quinta-feira, 24 de novembro de 2011

CORRESPONDÊNCIA URBANA COM FERNANDO NIMAN

Fernando Niman, o homem por trás das câmeras
Há meses, diariamente, encontrava com Fernando Niman no café da esquina do calçadão e tomávamos um, dois, às vezes três curtos - que é o mesmo que um super expresso, tão forte que a borra do pó descansa no fundo da xícara e em suas bordas fica a marca dele. É muito usado para leitura de sorte, algures. Aqui, em Caxambu (MG), não sei de quem o faça.


Mas, atualmente quando nos encontramos, o que é raro, não porque tenhamos deixado de tomar café, apenas os horários não coincidem, nos vemos em outros cantos.

Ele cultiva amor por imagens, recupera filmes e slides antigos e os transforma em novos filmes. Toca piano magnificamente, e aprecia cinema, além de fazer curtas em seu laboratório no micro, e é empresário bem sucedido na "Casa Oriental".

Veja um vídeo feito na casa dele, quando um dos rapazes do coral dos EEUU que se apresentou em Caxambu , na Igreja Santa Isabel de Hungria, tocou no piano dele (página do Fernando Niman no Youtube). Se preferir, procure pelo título: 

American Friends Moonlight Sonata - I'll Be Seeing You

Então, ontem, resolvi estabelecer uma correspondência com ele e fiz-lhe estas perguntas:

Fernando, Caxambu é uma cidade, certo, uma pequena cidade, ou melhor, cidade do interior mineiro. Você nasceu aqui, mora aqui. Só uma irmã mora em São Paulo. A família está aqui, os amigos idem. Se você precisasse ou desejasse sair daqui para onde iria? Pode me contar como é esta experiência?

Ele é sucinto como um rinoceronte e respondeu apenas isto. Explico o rinoceronte da história. É por causa de Salvador Dali personificado no filme "Meia-noite em Paris", que vi junto com Fernando no cinema. Ficou claro?


Fernando Antonio Niman
10:50 PM (13 hours ago)
to me
Que pergunta mais difícil, sei lá... Não viajo com a frequência que gostaria. Não tenho repertório. Parâmetro comparativo. Acho que seria outra cidade do interior também. Não gosto de grandes centros. Mas não arrisco dizer algum outro lugar específico. Gosto muito de casos perdidos. Por isso manifesto a vontade de presenciar cada mudança desta terra. Do povo louco que nela habita e que eu me incluo. De ter a garantia de participar de toda decadência e de um possível ressurgimento inesperado, milagroso, caridoso ou seja lá de qualquer procedência. Talvez até mesmo político, pois a cavalo dado não se olha os dentes.  E ter a garantia de viver num romance onde a gente conhece bastante, e alguns bem a fundo, as características dos personagens. Acho que isso torna a vida muito mais interessante. 

Este vídeo Fernando Niman montou com imagens produzidas por ele mesmo, usando um softaware especial. Nós amamos Mahler, e, principalmente "Das Lied Von der Erde" e, especialmente "Der Abschiede". Quando ele conseguiu Bernstein regendo Mahler não parou de ouvir. Era um ritual de todos os dias. Até que descobriu o que o movia.


Confira (e descubra você também) no Youtube, o vídeo intitulado: 

Mahler - Das Lied von der Erde - Der Abschied - O Adeus