Por Dorothy Coutinho
Moro na Cidade de São Lourenço, Sul das Gerais. Serrana e bonita por natureza. Mas a falta de um planejamento para o replantio de árvores vem provocando rachaduras nas estreitas calçadas ao longo do rio que corta a cidade. Triste!
Em tempos de aquecimento global me lembro de um passado recente quando os rios eram rios. Hoje, principalmente nas grandes cidades os rios se tornaram canais cheios de lixo e cocô. Em menor proporção aqui também acontecem atitudes lamentáveis de agressão ao rio e seu entorno. Triste!
Sem a intenção de ser ecochata, sei que a encosta de um rio está ligada aos desmoronamentos e deslizamentos que são favorecidos pelas intensas e frequentes chuvas das cidades serranas e que essa dinâmica é natural e inevitável.
Já incorporamos a consciência ecológica em nossa cultura, só falta concretizá-la, combinando essa consciência com cidadania.
Ainda assim, se os governos não funcionam, mesmo sabendo que somos nós que pagamos por nossas tristezas e alegrias diárias nas nossas cidades, só nos resta combinar essa ausência com o exemplo dado pelo borracheiro vizinho ao meu prédio. O Inho, assim conhecido, que ao sentir a necessidade de mais sombra para descansar após o almoço junto com os colegas da oficina, não se acanhou: e num regime de mutirão passaram às mãos as pás, as enxadas, os ancinhos e todas as ferramentas necessárias para abrirem espaço - numa distância de 10 metros entre um e outro – e ali, plantarem mais ou menos uns 20 pés de limão, à beira do pequeno rio. Com um detalhe a mais: os espaços utilizados foram protegidos com pneus velhos!
Iniciativa pioneira por aqui.
Esses pequenos pés de limão com certeza mudarão a nossa paisagem e ainda irão nos presentear muito em breve, com suas companhias, com suas flores, com seus frutos, com suas sombras, e com seus ouvidos! Que assim seja!