia ter receita, você deve estar pensando. A-ha! Está enganado, môbem! Saslada de fruta tem sim, seus truques.
Salada de Frutas
Laranja
Mamão
Banana
Goiaba
Uva sem caroço.
Manga
Abacaxi
Melão
Morango
e mais umas frutas que não são assim necessárias, mas, que se estiverem na época, vão bem na salada e dão um ar chique que dói :)
Kiwi
Lichia
Carambola
Descasque e corte as laranjas pelos gomos, tirando a pele. Faça isso já sobre o pirex fundo onde você vai servir, para não desperdiçar nem uma gotinha do suco.
Descasque o abacaxi, tire os olhinhos e o miolo (tem gente que não gosta) e corte em pedaços pequenos. Aproveite o suco!
Corte as goiabas, o melão, o mamão, as mangas, tudo mais ou menos do mesmo tamanho.
Corte as uvas nas metades e as bananas só no fim. Podem ser rodelinhas, podem ser metade de uma rodela.
Os morangos andam imensos e com gosto de nada, já perceberam? Corte mais ou menos no mesmo tamanho das mangas.
Os kiwis vão descascados, cortados em rodelas e então em ângulo, como fatias de pizza.
Já as lichias, as primas ricas das pitombas, é só tirar a casca, cortar a carninha na metade e jogar fora o caroço.
Dicas:
Use as frutas que você gosta. É a melhor maneira da salada ficar gostosa. Não gosta de melão? Não bote, uai. Troque por mexerica, melancia, pêssego, ameixa, o que você gostar.
Não adoce. Não misture creme de leite/leite moça. Deixe que o povo se sirva como preferir!
As carambolas, cortadas como estrelinhas, ficam lindas como enfeite. Mas é difícil achar uma carambola gostosa nas feiras ou hortifrutis. Bote só para inglês ver, mesmo. Mas, se você tiver um pé de carambola no quintal, me chame para conhecer sua casa! :D
Para ficar exótico, coloque uma colher de sopa de água de rosas (você encontra em lojas tipo Casas Pedro, no Rio de Janeiro, e Casa dos Frios, em Recife). Essa novidade de usar água de rosas na salada de fruta aprendi com uma amiga da Paula Clarice, que já apareceu aqui no Primeira Fonte, escrevendo sobre proteção animal. Talvez fique bom também com Água de Flor de Laranjeira. Experimente e me conte :)
Salada de fruta é um prato besta que nem devia ter receita, você deve estar pensando. A-ha! Está enganado, môbem! Saslada de fruta tem sim, seus truques.
Salada de Frutas
Laranja
Mamão
Banana
Goiaba
Uva sem caroço.
Manga
Abacaxi
Melão
Morango
e mais umas frutas que não são assim necessárias, mas, que se estiverem na época, vão bem na salada e dão um ar chique que dói :)
Kiwi
Lichia
Carambola
Descasque e corte as laranjas pelos gomos, tirando a pele. Faça isso já sobre o pirex fundo onde você vai servir, para não desperdiçar nem uma gotinha do suco.
Descasque o abacaxi, tire os olhinhos e o miolo (tem gente que não gosta) e corte em pedaços pequenos. Aproveite o suco!
Corte as goiabas, o melão, o mamão, as mangas, tudo mais ou menos do mesmo tamanho.
Corte as uvas nas metades e as bananas só no fim. Podem ser rodelinhas, podem ser metade de uma rodela.
Os morangos andam imensos e com gosto de nada, já perceberam? Corte mais ou menos no mesmo tamanho das mangas.
Os kiwis vão descascados, cortados em rodelas e então em ângulo, como fatias de pizza.
Já as lichias, as primas ricas das pitombas, é só tirar a casca, cortar a carninha na metade e jogar fora o caroço.
Dicas:
Use as frutas que você gosta. É a melhor maneira da salada ficar gostosa. Não gosta de melão? Não bote, uai. Troque por mexerica, melancia, pêssego, ameixa, o que você gostar.
Não adoce. Não misture creme de leite/leite moça. Deixe que o povo se sirva como preferir!
As carambolas, cortadas como estrelinhas, ficam lindas como enfeite. Mas é difícil achar uma carambola gostosa nas feiras ou hortifrutis. Bote só para inglês ver, mesmo. Mas, se você tiver um pé de carambola no quintal, me chame para conhecer sua casa! :D
Para ficar exótico, coloque uma colher de sopa de água de rosas (você encontra em lojas tipo Casas Pedro, no Rio de Janeiro, e Casa dos Frios, em Recife). Essa novidade de usar água de rosas na salada de fruta aprendi com uma amiga da Paula Clarice, que já apareceu aqui no Primeira Fonte, escrevendo sobre proteção animal. Talvez fique bom também com Água de Flor de Laranjeira. Experimente e me conte :)
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
O ENCONTRO QUE NÃO MARQUEI
Por Dade Amorim
Ia começar a faculdade, e o centro da cidade ainda era cheio de segredos, quando descobri o primeiro sebo, na rua de São José. Conhecia Monteiro Lobato e alguns autores, principalmente os da estante de meu pai, uma verdadeira mina. O sebo era uma descoberta e tanto. Fiquei meio perdida e um pouco delirante, conferindo os títulos, já pensando em levar uma pilha deles, quando vi o nome de Clarice Lispector numa lombada um pouquinho mais larga que a da maioria dos livros em volta. Tinha ouvido falar dela, que já fazia sucesso, e comecei a folhear o livro – O Lustre – e a lê-lo ali mesmo.
Nem é o melhor livro de Clarice, hoje sei. Mas era o primeiro dela com que tinha contato, e não conseguia parar de ler. Na condução, em casa, até altas horas, na manhã seguinte e em cada instante entre uma e outra atividade. Quase de um fôlego, até a página 341, a última. Depois vieram os outros, tudo que ela deixou escrito e nunca me cansei de ler.
Anos depois, com a cabeça mais fria e mais informação sobre literatura, acho que o que muitos consideram magia no texto de Clarice é simplesmente poesia. A força dessa primeira experiência deixou isso bem claro: ela escreveu poesia durante toda sua vida. Não uma poesia em forma de poemas convencionais, mas em estado puro, quase bruto, que flui de seus textos espontaneamente e foi sua grande motivação. Um certo aturdimento, o inesperado, as epifanias presentes em seus contos e romances, a escolha dos termos, tudo obedece a um impulso que se identifica com o que para mim é o melhor da poesia. Um olhar que não se deixa limitar ou contaminar por convenções ou conveniências, mas vai às fontes, seja lá o que sejam as fontes do que se percebe – e que ninguém descobriu ainda. Um raio-X capaz de ver as pessoas na íntegra, sem se deter na aparência, e chegar aonde o senso comum nem desconfia: a inocência, o primitivo de cada um de nós, o núcleo onde a pessoa se resolve. Clarice via o que a maioria apenas obscuramente pode intuir.
***
Espero que o Natal tenha sido muito bom, e que o novo ano prometa ser melhor ainda.
domingo, 25 de dezembro de 2011
SENHORA DO TEMPO : TRADIÇÕES NATALINAS NO NORDESTE: PASTORIL
Telinha Cavalcanti
Antes do Papai Noel, da árvore de Natal e das falsas neves neste calor tropical, a maior tradição natalina do Nordeste era o Pastoril.
Nesta bricadeira herdada dos europeus, dois cordões de pastoras cantam e louvam o nascimento de Jesus, comandadas pelo seu mestre-de-cerimônia, o Velho. São as pastoras dos cordões Azul e Encarnado que iniciam o ciclo natalino - e são elas que o encerram, com a queima da lapinha, tradição onde as palhas da manjedoura são queimadas no dia 6 de janeiro.
O Pastoril tem duas tradições: o Pastoril Sagrado e o Profano. No Pastoril Sagrado as pastoras anunciam o nascimento do Deus Menino - e no Profano, as alegrias da carne, com músicas de duplo sentido, brincadeiras do Velho e o leilão das flores que enfeitam os cabelos das pastoras e até de seus beijos...
Personagens do Pastoril
Mestra do Cordão Azul
Contramestra do Cordão Encarnado
Pastoras
Cigana
Borboleta
Diana - a única pastora sem Cordão, com metade da roupa azul, a outra metade vermelha
Velho - o mestre de cerimônias
A festa se inicia pedindo a permissão de São José:
Meu São José, dai-me licença
Para o pastoril cantar
Meu São José, dai-me licença
Para o Pastoril brincar
Viemos para adorar
Jesus nasceu para nos salvar
As pastoras se apresentam:
Boa noite, meus senhores todos,
Boa noite, senhoras também
Somos pastoras, pastorinhas belas
E alegremente vamos a Belém
A música de apresentação das pastoras e seus cordões pode mudar de acordo com a localidade...
As pastoras enaltecem seus cordões
"Azul é cor do céu, Azul é cor do mar
Azul é a rainha que nós vamos coroar!"
"É do meu gosto, é da minha opinião
de amar o Encarnado com amor do coração"
A Diana se apresenta
Sou a Diana, não tenho partido
O meu partido são os dois cordões
Com nossas danças, nossas cantorias
Alegraremos vossos corações
Todas as pastoras saúdam a Borboleta
Borboleta pequenina que vem para nos saudar
Venha ver cantar o hino que hoje é noite de Natal
Eu sou uma borboleta pequenina e feiticeira
ando no meio das flores procurando quem me queira
Borboleta pequenina saia fora do rosal
Venha ver quanta alegria que hoje é noite de Natal
Borboleta pequenina venha para o meu cordão
Venha ver cantar o hino que hoje é noite de Natal
Eu sou uma borboleta pequenina e feiticeira
ando no meio das flores procurando quem me queira
Borboleta pequenina saia fora do rosal
venha ver quanta alegria que hoje é noite de Natal
O Velho começa com suas brincadeiras
Vinde, vinde, moços e velhos
Vinde todos admirar
Vinde, vinde, moços e velhos
Vinde todos apreciar
Como isso é bom, como isso é belo
Como isso é bom, é bom demais
Olhai, olhai, admirai, como isso é bom, é bom demais!
Olhai, olhai, admirai, como isso é bom, é bom demais!
Versão original, com o Velho Faceta, mestre pernambucano do profano Pastoril do Velho Faceta
Versão global, com Os Trapalhões
No dia 6 de janeiro, encerrando o ciclo natalino com o Dia de Reis, as pastoras se apresentam na Queima da Lapinha
Antes do Papai Noel, da árvore de Natal e das falsas neves neste calor tropical, a maior tradição natalina do Nordeste era o Pastoril.
Nesta bricadeira herdada dos europeus, dois cordões de pastoras cantam e louvam o nascimento de Jesus, comandadas pelo seu mestre-de-cerimônia, o Velho. São as pastoras dos cordões Azul e Encarnado que iniciam o ciclo natalino - e são elas que o encerram, com a queima da lapinha, tradição onde as palhas da manjedoura são queimadas no dia 6 de janeiro.
O Pastoril tem duas tradições: o Pastoril Sagrado e o Profano. No Pastoril Sagrado as pastoras anunciam o nascimento do Deus Menino - e no Profano, as alegrias da carne, com músicas de duplo sentido, brincadeiras do Velho e o leilão das flores que enfeitam os cabelos das pastoras e até de seus beijos...
Personagens do Pastoril
Mestra do Cordão Azul
Contramestra do Cordão Encarnado
Pastoras
Cigana
Borboleta
Diana - a única pastora sem Cordão, com metade da roupa azul, a outra metade vermelha
Velho - o mestre de cerimônias
A festa se inicia pedindo a permissão de São José:
Meu São José, dai-me licença
Para o pastoril cantar
Meu São José, dai-me licença
Para o Pastoril brincar
Viemos para adorar
Jesus nasceu para nos salvar
As pastoras se apresentam:
Boa noite, meus senhores todos,
Boa noite, senhoras também
Somos pastoras, pastorinhas belas
E alegremente vamos a Belém
A música de apresentação das pastoras e seus cordões pode mudar de acordo com a localidade...
As pastoras enaltecem seus cordões
"Azul é cor do céu, Azul é cor do mar
Azul é a rainha que nós vamos coroar!"
"É do meu gosto, é da minha opinião
de amar o Encarnado com amor do coração"
A Diana se apresenta
Sou a Diana, não tenho partido
O meu partido são os dois cordões
Com nossas danças, nossas cantorias
Alegraremos vossos corações
Todas as pastoras saúdam a Borboleta
Borboleta pequenina que vem para nos saudar
Venha ver cantar o hino que hoje é noite de Natal
Eu sou uma borboleta pequenina e feiticeira
ando no meio das flores procurando quem me queira
Borboleta pequenina saia fora do rosal
Venha ver quanta alegria que hoje é noite de Natal
Borboleta pequenina venha para o meu cordão
Venha ver cantar o hino que hoje é noite de Natal
Eu sou uma borboleta pequenina e feiticeira
ando no meio das flores procurando quem me queira
Borboleta pequenina saia fora do rosal
venha ver quanta alegria que hoje é noite de Natal
O Velho começa com suas brincadeiras
Vinde, vinde, moços e velhos
Vinde todos admirar
Vinde, vinde, moços e velhos
Vinde todos apreciar
Como isso é bom, como isso é belo
Como isso é bom, é bom demais
Olhai, olhai, admirai, como isso é bom, é bom demais!
Olhai, olhai, admirai, como isso é bom, é bom demais!
Versão original, com o Velho Faceta, mestre pernambucano do profano Pastoril do Velho Faceta
Versão global, com Os Trapalhões
No dia 6 de janeiro, encerrando o ciclo natalino com o Dia de Reis, as pastoras se apresentam na Queima da Lapinha
sábado, 24 de dezembro de 2011
FREDZILA - MEERI KURISUMASU
Carlos Frederico Abreu
Vocês sabem qual a maior preocupação do japonês com a proximidade do Natal, principalmente as moças solteiras?
Quem pensou em montar a velha árvore ou comprar os presentes para aquele tio chato, passou longe.
Quem disse "arranjar um namorado" ganhou uma rabanada!
Com uma população cristã mal chegando a 1%, o Japão não comemora o Natal como nós o fazemos e, de alguns anos para cá, ele passou a ser uma data para os jovens casais de namorados se presentearem com chocolate e, por que não, exibirem suas cara-metades para familiares e amigos. Uma espécie de Dia dos Namorados de inverno, com direito a puri-kura (foto editada com coraçõezinhos, muito kawai!!), passeios de mãos dadas e (para quem pode gastar um pouco mais) uma ceia caprichada em algum hotel de luxo.
Dias 24 e 25 se trabalha normalmente, apesar do dia 23 ser feriado nacional (aniversário do Imperador).
A partir dos anos 80 começou se ver, nas grandes cidades, um pouco do conhecido "espírito natalino" ocidental nas decorações de rua - principalmente nas lojas de departamento (depaato), responsáveis por promoverem a data, incentivando a compra de presentes.
E tome rena estilizada, Papai Noel (Santakuroosu - adaptação para o japonês do nome Santa Claus) e o tradicional pinheiro ornamentado.
O Natal chegou ao Japão trazido pelos soldados americanos que ocuparam o pais após sua rendição na II Guerra Mundial e foi primeiro adaptado para as crianças: era apenas uma festa infantil com doces, sem o aspecto religioso.
É engraçado pensar como a ideia de um Menino-Deus nascendo em uma manjedoura deve parecer bastante bizarra para os japoneses (xintoistas e/ou budistas em sua maioria), uma vez que o berço (Bebii-beddo ou cama do bebê) é também uma 'invenção' ocidental.
Na ceia japonesa, encontramos, ao invés de rabanada, bolo (keeki) ou pão-de-ló. E, no lugar do peru, karaage (frango frito temperado).
Para aqueles que escolhem o dia como uma data especial, em comum com todos os Natais ao redor do mundo está o espírito de celebração, de passar a noite cercado por aqueles de quem você gosta.
Kurisumasu omedetou gozaimasu! (Feliz Natal!)
Vocês sabem qual a maior preocupação do japonês com a proximidade do Natal, principalmente as moças solteiras?
Quem pensou em montar a velha árvore ou comprar os presentes para aquele tio chato, passou longe.
Quem disse "arranjar um namorado" ganhou uma rabanada!
Com uma população cristã mal chegando a 1%, o Japão não comemora o Natal como nós o fazemos e, de alguns anos para cá, ele passou a ser uma data para os jovens casais de namorados se presentearem com chocolate e, por que não, exibirem suas cara-metades para familiares e amigos. Uma espécie de Dia dos Namorados de inverno, com direito a puri-kura (foto editada com coraçõezinhos, muito kawai!!), passeios de mãos dadas e (para quem pode gastar um pouco mais) uma ceia caprichada em algum hotel de luxo.
Dias 24 e 25 se trabalha normalmente, apesar do dia 23 ser feriado nacional (aniversário do Imperador).
A partir dos anos 80 começou se ver, nas grandes cidades, um pouco do conhecido "espírito natalino" ocidental nas decorações de rua - principalmente nas lojas de departamento (depaato), responsáveis por promoverem a data, incentivando a compra de presentes.
E tome rena estilizada, Papai Noel (Santakuroosu - adaptação para o japonês do nome Santa Claus) e o tradicional pinheiro ornamentado.
O Natal chegou ao Japão trazido pelos soldados americanos que ocuparam o pais após sua rendição na II Guerra Mundial e foi primeiro adaptado para as crianças: era apenas uma festa infantil com doces, sem o aspecto religioso.
É engraçado pensar como a ideia de um Menino-Deus nascendo em uma manjedoura deve parecer bastante bizarra para os japoneses (xintoistas e/ou budistas em sua maioria), uma vez que o berço (Bebii-beddo ou cama do bebê) é também uma 'invenção' ocidental.
Na ceia japonesa, encontramos, ao invés de rabanada, bolo (keeki) ou pão-de-ló. E, no lugar do peru, karaage (frango frito temperado).
Para aqueles que escolhem o dia como uma data especial, em comum com todos os Natais ao redor do mundo está o espírito de celebração, de passar a noite cercado por aqueles de quem você gosta.
Kurisumasu omedetou gozaimasu! (Feliz Natal!)
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
NATAL DOS SONHOS EM FLORIANÓPOLIS
Ensaio fotográfico de Esther Lucio Bittencourt
Colaboraram Amanda Borges, de 20 anos, que se apresenta como manezinha, com muito Menezinho da Ilha na Wikipédia e Raquel Bittencourt.
A festa começa dom apresentação do coral de alunas das escolas secundárias de Florianópolis nas janelas do Palácio Cruz e Souza, Museu Histórico de Santa Catarina
Os trajes remetem aos colonizadores da Ilha
A árbore da vida lembra o filme Avatar
Colaboraram Amanda Borges, de 20 anos, que se apresenta como manezinha, com muito Menezinho da Ilha na Wikipédia e Raquel Bittencourt.
A festa começa dom apresentação do coral de alunas das escolas secundárias de Florianópolis nas janelas do Palácio Cruz e Souza, Museu Histórico de Santa Catarina
Abre o desfile a Banda de Papai Noel
Os trajes remetem aos colonizadores da Ilha
A árbore da vida lembra o filme Avatar
Anjos no alto da Catedral simulam voos enquanto os sinos tocam encerrando a festa.
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