Por Esther Lucio Bittencourt
Há ocasiões em que não se consegue racionalmente explicar os fatos que nos inquietam.
Por exemplo, como uma pessoa divorciada, do sexo feminino, em pleno mundo ainda patriarcal e feudal, consegue chegar a presidência de um país, como o Brasil, pertencente ao Terceiro Mundo com alguns segmentos de sua sociedade e ingressando no mundo desenvolvido e, ainda por cima, substituir um torneiro mecânico?
Deve-se isto ao carisma do Presidente Lula, que sai após dois mandatos, com um percentual de 86% de aprovação de sua gestão ou a ascendência da classe C, promovida por este mesmo governo onde os preceitos morais e os preconceitos são rarefeitos, pois eles transitam na realidade das grandes cidades e do interior deste grande País, onde pais copulam com filhas, mulheres conseguem ter filhos de vários homens, ou seja,os preceitos religiosos e tradicionais que conformaram e deformaram as famílias burguesas, não fazem parte da cultura C ?
Sem preconceito, quero deixar bem claro, pois não há conceito ou pré que superem a realidade. O mundo está assim e ponto. O mundo foi reprimido por realezas, guerras, religiões, inquisições, mas hoje, apesar da carga cultural feudal e patriarcal há a cisão, o caminhar destes preceitos sobre areia movediça, o que significa que estes poderes estão soçobrando.
Nestes momentos procura-se explicações místicas, cabalistas, numerológicas para o que não entendemos. O ser é humano...
Atentei para isto quando vi MMXI, símbolo entre o G e o E, o número 2011 em romanos que o google inseriu na sua apresentação de hoje. Onze é um número interessante para os qual há várias interpretações.
Ao pesquisar no google li que 11 é “o número das revelações. O plano de conhecimentos mais elevados. O ideal. A junção de Deus = 1, com o mundo =10: é o sinal do início do conhecimento de Deus, isto é, da admissão à vida superior dos céus. Símbolo da transição, excesso e perigo. Número da fragmentação, sendo por isso também considerado diabólico.”
Tem muito mais: como o número 11 ser um excesso e estar fora do plano divino que termina no número dez.
Deixando de lado o que não entendo, com a certeza de que o 11 fará parte de nossas vidas durante 365 anos, ouço os comentaristas da TV enfatizar que a Presidente Dilma é um ponto obscuro, pois ninguém a conhece, mas deve fazer um governo inexpressivo, ou seja, empurrar a presidência com a barriga. Machismo? Sei lá!
No entanto, busco explicar para mim o porque de nada seguir em frente em Caxambu, cidade do Sul de Minas que escolhi para morar desde que o microcosmo, que é o interior de um país, reproduz o macrocosmo, as grandes cidades.
Durante dois anos a população sonhou com a perspectiva de vir para a cidade um campus avançado da Universidade Federal de Lavras. O assunto melou.
Havia expectativa em torno do Balneário do Parque das Águas, que tem 12 fontes de água mineral com características distintas, inaugurado no ano passado. Muitos acreditaram que poderia ser a salvação da economia da cidade cuja população vai embora em busca de oportunidades, como acontece com as cidades que ficam fantasmas.
O Balneário ainda não vingou.
Não tenho nenhum número para explicar a cidade em que escolhi morar mas, se um torneiro mecânico e uma mulher, ainda por cima divorciada podem ocupar a presidência do Brasil, só nos restar cultivar a esperança de que, um dia, Caxambu, pode vingar. Estamos num ano que termina em onze. Quem sabe para Caxambu seja este um ano de transição?