sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

POR MOTIVO DE FORÇA MAIOR






DIRETOR DE "COUSA DE MULHER" CONTA O NOME DA COUSA

Por Esther Lucio Bittencourt

Anderson Oliveira, 32 anos,  dirige a peça “Cousa de Mulher” que é apresentada às terças e quartas-feiras, no Teatro Ipanema, às 21 horas, no Rio de Janeiro. “Faço teatro desde os nove anos. Sou ator, diretor, escritor e cozinho muito bem (risos). Chamam-me de humorista, mas eu não concordo muito. Não vivo do humor, vivo do teatro. O humor está presente na minha vida e em meu trabalho, mas não é o foco principal. Gosto de falar do real, do corriqueiro, e acredito que nada é mais engraçado do que olhar para a nossa vida privada.”

Como foi a estréia da peça, Anderson? Casa lotada?

A estréia foi incrível. Pude ver pela primeira vez como aquele texto, como aquelas personagens funcionariam com o público. Como seria essa relação. E foi das melhores. Houve uma espécie de catarse palco/platéia. À medida que o texto ia sendo dito e que elas (as personagens) iam sendo vividas, o público ia embarcando cada vez mais. Ora rindo, ora chorando, foram vivendo com aquelas mulheres seus dramas mais pessoais, suas "cousas" mais improváveis. Os amigos lotaram a estréia, cheios de opiniões que somadas são todas positivas. Estou muito feliz com o resultado.

Quais peças você já dirigiu?

Inúmeras, e dos mais variados estilos, desde uma adaptação musical do clássico dos anos 70, "The Rocky Horror Show", “A Morte Bate à Sua Porta”, de Woody Allen, até comédias como o meu autoral preferido "Até que a Sogra nos Separe".

O que esta  peça provocou de emoções durante os ensaios?

Foi um processo engraçado. O texto é miscelânea emocional. Tem o universo da Fal, as experiências pessoais, um pouco das atrizes também. As atrizes são muito diferentes de suas personagens, quase o oposto. Achar a "válvula" para acionar cada uma delas demandou muitas conversas, muito bate-papo cercado de avaliações emocionais, experiências de cada uma e muita, mas muita sujeira no ventilador. Falamos de tudo, tentamos achar em cada um de nós as motivações daquelas mulheres. Foi lindo, quase descobrimos que Lia, Paola e Ana são a base da mulher contemporânea. 

Como foi a adaptação do livro da Fal Azevedo, “O nome da Cousa” para teatro?

Não é bem uma adaptação, mas um ponto de vista do "Nome da Cousa". Quando eu li, vi que tinha tanta variante... ela é ácida, divertida, romântica, cética, moderna, conservadora, tudo. Resolvi categorizar entre três personalidades distintas e colocar essas três "personalidades" da Fal para interagir uma com a outra e ver no que dava. O resultado está ai.   

E a escolha do elenco, como se deu?

A Fernanda Zau já trabalha comigo há anos. Ela queria um texto novo para montar e que fosse diferente do nosso último espetáculo (a comédia “Até que a Sogra Nos Separe”), onde ela fazia uma atriz meio fracassada, prá lá de diva. Dessa vez ela queria algo mais desafiador, e estava procurando um texto há muito tempo. Quando eu li o livro da Fal, pensei: ‘achei!’ 

Depois do Teatro Ipanema para onde vocês irão com a peça?

A produção está pesando ainda, o projeto nasceu muito de repente e ainda estamos buscando pauta, patrocínio etc. A gente deve ficar um pouco pelo Rio, mas São Paulo é uma ideia que já está sendo discutida.  Conforme as coisas forem pintando a gente vai divulgando no site da peça: www.cousademulher.com.br 

Sinopse da Peça
“Quando três amigas se reencontram em um bar, muitos assuntos começam a vir à tona despertando diferentes emoções. Divididas entres os sonhos do passado e os fantasmas do presente elas refletem sobre suas vidas patéticas e encontram umas nas outras o grito de liberdade há tanto tempo adormecido.”

Ficha Técnica

Elenco: Fernanda Zau, Barbara Fornarolli, Malu Rossi e Victor Rosalen.
Produção: Fernanda Zau e Barbara Fornarolli
Texto e Direção: Anderson Oliveira
Supervisão de Produção: ArteNoTom
Programação Visual: Felipe Nogueira
Assessoria de Imprensa: Tatiana Pereira
Mídia Digital: Daniel Blumenthal
Audiovisual: Andrei Aguiar