quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

UM DIA EM OURO PRETO

Por Ana Laura Diniz
colaborou Esther Lucio Bittencourt

Museus, casas coloniais, igrejas, ladeiras, becos e a necessidade de muita força nas canelas. As lembranças de criança que eu tinha de Ouro Preto parecem imutáveis. As pernas ainda doem ao subir repetidas vezes as ruas. Os museus estão nos mesmos lugares embora pareçam ter cedido espaço aos muitos bares e restaurantes que se acumulam. Os hotéis e as pousadas se enroscam no emaranhado de casas. Algumas tombadas pela ação do tempo, dos morros, mais precisamente pelo número de caminhões que cortavam a cidade e faziam a terra literalmente tremer. 

Dos quartos do segundo andar da Pousada Casa Grande, onde nos hospedamos, por exemplo, as paredes ainda tremem quando os ônibus passam pela rua. Ouro Preto ganhou casas tão tortinhas quanto a famosa Torre de Pisa. Itália que se cuide. Também porque os italianos são presença marcante na cidade. E ingleses, franceses, americanos e alemães. "As pessoas lá de fora valorizam mais aqui do que o próprio brasileiro", diz o ouropretano Marcos Silva, vendedor de pedra sabão. 

Verdade ou não, os brasileiros estão também por lá. Os que moram na cidade, reclamam do alto custo de vida. O que é cobrado para o turista se cobra também do morador que recebe, quando muito, um salário comercial por volta de R$ 600,00. 

Com tantas casas aglutinadas, becos e caminhos sinuosos, é difícil narrar a vida moderna de Ouro Preto. A cidade é toda interrompida. A história de séculos está atravessada no comércio que tem nas vendas de artesanato o seu principal atrativo. Mas é justamente ali, naquele pedaço de terra, que está boa parte do patrimônio cultural da humanidade e o mais importante conjunto arquitetônico barroco do País. 

A cidade nasceu sob o nome de Vila Rica por meio da expedição comandada pelo bandeirante Antônio Dias e após 30 anos já tinha 40 mil pessoas trabalhando na exploração desordenada do ouro. Passou-se a chamar Ouro Preto após a Independência do Brasil e foi capital de Minas Gerais até os idos de 1897.

Abaixo, um ensaio fotográfico feito pela jornalista Esther Lucio Bittencourt e essa que aqui vos narra a saga da cidade do ouro, de calçadas desiguais e solas de sapatos de todo o mundo.









E A CARAVANA DO PÊÉFE CONTINUA!