sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

JAZZ & ADJACÊNCIAS

Por Jorge Carrano

Certa feita o Louis Armstrong comentou com alguém "se você pergunta o que é jazz, então você nunca vai entender".

Nunca perguntei o que é jazz, e acho que consegui captar a essência deste gênero musical.

Não tenho explicação, aparente, conhecida, para justificar este meu gosto pelo jazz e adjacências (blues, spirituals, gospel, etc) a menos que tenha, o que é pouco provável mas não impossível, um pé nas plantações de algodão na Geórgia.

Minha mais remota lembrança me alcança com 9 ou 10 anos de idade, ouvindo na rádio Metropolitana, às 17 horas,  o programa "Pelas Esquinas de Beverly Hills". Gente, isto era em 1949.

Dito programa executava música americana, com ênfase nas grandes orquestras, nas famosas Big Bands, lideradas por Artie Shaw, Tommy Dorsey, Glen Miller, Billy Ekstine e outros, muito em moda na época.

Elas desapareceram, como desapareceram no Rio de Janeiro, Waldyr Calmon, Ed Lincoln, Sylvio Viana, Românticos de Cuba e outras. A única que sobrevive, embora sem a expressão do passado e se apresentando de maneira pontual, é a Tabajara, fundada pelo Severino Araújo.

Estas grandes bandas deram guarida e foram a porta de entrada para grandes músicos, alguns dos quais formaram suas próprias bandas ou fizeram sucesso em carreira solo. Deles iremos falando aqui aos pouquinhos, para não ficarmos intoxicados. Nenhuma alusão ao uso exagerado de drogas, mas seria pertinente se houvesse intenção.

Por que eu apreciava aquele tipo de música? Vai saber!

A maioria de meus amiguinhos ou não era ligada em música ou ouviam Marlene e Emilinha, no César de Alencar.

Se você está se perguntando por que esta digressão se o tema do post é jazz, já respondo. Porque tenho que me apresentar ao público leitor do Jornal Primeira Fonte, que não vai entender como um sujeito sem formação musical, que não toca qualquer instrumento, nem caixa de fósforos, pode pretender escrever sobre música, e logo sobre jazz que é, sem dúvida, a mais clássica das expressões artísticas populares.

Mas se levarmos em conta que a Telinha pode apresentar receitas de olho, por que eu não poderia fazer comentários de ouvido?

Pois é, fica difícil saber quem está mais fora de seu juízo perfeito, se eu que aceitei a incumbência ou se a jornalista Ana Laura Diniz, que formulou o convite.

Também tem o seguinte: quando ela falou que não receberia nada pelo que irei escrever, fiz logo uma exigência.  Ou me paga o dobro ou não colaboro no Jornal. Afinal, devo me valorizar, não é?

Reclamações, críticas ácidas, vitupérios e eventuais ameaças, por favor, dirijam à direção do Jornal.

E sobre jazz que é bom, por hoje é só. Se você está lendo este post, significa que foi publicado e, consequentemente, terei chance de voltar e comentar um álbum, um intérprete, uma canção, sempre tendo como embasamento minha emoção, meu sentimento e nada mais.