Serão oferecidas 30 bolsas para a criação literária, no valor de R$ 15 mil cada, para escritores iniciantes, e 20 bolsas para circulação literária, no valor de R$ 40 mil
O presidente da Fundação Nacional de Artes – Funarte, Antonio Grassi, e o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, lançaram, na quinta-feira (28/06), as Bolsas de Criação e Circulação Literária BN/Funarte. O evento, realizado no Auditório Machado de Assis, na sede da Biblioteca Nacional, no Rio, contou com a presença de diretores e colaboradores das duas instituições vinculadas ao Ministério da Cultura, escritores e público em geral. O projeto tem investimento total de R$ 1,6 milhão.
Na abertura, Antonio Grassi disse que a iniciativa permite aos novos escritores circularem pelo país com suas obras, e que a parceria entre a Funarte e a Biblioteca Nacional possibilita o desenvolvimento de várias ações, como a participação do Brasil na Feira de Frankfurt, Alemanha, e a realização do Ano Brasil-Portugal. Grassi destacou, ainda, que o resultado das ações comprova a eficácia do programa, que nas últimas edições teve 50% das obras publicadas, o que reforça a possibilidade de ampliação das Bolsas.
O presidente da Funarte ressaltou que a participação da Biblioteca Nacional no concurso traz a possibilidade de uma avaliação e de um acompanhamento dos projetos de forma mais refinada. “Não basta lançarmos um edital e darmos um prêmio, temos que acompanhar e ver o desdobramento dele e a parceria com BN vai possibilitar isso”. Grassi disse também que espera conseguir mais recursos para ampliar o número de contemplados, uma vez que a instituição tem a expectativa do aumento da quantidade de suplentes.
O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim exlicou que os Editais de Criação e Circulação Literária estão relacionados a várias ações da FBN, como a Caravana de Escritores, o Circuito Nacional de Feiras de Livro e Festivais Literários que, em 2011, devem envolver 200 iniciativas. Galeno acrescentou que a instituição pretende estimular os proponentes a interagirem com estes outros projetos, além de participarem dos Saraus e da programação cultural. O presidente da FBN afirmou também que os selecionados pelas Bolsas poderão participar dos Comitês do Proler, nos municípios atendidos pelo Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, principalmente aqueles que venham a ser contemplados com as Bolsas de Circulação Literária.
Galeno Amorim destacou que a iniciativa vem coroar de maneira expressiva o esforço comum das duas instituições no âmbito do Plano Nacional do Livro e Leitura, implantado pelo Ministério da Cultura.
Para Janaína Michalski, autora de Céu de fundo do mar e outras memórias, livro infantil de contos, um dos selecionados no edital de 2010 dentre os mais de 1600 inscritos, participar do concurso representou “um conforto”, pois, além da bolsa para escrever, a seleção foi um reconhecimento artístico ao seu trabalho. “No momento, em que uma banca de pessoas respeitáveis aprova o meu projeto, com recursos do governo federal, significa que ele tem consistência artística e intelectual. Isso foi de extrema importância para minha autoestima de escritora, para o andamento do projeto e para me posicionar na carreira, já que tenho três livros em negociação para serem publicados.”
A jornalista paraense Conceição Campos, que também participou do mesmo edital, afirmou que sua experiência foi muito positiva. “Foi tão incrível! Além de ter um tempo para se realizar o projeto, na inscrição bastava ao escritor apresentar um projeto literário consistente, com metodologia e cronograma sérios. Foi o único edital, dos que vi até hoje, que permitia ao escritor receber para escrever. Os outros editais, concursos ou prêmios acabam exigindo que o escritor seja quase um editor.” Conceição Campos pretende concorrer às Bolsas de Literatura e Circulação Literária, e já tem prontos os dois projetos.
Participaram também do lançamento das Bolsas de Criação e de Circulação Literária a diretora executiva da Funarte, Myriam Lewin; o diretor do Centro de Artes Cênicas, Antonio Gilberto; o diretor do Centro da Música, Bebeto Alves; o gerente de Edições, Oswaldo Carvalho, além de outros funcionários da Funarte.