Carlos Frederico Abreu
Adoro a comida japonesa (nihon shoku), e sei que aquela que estamos habituados no Brasil a chamar de 'japonesa', não é a que se come no Japão, não todos os dias.
O sushi por muito tempo foi considerado uma iguaria, apenas para ocasiões especiais, e o
surgimento dos kaitenzuchis veio ajudar a mudar isso.
Kaitenzuchi são restaurantes que servem basicamente sushi, mas diferente do estilo tradicional que conhecemos (sushiya); no kaitenzushi os clientes escolhem os pratos que estão dispostos sobre uma esteira rolante (a velocidade é de aproximadamente 4 cm por segundo).
O número de pratos e as suas cores, determinam o valor a ser pago ao final.
A inspiração para a criação destes restaurantes, em 1958, veio da esteira de uma fábrica de cerveja alemã. Hoje são quase 5 mil restaurantes deste tipo no Japão e a maioria adota o sistema econômico, ou seja, o prato mais barato sai por 100 ienes (105, com imposto incluido), mas não dá para esperar que o peixe seja fresco por este preço, né?
São basicamente um fast-food à moda japonesa.
Os tamboretes não incentivam os fregueses a permanecer muito tempo sentados, e o serviço rápido garante a rotatividade: conseqüentemente, mais clientes atendidos.
Cada freguês dispõe usualmente de um oshibori (uma toalha úmida para limpar as mãos), um pequeno recipiente para o molho de soja e a garrafinha de shoyo, tsume (um molho adocicado que fica muito bom com enguia), hashis descartáveis, um cardápio plastificado e gari (gengibre fatiado em vinagre). O sencha (chá) é de graça, e cada um se serve à vontade.