Carlos Frederico Abreu
A próxima parada da viagem foi monte Aso, que, na verdade, é uma região e não propriamente um monte - é uma cadeia de montanhas com vinte e seis vulcões.
A calma bucólica da região não permite imaginar como deve ter sido há dez mil anos atrás, com todos os vulcões em erupção permamente.
O ponto central entre eles acabou cedendo, e hoje esta região se chama em, japonês, Aso, ou Caldeira - e tem 40 quilômetros de circunferência.
Depois de duas horas subindo, paramos em uma daquelas paradas típicas para turistas, com restaurantes, shoppings, lojas de produtos da região e disputadíssimos banheiros.
O interessante da região é que se trata de uma das poucas áreas em que se encontra gado leiteiro, além de carne de corte. A melhor surpresa deste dia foi encontrar pela primeira vez desde que cheguei no arquipélago, um lugar vendendo queijo, tipo petisco, e caro.
200 gramas por 30 dólares. Caviar, com certeza, era mais barato.
Fomos para um restaurante kaitenzushi (servem a comida em uma esteira rolante e o freguês se serve do que desesjar), mas estava em obras. Então nos dispersamos, à procura de outro lugar para comer.
Depois de perambular pelo local e torcer o nariz para a maioria dos restaurantes, encontrei uma verdadeira cantina japonesa! TOSCANA! Que alegria!
Tirando a dificuldade de escolher o que comer, em um menu todo em kanji... eu estava no céu!
Como sempre, havia um japonês solícito que se esforçou para me atender com o máximo de simpatia e cortesia e me indicou a pizza da casa, uma marguerita. Massa fina crocante, queijo branco, tomate e um azeite leve e cheiroso!
Tudo isso e um canecão de ‘biru’ por 1.980 ienes (20 dólares). Pagaria até o dobro!
Dali fomos ao ponto mais alto, um mirante com teleférico para chegar até a cratera.
Infelizmente (ou não) a subida estava fechada.
O querido vulcão, apesar de inativo, solta gases venenosos - e quando a emissão passa do limite aceitável, o teleférico não sobe.
Caminhei pelo mirante, tirei algumas fotos e quase fui atropelado no estacionamento por um porsche verde metálico com capota preta dirigido por uma japonesa loiraça-belzebu, de óculos rayban. Devia ser a Paris Hilton de Kumamoto.
Seria uma boa história para contar para os netos:
’Vocês estão vendo esta cicatriz? Uma vez, lá no alto do vulcão Aso...’