quinta-feira, 15 de novembro de 2012

ANTI-UTOPIA E O PESADELO VIRTUAL NO CINEMA: A ARTE IMITA A VIDA OU A VIDA IMITA A ARTE?


Na semana do dia 29, 30, 31 e 01 de novembro de 2012, ocorreu na cidade de Itajubá/MG, nas dependências da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), o III Simpósio de Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade. Entre inúmeros debates e discussões, o Prof. Diego Kenji Marihama apresentou um artigo sobre a ANTI-UTOPIA E O PESADELO VIRTUAL NO CINEMA: a arte imita a vida ou a vida imita a arte?

Por Diego Kenji Marihama

O objeto deste artigo é a anti-utopia do imaginário no cinema, embora acreditemos que tanto a literatura, quanto a arte, possuam estas características anti-utópicas trazidas aqui, ou seja, a sociedade mostra-se corruptível; caem as máscaras das normas que determinam os princípios criados para bem comum e aparece sua face distópica de flexibilidade oportunista que atende a interesses escusos e particulares. Acreditamos que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s) deveriam trazer mais tempo livres ao trabalhador, entretanto é usada como ferramenta de submissão e já não suportam um embuste tradicional equivocado que se caracteriza pela informação desvinculada da realidade.

Este trabalho se justifica por trazer estas contradições mostrando que o indivíduo, a comunidade, a sociedade e a humanidade sob o olhar da ciência e da tecnologia são fios que se enredam, se entrelaçam, se interpenetram, e se retro-alimentam na complexidade de um novelo onde cada parte contém o todo e é por ele contida sem perder sua autonomia e a fraude entre a teoria e a prática do uso das técnicas vem sendo denunciada nestas manifestações cinematográficas.

O objetivo aqui é discutir a concepção de tecnologia, no imaginário anti-utópico cinematográfico, e seu impacto na sociedade, buscando analisar as imagens como meio de expressão e veículo formador do imaginário social.

A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica em livros, filmes, revistas e na web, onde pesquisamos os imaginários tomando como exemplos o livro “Admirável Mundo Novo” escrito por Aldous Huxley publicado em 1932 e também os filmes “Tempos Modernos” de 1936, “1984” publicado em 1949 “Matrix” de 1999, embora existam muitos outros, para mais do que perceber a distinção entre real e imaginário, perceber a confusão entre estas duas dimensões.

Os Resultados e Conclusões são que estes filmes e livros são trabalhos que representam um marco da Psicopatologia do Trabalho.

A dignidade da pessoa humana clama por justiça, aonde quer que ela esteja, e seja ela quem for. Transigir com o desrespeito à supremacia da sensibilidade do ser humano, negando-lhe esta qualidade é, acima de tudo abrir mão de qualquer sentimento moral, negando ao homem o direito de existir. A superação da indiferença e uma postura responsavelmente empática são fundamentais para a superação da frieza da materialidade imposta pelo mundo individual e materialista.

Natureza, trabalho e conhecimento são conceitos centrais para, a partir das possibilidades que a realidade atual nos apresenta, pensar uma utopia que supere as conquistas da modernidade e incorpore o domínio coletivo e consciente das ciências, das técnicas, das escolhas de produção, de distribuição e de consumo de bens materiais e não materiais, elementos que não podemos desprezar pois corremos o risco da violência psicológica no trabalho e do processo de banalização da injustiça social.

Portanto, este artigo reveste-se de uma importância significativa à medida que trouxe o cinema denunciando de maneira sintética, o sofrimento no trabalho; um tema tão presente e próximo da realidade de todos os trabalhadores.