Quando o assunto é música experimental, indie e rock progressivo, muitas pessoas torcem o rosto. Isso acontece porque várias bandas – no intuito de fazer um som diferente – acabam se perdendo na falta de costura melódica, harmônica, tornando chato o que poderia ser legal.
Mas eis que a generalização é sempre fonte de injustiça, e entre experimentações, alguns grupos emplacam. A bem entender, falo de Belle and Sebastian e Cake.
A primeira, banda de indie pop escocesa, formada em janeiro de 1996. Seguiu por anos a mesma linha do famoso The Smiths até sofrer influências do soul e do funk nórdicos. Cheio de singles, seus discos sempre chegaram ao Brasil com o peso dos preços dos importados. A banda logo se tornou “cult”, e talvez por isso, nunca tenha chegado a ganhar maiores projeções no Brasil.
Quem fez um tanto mais de barulho chegando às discotecas e às paradas de sucesso das capitais brasileiras foi Cake. Formada em 1991, a banda – frequentemente rotulada como sendo de rock alternativo ou progressivo – surgiu na Califórnia. Mas na verdade, ela é muito mais do que isso, e mesmo tendo a sua parcela “cult”, não se limitou.
Mais elaborado, seu estilo tem um toque, principalmente suas releituras musicais, de vanguarda européia; deixando claro, por vezes, grande influência da música francesa. E não para por aí. Há uma mistura envolvente de jazz, pop, funk, rap, country, ska. Daí, o Cake, ou melhor traduzindo num trocadilho infame, o bolo que dá forma à sua massa musical.
E a banda cresce sem fermento, mesmo com a saída e a entrada de seus integrantes. Com letras cheias de ironia e de humor, as prediletas são ainda as que marcam o início da banda: “Never There”, “Frank Sinatra” e as divertidas e clássicas releituras de “Perhaps, Perhaps, Perhaps”, de Osvaldo Farres, e “I Will Survive”, de Gloria Gaynor.
Frank Sinatra
I will survive
Perhaps, perhaps, perhaps
Never There