Gilvania Ferreira
casando no Cristo Redentor
Há 12 anos, tenho um verdadeiro caso de amor com o Rio de Janeiro. E quem ama, cuida. Nestes últimos meses, não tenho me dedicado a cuidar desse sentimento como ele assim o bem merece. Responsabilidades do dia a dia, que por vezes nos obrigam a diminuir as horas de prazer, fizeram-me negligenciar a coluna sobre o Rio que tão gentilmente a minha comadre e madrinha de casamento, Stella Cavalcanti, ofereceu para que eu pudesse falar sobre este amor.
Tentei, mas nitidamente não estava dando ao Rio a atenção que ele merece e, muito menos, a quem aparecia por aqui para prestigiar o Primeira Fonte – a todos, a propósito, mil desculpas.
E aí chegou aquele momento doloroso da relação, que é o de dar um tempo. Mal pude compartilhar com todos os que aqui passaram os encantos de uma cidade tão retratada na mídia como um reduto de tudo o que é mais violento, dando aquela falsa impressão de que assim que você puser os pés no Rio morrerá vítima de uma bala perdida.
Claro que isso pode acontecer – como em qualquer outro lugar do mundo.
O Rio tem suas mazelas, é claro, eu também as vejo. Porém tem tantas coisas boas que chegam a ser injustas tantas piadas de mau gosto que fazem por conta de tão grave problema enfrentado pela cidade e por seus cidadãos.
Óbvio que tragédias acontecem diariamente, mas você bem sabe, amigo e amiga leitores, que isso não é uma questão localizada na cidade que tanto amo – só quase não é exibido nas maiores redes de TV do país.
com Garrincha, no Maracanã
Mas lembre-se: o Rio não tem a alcunha de Cidade Maravilhosa à toa. Sua geografia encantadora, a proximidade entre morro e mar, o verde se insinuando por entre as construções de concreto (ou seria o contrário?), a mistura de sotaques, de cores, de nacionalidades e de sorrisos tornam esta cidade especial.
Não é incomum os comentários de turistas estrangeiros que, ao contemplarem a bela vista do alto do Corcovado, afirmam ser aquele o cenário mais bonito do mundo. Exagero? Pegue sua mala e confira você mesmo.