sábado, 21 de julho de 2012

LEVE-ME AO SEU LÍDER - ALIENÍGENAS TOMARAM O LUGAR DOS ANJOS

Carlos Frederico Abreu





Se você estiver escrevendo sobre o futuro, e não se tratar de meteorologia, você provavelmente vai estar escrevendo Ficção Científica (FC).

Já foi dito que a FC é a verdadeira literatura do nosso tempo. Com ela podemos explorar as conseqüências de novas tecnologias, mostrando o resultado, tanto para o bem quanto para o mal.


Ficção científica 1 x 0 Romance realista

Com a FC podemos explorar a essência do que é ser humano, extrapolando qualquer fronteira.


Ficção científica 2 x 0 Romance realista

Com a FC podemos propor mudanças na sociedade, Utopias e distopias têm demonstrado que sabemos bem como fazer o inferno na Terra, mais até do que o céu.

Ficção científica 3 x 0 Romance realista

Com a FC viajamos pelo universo somente com a imaginação, à bordo de uma nave, seja no espaço externo do clássico filme “2001 Uma odisseía no espaço”, ou no interno, como em “Viagem Fantástica”, ou também no ciberespaço de “Matrix”.

Ficção científica 4 x 0 Romance realista

É goleada !!



Dizem os estudiosos que a FC como forma, é oriunda da narrativa teológica “O Paraíso Perdido” de John Milton.

As ressonâncias teológicas em filmes como “Guerra nas Estrelas” são óbvias.

Podemos concluir que extraterrestres substituíram em nosso imaginário, anjos e demônios.

Como William Blake observou faz tempo, é a imaginação humana que direciona o mundo.

Antigamente ela só produzia efeito no mundo humano, pequeno em comparação com o enorme e poderoso mundo natural ao seu redor. Hoje estamos perto de estar no controle de tudo (exceto de terremotos e do clima).

É a imaginação humana, em toda a sua diversidade, que direciona o que fazemos com nossas ferramentas, e a literatura é uma projeção da nossa imaginação. Ela permite que ideias sombrias venham à luz, onde possamos enxergar com clareza quem somos, o que desejamos e quais são os limites para nossos desejos.

Entender a imaginação não é mais um passatempo, mas uma N-E-C-E-S-S-I-D-A-D-E.

Cada vez mais, se podemos imaginar, somos capazes de fazer.

Adaptação de “Aliens have taken the place of angels” (Margaret Atwood - Junho/2005)