Por Bianca Monteiro
O natal, data do calendário cristão, simboliza o nascimento de Jesus, mas principalmente, é uma data comercial. É quando as lojas ficam cheias (de gente) e, simultaneamente, vazias (nos estoques). Os panetones tomam conta das prateleiras do supermercado, a propaganda do Especial Roberto Carlos começa a passar, vermelho, verde e branco estão presentes em todas as decorações, acompanhados sempre da árvore com bolas coloridas e uma estrela na ponta, além das luzes piscando nas casas (que na verdade, é a parte que mais gosto), os filmes na televisão, e as canções típicas (tendo como minha favorita “All I Want For Christmas Is You”, no vídeo, com a versão do My Chemical Romance, e “I Wish It Was Christmas Today”, do Julian Casablancas). Na minha visão, é o que torna mais óbvio que o fim do ano está próximo, até mais do que o próprio reveillon.
O tal “espírito natalino” consiste na solidariedade, na intenção de ajudar e distribuir presentes, assim como faria “o bom velhinho”, representante desta data. As pessoas tentam reproduzí-lo na troca de presentes à meia-noite do dia 24, após a ceia, ou como nos Estados Unidos, na manhã do dia 25, deixando-os apenas embaixo da árvore.
Na minha casa, o natal é apenas uma desculpa para unir a família (grande, por sinal). Prefiro que todos venham passar conosco, já que é complicado viajar na véspera, o trânsito de fim de ano é o pior imaginável. E também na casa dos familiares não tem como realizar meu hábito anual de, como boa fã de Tim Burton, passar este dia assistindo O Estranho Mundo de Jack.
Sou fascinada por luzes, olhá-las durante a noite num ponto alto da cidade… E no natal, como ficam ainda mais exuberantes, são o que mais gosto, como já mencionei. O que menos gosto é a programação da tv, que se torna insuportável por causa da quantidade de filmes (alguns sobre o natal em si, mas a maioria sobre o nascimento de Jesus e outras histórias que estamos cansados de saber), na insistência dos comerciais de lojas que pretendem faturar muito, dos programas já existentes que fazem versões especiais natalinas com supostos “Papais Noéis” iludindo crianças… E tudo de apelativo que fazem em nome da data comemorativa.
Por causa da música do inspirador John Lennon (Happy Xmas [War Is Over], no vídeo abaixo), sempre ao chegar essa data tenho a reflexão “do que tenho feito”… E que na verdade, não me faz chegar à conclusão alguma. Só faz com que eu espere ansiosamente o ano em que eu tenha uma, e em que “o mundo não esteja tão errado”.
Meus sinceros votos de feliz natal para todos! (: