segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Conviver é preciso



 
É inevitável. Às vezes desejável; outras, cansativo, tedioso e até irritante.
Convive-se em casa, nas calçadas, nos transportes coletivos – com sorte, num trem de metrô meio vazio ou num ônibus de horário mais tranquilo; ou então ocupando espaços impossíveis, sentindo os odores alheios, ouvindo conversas estranhas e até aturando o assédio de algum sem-noção. Convive-se no táxi, no avião, no mercado, no shopping, no clube, na boate, na igreja, no trabalho, na escola. É preciso aprender desde cedo porque, caso isso não aconteça, forma-se um ser anti-social ou uma daquelas pessoas que não sabem como lidar com o próximo e acabam se machucando muito pela vida afora.

Gente exige treinamento. Na falta dessa preparação para a convivência, alguma coisa essencial para uma vida satisfatória fica faltando e a consequência pode ser uma solidão difícil de aturar ou um comportamento pendular e muita insegurança. Ver os outros com olhos hostis sem um motivo sólido, apenas como uma forma de autodefesa, é um desastre para o convívio. Uma espécie de desvantagem de início, se olharmos a coisa como um jogo (e a vida tem um lado lúdico que não dá pra ignorar). Tenho visto pais que induzem essa atitude nos filhos ainda crianças, achando que com isso os tornam mais fortes para conviver. Ter uma atitude pejorativa para as diferenças alheias, pretender tirar vantagem em tudo e assumir o lado brucutu, que cada um de nós carrega, como exemplos para os filhos, podem pavimentar um caminho para a encrenca e estragar boa parte da vida deles.

Cada convivência tem seus lados amenos, agradáveis ou ásperos e indigestos. Quando predominam os últimos, é preciso saber onde se pisa para não sofrer as consequências em todo seu peso. Assim como é preciso estar preparado para poder tirar de uma boa convivência tudo que pode nos dar em termos de amizade, amor ou companheirismo.
Coisas que só se aprende convivendo.