(imagem Google)
...."Minha monografia é sobre comércio internacional e câmbio"
Laís Niman
Laís, em artigo para o Primeira Fonte, publicado no domingo passado, falou sobre a monografia que está redigindo. Então, como não podia deixar de ser, intervi com perguntas.
Pedirei que você explique sobre isto: a perda da hegemonia do dólar e sua significância para a economia mundial. Pelo que você explica, as moedas locais têm mais valor do que o dólar. Como isto afeta o câmbio? O comércio internacional? Não precisa ser monografia. Mas algo bem prático e curto que diga respeito ao dia a dia nosso, sabendo que neste momento o Brasil se prepara para enfrentar a crise que ameaça recessão (esta já esta por aqui tem tempo, mas encobrem) e tendo em vista que há um prazo de, no mínimo, 10 anos para recuperação da economia européia.
COMÉRCIO INTERNACIONAL E CÂMBIO
Por Laís Niman
Então, em relação a minha monografia, o assunto é meio polêmico e demanda muitos detalhes técnicos, mas posso fazer uma abordagem mais geopolítica. Acho mais atrativo e menos chato para o leitor.
Na verdade, eu estava estudando sobre o SML - Sistema de Pagamentos em Moeda Local, desenvolvido no MERCOSUL e adotado por Brasil e Argentina (por enquanto). Minha análise, a principio, era intrabloco, sob a perspectiva das regras internas e eu defendia a adoção obrigatória por todos os membros (hoje, o SML é um convenio FACULTATIVO, que os países membros podem utilizar. Por uma série de motivos, minha tese era a transformação do SML em regra cogente.). Enfim, o foco era a integração da América do Sul.
Contudo, o meu orientador, que é meu chefe no núcleo de Direito Internacional que eu coordeno, fez o "favor" de empolgar com o meu trabalho e AMPLIAR o meu estudo. Segundo ele, esse é um dos principais temas da atualidade, mas muito pouco estudado (minha maior dificuldade é a falta de material para escrever. O preço do ineditismo é bem alto). E, sendo assim, eu ampliei meu foco de estudo, que agora é mundial.
É fato que o dólar está indo pro buraco e o sistema de pagamento em moeda local aparece como uma boa alternativa. Agora é essa a minha tese. Por isso estou meio doida... Estou me desdobrando pra estudar tudo! Meu professor admitiu que a profundidade seria para um mestrado. Mas mesmo assim, estamos fazendo.
Sobre as suas perguntas, posso dizer, muito genericamente, que, ao realizar o comércio exterior em moeda local, elimina-se a necessidade de realizar contrato de câmbio, sendo que as transações se livram das flutuações negativas do dólar (mto constantes, desde a crise de 2008). Além disso, os países aumentam a liquidez das suas moedas; o custo das transações é bem mais reduzido, o que facilita a participação de micro e pequenas empresas no comércio internacional..
As transações em moeda local permitem uma maior aproximação entre os países e familiarizam suas moedas (aumento da integração e, consequentemente, maior robustez do comércio internacional).
Somada à opção do pagamento em moeda local, aparecem outras alternativas ao dólar como, por exemplo, moeda única (euro, principalmente), SDR/DES do FMI, moedas regionais, moeda existente substituta...
Mas não precisa de muito para concluir que não serão frutíferas. O euro também vem se desvalorizando (mas isso é uma outra longa história), com um viés anticrescimento que atropela toda a Europa; o SDR/DES (Direitos Especiais de Saque) do FMI, uma "cesta de moedas", unidade de pagamento para empréstimos concedidos pelo Fundo, poderia, conforme entendem alguns, ser adotado como padrão mundial, mas a cesta é composta por euro, ienes, libras e dólares (SÓ!!!!), ficando moedas expressivas como real e yuan de fora: pode-se esperar que os quatro componentes da cesta aceitem novas moedas? (NÃOOO!!!)...
São apenas alguns comentários para jogar algumas perspectivas do assunto (tipo um "brain storm" rs)..
De fato, a utilização de moedas locais parece bem promissora.. tanto que já se fortalece no âmbito dos BRICS (agora com S maiúsculo heheh). China e Rússia realizam suas transações bilaterais em yuan e rublo, sob o índice Micex; Brasil e Rússia devem ser os próximos.
Uruguai e Brasil já emitiram uma carta de intenções para a adoção do SML...
Mercosul e Índia também pretendem utilizar suas moedas locais...
etc.
Resumindo, em cada canto do mundo, tenta-se dar um jeito para a queda do dólar... Resta-nos analisar a melhor opção, ou, pelo menos, a menos pior!
Mas isso, Esther (e não querendo ensinar o pai nosso pro vigário) é um assunto muito complexo, que envolve inúmeras questões, análises profundas e amplas... E nem entrei no mérito político da coisa!
Com calma, eu posso te mandar um material melhor, decente, mais explicado. Isso são alguns contornos do assunto, bem resumidos e "toscos"!
Uma conversa entre amigos mesmo!
Passando minha monografia, eu estarei mais livre para contribuir!
Até mais!
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
QUITANDA DA VIDA 53
Telinha Cavalcanti
Outro dia eu falei com a minha irmã. Ela morou muito tempo no Espírito Santo e mudou-se recentemente para a casa da minha mãe, em Recife, e me prometeu uma boa moqueca capixaba para quando eu for visitar a família.
Não resisti e pedi a receita! Anotem aí!
Moqueca Capixaba
peixe fresco (robalo, badejo ou namorado);
coentro;
2 cebolas brancas (pequenas);
3 dentes de alho;
4 tomates;
3 limões;
azeite de oliva;
pimenta-malagueta;
óleo
sal
camarão (opcional)
extrato de tomate (não é molho!)
Modo de fazer
Compre o peixe já em postas de aproximadamente 5cm de largura, lave-o com limão e salgue com uma mistura de alho e sal.
Coloque duas colheres de óleo e uma de azeite de oliva em uma panela, preferencialmente de barro.
Adicione o restante do alho machucado com sal.
Coloque as postas de peixe na panela, tendo cuidado para que não fiquem umas por cima das outras.
Corte o coentro, o tomate e a cebola e os coloquem, nesta ordem, por cima das postas de peixe que estão na panela. Regue com azeite e suco de limão.
Quando a moqueca começar a ferver, adicione o extrato de tomate (1 colherinha) e corrija o sal. Não ponha água, não vire as postas e cozinhe com a panela bem tampada.
Balance de vez em quando a panela com o auxílio de um pedaço de pano grosso para que as postas de peixe não agarrem no fundo. Se preferir, quando estiver quase pronto, adicione os camarões, que cozinham depressa.
Quando for à mesa, salpique coentro picadinho e pimenta.
Atenção: A moqueca capixaba não leva azeite de dendê e nem leite de coco. É servida com arroz branco.
Outro dia eu falei com a minha irmã. Ela morou muito tempo no Espírito Santo e mudou-se recentemente para a casa da minha mãe, em Recife, e me prometeu uma boa moqueca capixaba para quando eu for visitar a família.
Não resisti e pedi a receita! Anotem aí!
Moqueca Capixaba
peixe fresco (robalo, badejo ou namorado);
coentro;
2 cebolas brancas (pequenas);
3 dentes de alho;
4 tomates;
3 limões;
azeite de oliva;
pimenta-malagueta;
óleo
sal
camarão (opcional)
extrato de tomate (não é molho!)
Modo de fazer
Compre o peixe já em postas de aproximadamente 5cm de largura, lave-o com limão e salgue com uma mistura de alho e sal.
Coloque duas colheres de óleo e uma de azeite de oliva em uma panela, preferencialmente de barro.
Adicione o restante do alho machucado com sal.
Coloque as postas de peixe na panela, tendo cuidado para que não fiquem umas por cima das outras.
Corte o coentro, o tomate e a cebola e os coloquem, nesta ordem, por cima das postas de peixe que estão na panela. Regue com azeite e suco de limão.
Quando a moqueca começar a ferver, adicione o extrato de tomate (1 colherinha) e corrija o sal. Não ponha água, não vire as postas e cozinhe com a panela bem tampada.
Balance de vez em quando a panela com o auxílio de um pedaço de pano grosso para que as postas de peixe não agarrem no fundo. Se preferir, quando estiver quase pronto, adicione os camarões, que cozinham depressa.
Quando for à mesa, salpique coentro picadinho e pimenta.
Atenção: A moqueca capixaba não leva azeite de dendê e nem leite de coco. É servida com arroz branco.
domingo, 27 de novembro de 2011
SENHORA DO TEMPO - MEMÓRIAS DE CAXAMBU (VIDA NO INTERIOR)
Lais Niman da Silva |
É irônico ser Lais, de 23 anos, que se forma em Direito este ano na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e mora em Sete Lagoas (MG) com o irmão.
Eis a Senhora do Tempo de hoje.
elb
Memórias de Caxambu, vida no interior...
Por Lais Niman da Silva
O privilégio de viver no interior é que nossa pequenez fica integralmente relativizada. Não somos apenas mais um, mais um que passa em uma cancela qualquer, sabe-se lá onde; mais um que faz aniversário ou que é atropelado no vigésimo quinto cruzamento de uma via expressa...
Por que? Talvez porque sobre mais tempo para desviarmos nosso olhar, ou por não sermos escravos de nada, nem de trabalho, nem de trânsito, nem de mercado, nem de marginais, nem de horário. Aqui, a nossa independência tem um toque lúdico, não é matemática, tampouco estatística.
Temos nosso nome, sobrenome, família, amigos e até “aquela” cadeira marcada “naquele” café. A árvore genealógica de cada um parece ser de inteiro conhecimento da população, assim como, o que não se pode deixar de falar, cada passo do passado, presente e, por que não, do futuro. Diria que é um campo mais fértil para a confiança germinar, aquela confiança do fio do bigode que, onde ainda existe, foi substituída por algum documento assinado e autenticado em cartório.
Caxambu tem gosto de biju (não era pra rimar), de água mineral, de café da tarde, de colo, de família, de gargalhadas, de ballet. Crescer respirando o ar puro do “paraíso das águas”, ao som de piano e doces vozes a nos guiar, não é coisa que se possa desprezar, até porque reflete em cada etapa da nossa existência.
Dar comida aos patinhos do lago, andar de charrete sob a brisa fresca da manhã, caminhar por trilhas tão cheias de paz, conquistar nosso espaço em um ambiente tranquilo, conhecer tradições, orações, animais, aproveitar o nosso “vale florido de amor”, criar laços...
Há, os laços!
Como são importantes em nossas vidas. Tudo isso constrói nossa essência, delimita nossos valores que, acreditem, serão muito bem testados ao longo do tempo. É bom sentir cada momento vivido por nós, saber de onde vimos, porque somos assim ou assado pois é aí que saberemos para onde vamos. Não ser um mero expectador em nosso próprio palco e não deixar o tempo nos fazer esquecer nossas motivações e ideais é coisa rara hoje em dia.
Fácil é cair em uma grande massa, manobrada por poucos (bem ordinários): é neste ponto que nos rendemos a uma pequenez mesquinha e perdemos nossa identidade...
Em um lugar, que não sei ao certo se ainda é do passado, chamado Ouro Preto, encontrei boas doses de magia arraigada em cada mínimo pedaço da cidade. Pedras e madeiras parecem nos contar longas histórias onde mito e realidade se misturam, porém, cidade interiorana que é, não deixa de ter aquelas características típicas que permitem o domínio do tempo e de nós mesmos.
O passado exposto em arte, páginas amareladas em museus, igrejas que exalam fé e mistérios e monumentos que demonstram atos de bravura compõem um extenso romance que nos coloca em uma oscilação de nostalgia e compreensão de nossas origens.
A paisagem construída em ouro e sangue sobre montanhas negras e, quase sempre, nebulosas, transporta seus personagens para uma frequência intensa de alegrias, prazeres, belezas, amores, ódios, dores, medos, encantos, delícias, insanidades, santidades, milagres, euforias, alforrias...
Para carregar tanta energia, é preciso estar sempre com os ombros descansados! Embora bem pesado esse fardo, é única e inesquecível a (con)vivência nesse lugar. Superar limites, enfrentar fraquezas, decepcionar-se, surpreender-se, tomar chuva, suar ao sol, subir e descer morros, abusar da folia, criar intimidade com a cultura, inventar paixões, cheirar mofo, compartilhar momentos, amadurecer, chorar, sorrir, descobrir infinitos horizontes... São constantes da vida ouropretana, inferno e paraíso: bagagem suficiente para querer sempre mais!
A Dama do Lago- Imagem da Ninfa (Parque das Águas de Caxambu) |
sábado, 26 de novembro de 2011
FREDZILA - OKANJO KUDASAI! (A CONTA, POR FAVOR!)
Carlos Frederico Abreu
Adoro a comida japonesa (nihon shoku), e sei que aquela que estamos habituados no Brasil a chamar de 'japonesa', não é a que se come no Japão, não todos os dias.
O sushi por muito tempo foi considerado uma iguaria, apenas para ocasiões especiais, e o
surgimento dos kaitenzuchis veio ajudar a mudar isso.
Kaitenzuchi são restaurantes que servem basicamente sushi, mas diferente do estilo tradicional que conhecemos (sushiya); no kaitenzushi os clientes escolhem os pratos que estão dispostos sobre uma esteira rolante (a velocidade é de aproximadamente 4 cm por segundo).
O número de pratos e as suas cores, determinam o valor a ser pago ao final.
A inspiração para a criação destes restaurantes, em 1958, veio da esteira de uma fábrica de cerveja alemã. Hoje são quase 5 mil restaurantes deste tipo no Japão e a maioria adota o sistema econômico, ou seja, o prato mais barato sai por 100 ienes (105, com imposto incluido), mas não dá para esperar que o peixe seja fresco por este preço, né?
São basicamente um fast-food à moda japonesa.
Os tamboretes não incentivam os fregueses a permanecer muito tempo sentados, e o serviço rápido garante a rotatividade: conseqüentemente, mais clientes atendidos.
Cada freguês dispõe usualmente de um oshibori (uma toalha úmida para limpar as mãos), um pequeno recipiente para o molho de soja e a garrafinha de shoyo, tsume (um molho adocicado que fica muito bom com enguia), hashis descartáveis, um cardápio plastificado e gari (gengibre fatiado em vinagre). O sencha (chá) é de graça, e cada um se serve à vontade.
Adoro a comida japonesa (nihon shoku), e sei que aquela que estamos habituados no Brasil a chamar de 'japonesa', não é a que se come no Japão, não todos os dias.
O sushi por muito tempo foi considerado uma iguaria, apenas para ocasiões especiais, e o
surgimento dos kaitenzuchis veio ajudar a mudar isso.
Kaitenzuchi são restaurantes que servem basicamente sushi, mas diferente do estilo tradicional que conhecemos (sushiya); no kaitenzushi os clientes escolhem os pratos que estão dispostos sobre uma esteira rolante (a velocidade é de aproximadamente 4 cm por segundo).
O número de pratos e as suas cores, determinam o valor a ser pago ao final.
A inspiração para a criação destes restaurantes, em 1958, veio da esteira de uma fábrica de cerveja alemã. Hoje são quase 5 mil restaurantes deste tipo no Japão e a maioria adota o sistema econômico, ou seja, o prato mais barato sai por 100 ienes (105, com imposto incluido), mas não dá para esperar que o peixe seja fresco por este preço, né?
São basicamente um fast-food à moda japonesa.
Os tamboretes não incentivam os fregueses a permanecer muito tempo sentados, e o serviço rápido garante a rotatividade: conseqüentemente, mais clientes atendidos.
Cada freguês dispõe usualmente de um oshibori (uma toalha úmida para limpar as mãos), um pequeno recipiente para o molho de soja e a garrafinha de shoyo, tsume (um molho adocicado que fica muito bom com enguia), hashis descartáveis, um cardápio plastificado e gari (gengibre fatiado em vinagre). O sencha (chá) é de graça, e cada um se serve à vontade.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
NOTÍCIAS DO TOTALITARISMO- BOLSONARO CHAMA DILMA DE HOMOSSEXUAL
Por Esther Lucio Bittencourt
Deu no Estado de São Paulo "estadão", de ontem que “O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) criou nova polêmica na Câmara dos Deputados hoje ao questionar a sexualidade da presidente Dilma Rousseff em discurso no plenário” porque “em audiência na Câmara ontem, representantes do Ministério da Educação teriam discutido a inclusão do combate à homofobia nos currículos escolares.”
Vamos fazer de conta que as crianças não sabem o que é homofobia, e já que é para viajar na maionese vamos supor que a sexualidade das crianças é angelical, ou seja, assexuada. Vamos acreditar que o Deputado Bolsonaro também crê em crianças assexuadas, porque a infância dele assim o foi.
Posta estas premissas vamos entender a estética do totalitarismo onde foi moldado o caráter do deputado Bolsonaro: é uma estética grandiloqüente de proporções monumentais sempre tendo como meta o céu, o conceito do mal, e a negação do conhecimento às massas.
Segundo Hannah Arendt há um colapso da moralidade no totalitarismo travestido de moral excessiva. Enfim, o totalitarismo pode ser definido como o comportamento de uma pessoa que se excede no exercício da autoridade que lhe foi investida.
Portanto , ao vociferar em Plenário para a Presidente do Brasil: “Dilma Rousseff, pare de mentir. Se gosta de homossexual, assume. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma. Mas não deixe que essa covardia entre nas escolas de 1º grau", afirmou Bolsonaro,” o Deputado se excedeu. Correto? Esta covardia é o que os parlamentares e políticos evangélicos chamam de “Kit Gay”.Em síntese, para eles , a Presidência da República estaria incentivando a formação de gays no Brasil. Como se isto fosse possível!
Caso a educação pudesse resolver os caminhos do cidadão brasileiro, ela apenas, não existiriam Bolsonaros e quejandos, espalhando o terror e o medo por aí, haveriam mais pessoas de bom senso que com compreensão de matérias sensíveis poderiam educar melhor as crianças, primando, principalmente pelo bom exemplo. Não existiriam pedófilos que praticam sexo tanto com meninas como com meninos, ou seja praticando a homossexualidade.
Há um problema que os de má intenção desejam evitar: é que as crianças conheçam os problemas e como sair deles, não permitindo ação de pedófilos e exploradores de sua sexualidade , seja na própria família ou fora dela. Para isto serve também o chamado Kit Gay.
Com suas repetidas falhas educativas o Deputado Jair já comprovou que será o último a poder educar quem quer que seja , em qualquer lugar do mundo. E há um certo dizer que quem teme, quem brada demasiadamente contra uma atitude é porque tem medo dela porque, no fundo, deseja praticá-la.
Faça análise Deputado Jair Bolsonaro. Urgente!
Deu no Estado de São Paulo "estadão", de ontem que “O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) criou nova polêmica na Câmara dos Deputados hoje ao questionar a sexualidade da presidente Dilma Rousseff em discurso no plenário” porque “em audiência na Câmara ontem, representantes do Ministério da Educação teriam discutido a inclusão do combate à homofobia nos currículos escolares.”
Vamos fazer de conta que as crianças não sabem o que é homofobia, e já que é para viajar na maionese vamos supor que a sexualidade das crianças é angelical, ou seja, assexuada. Vamos acreditar que o Deputado Bolsonaro também crê em crianças assexuadas, porque a infância dele assim o foi.
Posta estas premissas vamos entender a estética do totalitarismo onde foi moldado o caráter do deputado Bolsonaro: é uma estética grandiloqüente de proporções monumentais sempre tendo como meta o céu, o conceito do mal, e a negação do conhecimento às massas.
Segundo Hannah Arendt há um colapso da moralidade no totalitarismo travestido de moral excessiva. Enfim, o totalitarismo pode ser definido como o comportamento de uma pessoa que se excede no exercício da autoridade que lhe foi investida.
Portanto , ao vociferar em Plenário para a Presidente do Brasil: “Dilma Rousseff, pare de mentir. Se gosta de homossexual, assume. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma. Mas não deixe que essa covardia entre nas escolas de 1º grau", afirmou Bolsonaro,” o Deputado se excedeu. Correto? Esta covardia é o que os parlamentares e políticos evangélicos chamam de “Kit Gay”.Em síntese, para eles , a Presidência da República estaria incentivando a formação de gays no Brasil. Como se isto fosse possível!
Caso a educação pudesse resolver os caminhos do cidadão brasileiro, ela apenas, não existiriam Bolsonaros e quejandos, espalhando o terror e o medo por aí, haveriam mais pessoas de bom senso que com compreensão de matérias sensíveis poderiam educar melhor as crianças, primando, principalmente pelo bom exemplo. Não existiriam pedófilos que praticam sexo tanto com meninas como com meninos, ou seja praticando a homossexualidade.
Há um problema que os de má intenção desejam evitar: é que as crianças conheçam os problemas e como sair deles, não permitindo ação de pedófilos e exploradores de sua sexualidade , seja na própria família ou fora dela. Para isto serve também o chamado Kit Gay.
Com suas repetidas falhas educativas o Deputado Jair já comprovou que será o último a poder educar quem quer que seja , em qualquer lugar do mundo. E há um certo dizer que quem teme, quem brada demasiadamente contra uma atitude é porque tem medo dela porque, no fundo, deseja praticá-la.
Faça análise Deputado Jair Bolsonaro. Urgente!
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
DIANTE DA PALAVRA RADIOFÔNICA
Por Lilian Zaremba
Valère Novarina
As palavras... sempre estiveram no ar...
Nas frases da retórica, nos versos da poesia, nos hiatos do silencio...
Mas como alguém pode estar... diante da Palavra?
A palavra um dia deve ter sido célula nervosa saudável, imaginou William Burroughs...mas tornou-se impulso compulsivo, onipresença interior que nos sequestra a noção de silencio criando...um organismo parasitário, que invade e danifica o sistema nervoso, resistente e...força você a falar.
Mas, em se tratando de falar no rádio, não apenas a palavra, mas a voz, este corpo de nuances sonoras habilita suas leis...
A preocupação técnica com a clareza da transmissão exposta a ruídos e interferências, acabou deslocada para a limpeza de todos os elementos que poderiam ameaçar esta clareza: sussurros, respirações, salivações, rouquidão, e como diria Novarina...“...todas as impurezas que marcam a natureza animal e material das palavras produzidas pelo corpo humano”.
tentando acabar com o julgamento redutor
Quem se preocupou em destacar esses limites da palavra no rádio foi ele... o projeto radiofônico de Antonin Artaud avançou feroz na demolição dessas exigências estéticas e suas normas de pronúncia das palavras.Liberou sonoridades, mas sobretudo, liberou as vozes.
Artaud realizou “Para acabar com o julgamento de Deus”, em 1947, construindo sua plástica radiofônica na representação sonora da loucura humana: vozes demoníacas e seu próprio sofrimento e solidão amplificados. Ficaria insatisfeito com o resultado por conta da tecnologia da época, todos os efeitos sonoros acabaram achatados naquela transmissão em apenas um canal... e declarou:
“...onde existe a máquina sempre existe o nada e o abismo...ali existe a intervenção técnica que deforma e aniquila o que alguém tenha feito”.
Neste mesmo ano de 1947 em que Artaud se aventura pelas ondas do rádio, André Jolivet estréia versão radiofônica de sua ópera bufa “Dolores”...enquanto na Ópera de Paris George Bizet apresenta sua música para arte abstrata, o ballet Palácio de Cristal”...eFrancis Poulenc escreve música para dramasurrealista escrito por Apollinaire ou uma peça musical breve sobre o nome de Albert Roussel...
o tempo passou e a tecnologia avançou
Muito tempo se passou desde então...a tecnologia de áudio avançou tremendamente... agora, outro ator francês sintoniza a palavra no rádio...Devant la Parole...Diante da Palavra.
“....a experiência singular que cada falante faz, cada falador daqui, de uma viagem da fala”... escreveu Valere Novarina, que abre seu livro com a frase do poeta Gérard de Nerval:“A neve cobria a terra”.
Valere Novarina nasceu em Genebra no ano em que Artaud fez sua emissão de rádio, 1947.Tornou-se escritor, dramaturgo, fotografo, ator, pintor, pensador da palavra. Seus textos encontraram uma tradutora para língua portuguesa: Ângela Leite Lopes, que explica:
“...a intenção de Novarina é acabar com a indústria da explicação e fazer a arte usar a linguagem como criação, não como mensagem ou produto”...
Em 2011 Angela Leite Lopes apresentou em livro sua tradução para “O teatro dos ouvidos” peça radiofônica escrita por Novaria em 1980. Sendo o rádio um lugar aonde o espaço é o tempo e a visualidade uma conjugação da memória eletiva, é quase instantâneo fazer a ligação direta entre o teatro de Novarina e rádio. Para quem não conhece, a seguir, alguns destaques deste Teatro dos Ouvidos...
“ele pensava ter arquitetado um método para fazer sua boca dizer tudo que quisesse. Queria dobrá-la, submetê-la todo dia ao treino respirado, torna-la firme, flexível, dar-lhe músculos... até que ela se transformasse numa boca sem fala, até falar uma língua sem boca...”
“...ele ouve a língua na sua fala...em língua sem palavra...em dança imóvel.
“...ele teria querido desaprender, não falar mais uma língua que nos foi ditada...
tinha usado a linguagem como um animal, renunciado à sua cabeça, renunciado a ser, pela língua, o mestre das coisas”.
O Teatro dos Ouvidos, proposto por Novarina, é uma forma de persistir em ampliar a escuta, para além das amarras definidas por linguagens impostas. Este esforço é um contínuo na História, incluindo discursos do cotidiano, como aqueles gritos medievais...
Os gritos dos vendedores de rua, algo comum nas cidades que começavam a surgir nos séculos medievais, acabaram servindo de inspiração para compositores como Édouard Deransart ,Clement Janequin e Vicent Bouchot, escreverem seus “Os gritos de Paris”Diante da Palavra,Rádio Mirabilis-Lilian Zaremba- MEC FM
=======================================================
sugestão de leitura :
“Diante da Palavra”
“O teatro dos Ouvidos”
livros de Valere Novarina, traduzidos por Angela Leite Lopes
editora 7 Letras / coleção dramaturgia
sugestão de escuta :
“Les Cris de Paris” ou seja, “os gritos de Paris”, transformados em músicas por Édouard Deransart no século 19, Clement Janequin, no século 15 e e Vicent Bouchot, no século 20.Gravações realizadas pelo Ensemble Janequin, sob direção de Dominique Visse.
rádio mirabilis de Lilian Zaremba
Valère Novarina
As palavras... sempre estiveram no ar...
Nas frases da retórica, nos versos da poesia, nos hiatos do silencio...
Mas como alguém pode estar... diante da Palavra?
A palavra um dia deve ter sido célula nervosa saudável, imaginou William Burroughs...mas tornou-se impulso compulsivo, onipresença interior que nos sequestra a noção de silencio criando...um organismo parasitário, que invade e danifica o sistema nervoso, resistente e...força você a falar.
Mas, em se tratando de falar no rádio, não apenas a palavra, mas a voz, este corpo de nuances sonoras habilita suas leis...
A preocupação técnica com a clareza da transmissão exposta a ruídos e interferências, acabou deslocada para a limpeza de todos os elementos que poderiam ameaçar esta clareza: sussurros, respirações, salivações, rouquidão, e como diria Novarina...“...todas as impurezas que marcam a natureza animal e material das palavras produzidas pelo corpo humano”.
tentando acabar com o julgamento redutor
Quem se preocupou em destacar esses limites da palavra no rádio foi ele... o projeto radiofônico de Antonin Artaud avançou feroz na demolição dessas exigências estéticas e suas normas de pronúncia das palavras.Liberou sonoridades, mas sobretudo, liberou as vozes.
Artaud realizou “Para acabar com o julgamento de Deus”, em 1947, construindo sua plástica radiofônica na representação sonora da loucura humana: vozes demoníacas e seu próprio sofrimento e solidão amplificados. Ficaria insatisfeito com o resultado por conta da tecnologia da época, todos os efeitos sonoros acabaram achatados naquela transmissão em apenas um canal... e declarou:
“...onde existe a máquina sempre existe o nada e o abismo...ali existe a intervenção técnica que deforma e aniquila o que alguém tenha feito”.
Neste mesmo ano de 1947 em que Artaud se aventura pelas ondas do rádio, André Jolivet estréia versão radiofônica de sua ópera bufa “Dolores”...enquanto na Ópera de Paris George Bizet apresenta sua música para arte abstrata, o ballet Palácio de Cristal”...eFrancis Poulenc escreve música para dramasurrealista escrito por Apollinaire ou uma peça musical breve sobre o nome de Albert Roussel...
o tempo passou e a tecnologia avançou
Muito tempo se passou desde então...a tecnologia de áudio avançou tremendamente... agora, outro ator francês sintoniza a palavra no rádio...Devant la Parole...Diante da Palavra.
“....a experiência singular que cada falante faz, cada falador daqui, de uma viagem da fala”... escreveu Valere Novarina, que abre seu livro com a frase do poeta Gérard de Nerval:“A neve cobria a terra”.
Valere Novarina nasceu em Genebra no ano em que Artaud fez sua emissão de rádio, 1947.Tornou-se escritor, dramaturgo, fotografo, ator, pintor, pensador da palavra. Seus textos encontraram uma tradutora para língua portuguesa: Ângela Leite Lopes, que explica:
“...a intenção de Novarina é acabar com a indústria da explicação e fazer a arte usar a linguagem como criação, não como mensagem ou produto”...
Em 2011 Angela Leite Lopes apresentou em livro sua tradução para “O teatro dos ouvidos” peça radiofônica escrita por Novaria em 1980. Sendo o rádio um lugar aonde o espaço é o tempo e a visualidade uma conjugação da memória eletiva, é quase instantâneo fazer a ligação direta entre o teatro de Novarina e rádio. Para quem não conhece, a seguir, alguns destaques deste Teatro dos Ouvidos...
“ele pensava ter arquitetado um método para fazer sua boca dizer tudo que quisesse. Queria dobrá-la, submetê-la todo dia ao treino respirado, torna-la firme, flexível, dar-lhe músculos... até que ela se transformasse numa boca sem fala, até falar uma língua sem boca...”
“...ele ouve a língua na sua fala...em língua sem palavra...em dança imóvel.
“...ele teria querido desaprender, não falar mais uma língua que nos foi ditada...
tinha usado a linguagem como um animal, renunciado à sua cabeça, renunciado a ser, pela língua, o mestre das coisas”.
O Teatro dos Ouvidos, proposto por Novarina, é uma forma de persistir em ampliar a escuta, para além das amarras definidas por linguagens impostas. Este esforço é um contínuo na História, incluindo discursos do cotidiano, como aqueles gritos medievais...
Os gritos dos vendedores de rua, algo comum nas cidades que começavam a surgir nos séculos medievais, acabaram servindo de inspiração para compositores como Édouard Deransart ,Clement Janequin e Vicent Bouchot, escreverem seus “Os gritos de Paris”Diante da Palavra,Rádio Mirabilis-Lilian Zaremba- MEC FM
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sugestão de leitura :
“Diante da Palavra”
“O teatro dos Ouvidos”
livros de Valere Novarina, traduzidos por Angela Leite Lopes
editora 7 Letras / coleção dramaturgia
sugestão de escuta :
“Les Cris de Paris” ou seja, “os gritos de Paris”, transformados em músicas por Édouard Deransart no século 19, Clement Janequin, no século 15 e e Vicent Bouchot, no século 20.Gravações realizadas pelo Ensemble Janequin, sob direção de Dominique Visse.
rádio mirabilis de Lilian Zaremba
V Simpósio Virtual em EaD
Previsto para: 25/11/2011 às 14h30 (horário de Brasília) | Duração: 4h
Previsto para: 25/11/2011 às 14h30 (horário de Brasília) | Duração: 4h:
Acesse: http://www.portaleducacao.com.br/palestras/detalhes- palestra/53
Programaçao:
14h30 às 15h20 - Perspectivas para a pós-graduação a distância (tendo em vista as mudanças do MEC, recém-divulgadas)
Palestrante: Jeferson Pistori
15h30 às 16h20 - Perspectivas para Educação Livre: Como aprenderemos nos próximos cinco anos?
Palestrante: Guilherme Dias
16h30 às 17h20 - Formação de Professores na Era Digital
Palestrante: Maysa Brum
17h30 às 18h30 - Mesa Redonda com todos os palestrantes
_________________________________________________________
Perspectivas para a pós-graduação a distância (tendo em vista as mudanças do MEC, recém-divulgadas)
Palestrante Jeferson Pistori é professor Universitário (UCDB), Doutor em Sistema Digitais (Poli/USP), Especialista em Educação a Distância.
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Perspectivas para Educação Livre: Como aprenderemos nos próximos cinco anos?
Palestrante Guilherme Dias é graduado em Publicidade e Propaganda com Ênfase em Marketing pela ESPM/RS, Pós-graduado em Finanças Empresariais pelo CESUMAR e Pós-graduando em Educação a Distância pela UCDB com diversos cursos de extensão nas áreas de Marketing e Vendas, Guilherme Dias fundou empresas em diferentes segmentos e, como executivo e sócio, atuou sempre na Direção Comercial, em organizações do segmento financeiro e de e-learning. Atualmente é Diretor Comercial do Portal Educação.
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Formação de Professores na Era Digital
Palestrante Maysa Brum Bueno é graduada em Letras-Tradutor/Intérprete, Mestre em Educação com pesquisa em Educação a Distância pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e doutoranda em Educação com pesquisa em Formação de Professores, ambientes virtuais e redes sociais articulado com conceitos de Personal Learning Environment (PLE), Personal Learning Network (PLN) e a teoria do conectivismo pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Atualmente é Gestora do Polo Padrão de Educação a Distância da Universidade Anhanguera-Uniderp, é membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Tecnologias Educacionais e Educação a Distância (GETED) e membro do Grupo de Trabalho de Educação a Distância do Fórum Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul.
CORRESPONDÊNCIA URBANA COM FERNANDO NIMAN
Fernando Niman, o homem por trás das câmeras |
Há meses, diariamente, encontrava com Fernando Niman no café da esquina do calçadão e tomávamos um, dois, às vezes três curtos - que é o mesmo que um super expresso, tão forte que a borra do pó descansa no fundo da xícara e em suas bordas fica a marca dele. É muito usado para leitura de sorte, algures. Aqui, em Caxambu (MG), não sei de quem o faça.
Mas, atualmente quando nos encontramos, o que é raro, não porque tenhamos deixado de tomar café, apenas os horários não coincidem, nos vemos em outros cantos.
Ele cultiva amor por imagens, recupera filmes e slides antigos e os transforma em novos filmes. Toca piano magnificamente, e aprecia cinema, além de fazer curtas em seu laboratório no micro, e é empresário bem sucedido na "Casa Oriental".
Veja um vídeo feito na casa dele, quando um dos rapazes do coral dos EEUU que se apresentou em Caxambu , na Igreja Santa Isabel de Hungria, tocou no piano dele (página do Fernando Niman no Youtube). Se preferir, procure pelo título: American Friends Moonlight Sonata - I'll Be Seeing You
Então, ontem, resolvi estabelecer uma correspondência com ele e fiz-lhe estas perguntas:Fernando, Caxambu é uma cidade, certo, uma pequena cidade, ou melhor, cidade do interior mineiro. Você nasceu aqui, mora aqui. Só uma irmã mora em São Paulo. A família está aqui, os amigos idem. Se você precisasse ou desejasse sair daqui para onde iria? Pode me contar como é esta experiência?
Ele é sucinto como um rinoceronte e respondeu apenas isto. Explico o rinoceronte da história. É por causa de Salvador Dali personificado no filme "Meia-noite em Paris", que vi junto com Fernando no cinema. Ficou claro?
| 10:50 PM (13 hours ago) | |||
|
Que pergunta mais difícil, sei lá... Não viajo com a frequência que gostaria. Não tenho repertório. Parâmetro comparativo. Acho que seria outra cidade do interior também. Não gosto de grandes centros. Mas não arrisco dizer algum outro lugar específico. Gosto muito de casos perdidos. Por isso manifesto a vontade de presenciar cada mudança desta terra. Do povo louco que nela habita e que eu me incluo. De ter a garantia de participar de toda decadência e de um possível ressurgimento inesperado, milagroso, caridoso ou seja lá de qualquer procedência. Talvez até mesmo político, pois a cavalo dado não se olha os dentes. E ter a garantia de viver num romance onde a gente conhece bastante, e alguns bem a fundo, as características dos personagens. Acho que isso torna a vida muito mais interessante.
Este vídeo Fernando Niman montou com imagens produzidas por ele mesmo, usando um softaware especial. Nós amamos Mahler, e, principalmente "Das Lied Von der Erde" e, especialmente "Der Abschiede". Quando ele conseguiu Bernstein regendo Mahler não parou de ouvir. Era um ritual de todos os dias. Até que descobriu o que o movia.
Confira (e descubra você também) no Youtube, o vídeo intitulado:
Confira (e descubra você também) no Youtube, o vídeo intitulado:
Mahler - Das Lied von der Erde - Der Abschied - O Adeus
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
DIÁRIO DE UMA ADOLESCENTE. O SHOW DA MINHA VIDA
Por Bianca Monteiro
Morar no interior não é fácil. Já é muito complicado fazer com que uma banda venha ao Brasil, e quando vem, é pra São Paulo e Rio, raramente em outras capitais (em nossa pequena Caxambu então, completamente impossível, fora de questão). Isso já é empecilho para muitos (por causa da autorização de pais para viajar, etc). A internet facilitou a compra de ingressos à distância, mas ainda assim, a disponibilidade não é garantida. No meu caso, os ingressos esgotaram em 14 horas, sem que eu sequer soubesse que eles começaram a ser vendidos. E o pior: foi em junho, sendo que o festival só seria em novembro. Me espantei. Não esperava que um festival voltado para o público indie como o Planeta Terra faria tanto sucesso a ponto de 20.000 ingressos serem vendidos em menos de um dia. E eu, que moro longe, obviamente me frustrei.
Os cambistas da internet queriam vender por 600, 800 reais, ingressos que compraram por 100 (ou no máximo 150). Um absurdo! Entrei em desespero, pois faria de tudo para ver meus Strokes de perto. Soube que fariam um show em Buenos Aires no dia anterior, mas meus parentes que moram lá não comprariam as entradas. As passagens também encareciam a cada dia… Me conformei: não os veria (apesar de ainda haver uma pontinha de esperança para algo bizarro acontecer e eu achar um ingresso na rua, algo do gênero).
Meses se passaram, até que por algum acaso tive que ir para São Paulo no fim de semana em que aconteceria o Festival, resolver assuntos dos meus pais. Passei na Galeria do Rock a fim de comprar umas coisinhas que minhas amigas me pediram, e uma camiseta nova da minha banda favorita, para compensar a perda do show, é claro. A noite chegava, saí com minha tia e mãe. Passamos tanto tempo naquele café que acabaram decidindo me levar para ouvir o show do lado de fora. The Strokes era a última banda da noite, a mais esperada pelo público. Entrariam no palco às 1h30min, e eu cheguei no local aproximadamente às 23h. A ansiedade era enorme. A caminho, minha mãe perguntou “o que você tá sentindo, filha?” “Como se tivesse indo encontrar o amor da minha vida no altar”, respondi, mesmo sabendo que ela estava se referindo aos sintomas da minha suposta gripe, que naquele dia estavam bem fortes. Um exagero típico, claro. Mas só asim ela entenderia o quão importante aquilo era pra mim. “Ah, filha! E eu querendo tirar isso de você! Me senti uma vilã agora”.
Enfim, ao chegar na porta, um cambista me abordou, vendendo ingressos por 200 reais. Sim, 1/4 do preço que eu esperava encontrar. Foi aí que a frustração realmente bateu. Todo meu dinheiro estava no carro, num estacionamento há duas quadras dali. E eu também não teria toda essa quantia, pois gastei tudo mais cedo na galeria. Não acreditei. Teria mesmo que me contentar em ouvir do lado de fora. Atravessei a rua e me deparei com uma surpresa: atrás do muro do parque e das árvores, havia o telão direito do palco, completamente visível dali. Eu veria o show. Com visão privilegiada das lentes profissionais, e o melhor: de graça!
Quando finalmente entraram, abrindo com a polêmica “New York City Cops”, eu desatei a cantar e chorar, mesmo com a agitação da música, principalmente quando a câmera deu um close no Julian Casablancas, vocalista dos Strokes, ícone indie e meu ídolo. Em 2011, o primeiro disco deles (e meu favorito), Is This It? (foto), eleito melhor álbum da década de 2000 pela NME, completa dez anos, então a setlist do show era focada nele. Isso fez com que eles se tornasse muito melhor pra mim, pois temia que cantassem só músicas do último disco (que não é dos melhores).
Sem celular ou câmera, fiquei sem registros da noite mais emocionante da minha vida, apenas as imagens da minha memória fotográfica que agradeço por ter num momento desses. Alguns vídeos (em que nada está visível, só o som está ligeiramente aproveitável) ficaram no celular da minha tia, mas nada além disso. Imaginem só: uma maluca fanática, com febre, às 2 da manhã atrás do muro do Playcenter, chorando e gritando letras dos Strokes. Quem mais seria? Obviamente eu.
No fim do show, aproximadamente às 3h, passaram numa van ao meu lado, saindo de trás do palco. Fiquei feliz por tê-los visto e poder afirmar isso, mas, infelizmente, nenhum deles me viu nem camuflada na multidão. Gostaria de ter ido ao hotel, ou esperá-los no aeroporto, compensar essa desventura do ingresso… Mas, como disse, é bem difícil. Sair do sul de Minas Gerais, ir para São Paulo assistir a banda favorita do lado de fora numa madrugada. Se isso não é ser fã, eu não sei o que é.
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terça-feira, 22 de novembro de 2011
QUITANDA DA VIDA 52
Telinha Cavalcanti
Semana passada, a Perpétua fez empadão de frango pro almoço. E antes que você faça "hmmm, que delícia", preciso dizer a verdadeira verdade: estava horrível. A massa virou cimento. O recheio ficou salgado demais. Não teve muita salvação, não. O empadão só não foi defenestrado porque todas as janelas aqui em casa têm rede, pros gatinhos não fugirem.
Isso acontece, né? Um dia, a receita dá errado. Mas a gente sobrevive e tenta de novo :)
Empadão de frango
Ingredientes
1 kg de farinha de trigo
2 ovos
2 filés de peito de frango
Margarina
Milho verde
Azeitona
1 caixa de creme de leite
catchup
sal
queijo ralado
Como fazer a massa:
Em uma bacia, misture:
500g de farinha de trigo
1 ovo inteiro
sal
O quanto baste de margarina para dar o ponto (amasse bem até a massa formar uma bola e sair limpa das mãos)
Forre um pirex com metade da massa e reserve a outra metade para ser a cobertura.
Ingredientes Recheio:
2 filés de peito de frango
Azeitona
Milho verde
1 caixinha de creme de leite
1 colher de sopa de catchup
1/2 pacote de queijo ralado
1 gema de ovo
Recheio:
Refogue o frango como de costume em sua casa. Desfie ainda morno. Quando ficar frio, adicione os demais ingredientes. Coloque o recheio na metade da massa que está no refratário. Cubra com a outra metade e pincele com uma gema. Leve ao forno médio por mais ou menos meia hora.
Você pode mudar o recheio para camarão, queijo com presunto, o que der vontade.
imagem: M de Mulher
Semana passada, a Perpétua fez empadão de frango pro almoço. E antes que você faça "hmmm, que delícia", preciso dizer a verdadeira verdade: estava horrível. A massa virou cimento. O recheio ficou salgado demais. Não teve muita salvação, não. O empadão só não foi defenestrado porque todas as janelas aqui em casa têm rede, pros gatinhos não fugirem.
Isso acontece, né? Um dia, a receita dá errado. Mas a gente sobrevive e tenta de novo :)
Empadão de frango
Ingredientes
1 kg de farinha de trigo
2 ovos
2 filés de peito de frango
Margarina
Milho verde
Azeitona
1 caixa de creme de leite
catchup
sal
queijo ralado
Como fazer a massa:
Em uma bacia, misture:
500g de farinha de trigo
1 ovo inteiro
sal
O quanto baste de margarina para dar o ponto (amasse bem até a massa formar uma bola e sair limpa das mãos)
Forre um pirex com metade da massa e reserve a outra metade para ser a cobertura.
Ingredientes Recheio:
2 filés de peito de frango
Azeitona
Milho verde
1 caixinha de creme de leite
1 colher de sopa de catchup
1/2 pacote de queijo ralado
1 gema de ovo
Recheio:
Refogue o frango como de costume em sua casa. Desfie ainda morno. Quando ficar frio, adicione os demais ingredientes. Coloque o recheio na metade da massa que está no refratário. Cubra com a outra metade e pincele com uma gema. Leve ao forno médio por mais ou menos meia hora.
Você pode mudar o recheio para camarão, queijo com presunto, o que der vontade.
imagem: M de Mulher
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Os mortos-vivos
Um tipo de paz que não depende muito do que acontece em
volta de nós é a chamada paz interior. E que coisa será essa, a paz interior?
Será que não somos sempre um reflexo do que está a nossa volta? Não funcionamos
sempre como um espelho do ambiente em que vivemos?
Em grande parte, sim, é claro. Refletimos a agitação, a pressa e o estresse do mundo em que estamos mergulhados e do qual participamos. Principalmente para quem vive nas grandes cidades, fica difícil ou impossível fugir ao agito do trânsito, dos horários apertados, do entendimento difícil entre as pessoas e da violência que, mesmo não explícita, está sempre latente.
Então, em que consiste essa coisa de paz interior? Os mais
estressadinhos vão logo descartando a expressão como uma bobagem, uma utopia
entre tantas. O mundo vive em guerra, são muitas as guerras que constantemente
nos assolam. Mesmo longe de nós, uma guerra persistente e complicada como a do
Iraque ou a que se instalou no Oriente Médio, os choques frequentes entre grupos
antagônicos, nos países próximos de nós e no próprio Brasil, por exemplo,
chegam sem parar pelo noticiário da mídia, por comentários a nossa volta, pela
internet. Mesmo supondo que não houvesse guerras em algum momento, a memória e
os ecos de conflitos passados seriam suficientes para nos mostrar que o ser
humano é belicoso e sempre insatisfeito.
No meio de tumultos e até no próprio cenário dos confrontos
que nos cercam, no entanto, há pessoas surpreendentemente pacíficas. Pensou em
Nelson Mandela? Em Gandhi? No Dalai Lama? Em dom Hélder Câmara ou Martin Luther
King?
Alguns nomes, mais conhecidos por suas atividades
profissionais ou artísticas, também foram ou são grandes amigos da paz –
Einstein, Oscar Wilde, Nietzsche ou John Lennon; alguns são menos conhecidos,
como Uri Avnery, jornalista e líder do Bloco da Paz; Nurit Peled-Elhanan,
professora de literatura comparada da Universidade Hebraica de Jerusalém
e uma das fundadoras da associação Bereaved Families for Peace; o sociólogo
polonês Zigmut Balman, autor de Modernidade
Líquida, cujo pensamento vale a pena conhecer; o diplomata brasileiro
Sérgio Vieira de Mello, fervoroso humanista e defensor da democracia, e mais
uma infinidade de pessoas de todas as nacionalidades, cujos nomes ignoramos,
que vivem e trabalham pela paz com suas atitudes, atos e palavras.
Por que essas pessoas são capazes de criar ilhas de paz até
em ambientes subvertidos e destroçados pelas guerras mais violentas? O que lhes
dá força para sustentar essa luta diária, incessante pela instauração da paz?
Daisaku
Ikeda, um japonês de 81
anos, pacifista militante desde os 19, presidente do movimento Soka
Gakkai, tem uma frase que me parece nuclear para entender o que significa paz
interior: "A morte não é
a maior tragédia do ser humano, é pior quando algo vital dentro da pessoa morre
enquanto ela ainda está viva. Essa morte é certamente a coisa mais temível e
trágica." Isso quer dizer que é preciso estar meio morto, para não defender as
condições de vida necessárias para que a paz se estabeleça efetivamente na
sociedade. Daí se pode concluir, sem muito risco de errar, que vivemos cercados
de mortos-vivos.
Imagem: Martin Luther King
Imagem: Martin Luther King
EZRA POUND E O CANTO XLV
A atualidade deste canto é fascinante.
Com Usura (canto XLV)
Ezra Pound (1885-1972)
Abaixo, tradução de Augusto de Campos.
Com usura nenhum homem tem casa de boa pedra
blocos lisos e certos
que o desenho possa cobrir;
com usura
nenhum homem tem um paraíso
pintado na parede de sua igreja
harpes et luthes
ou onde a virgem receba a mensagem
e um halo se irradie do entalhe;
com usura
ninguém vê Gonzaga, seus herdeiros e concubinas
nenhum quadro é feito para durar e viver conosco,
mas para vender, vender depressa;
com usura, pecado contra a natureza,
teu pão é mais e mais feito de panos podres
teu pão é um papel seco,
sem trigo do monte, sem farinha pura.
Com usura o traço se torna espesso
com usura não há clara demarcação
e ninguém acha lugar para sua casa.
Quem lavra a pedra é afastado da pedra
O tecelão é afastado do tear.
COM USURA
a lã não chega ao mercado
a ovelha não dá lucro com a usura
A usura é uma praga, a usura
embota a agulha nos dedos da donzela
tolhe a perícia da fiandeira. Pietro Lombardo
não veio da usura
Duccio não veio da usura
nem Pier della Francesca, nem Zuan Bellini veio
nem usura pintou La Callunia.
Angelico não veio da usura; Ambrogio Praedis não veio,
Nenhuma igreja de pedra lavrada, com a inscrição:
Adamo me fecit.
Nenhuma St. Trophime
Nenhuma Saint Hilaire.
A usura enferruja o cinzel
Enferruja a arte e o artesão
Rói o fio no tear.
Mulher alguma aprende a urdir o ouro em sua trama;
A usura é um câncer no azul; o carmesim não é bordado,
A esmeralda não encontra um Memling.
A usura mata a criança no ventre
Detém o galanteio do moço
Ela
trouxe paralisia ao leito, jaz
entre noivo e noiva
CONTRA NATURAM
Putas para Elêusis
cadáveres no banquete
a comando da usura.
Com Usura (canto XLV)
Ezra Pound (1885-1972)
Abaixo, tradução de Augusto de Campos.
Com usura nenhum homem tem casa de boa pedra
blocos lisos e certos
que o desenho possa cobrir;
com usura
nenhum homem tem um paraíso
pintado na parede de sua igreja
harpes et luthes
ou onde a virgem receba a mensagem
e um halo se irradie do entalhe;
com usura
ninguém vê Gonzaga, seus herdeiros e concubinas
nenhum quadro é feito para durar e viver conosco,
mas para vender, vender depressa;
com usura, pecado contra a natureza,
teu pão é mais e mais feito de panos podres
teu pão é um papel seco,
sem trigo do monte, sem farinha pura.
Com usura o traço se torna espesso
com usura não há clara demarcação
e ninguém acha lugar para sua casa.
Quem lavra a pedra é afastado da pedra
O tecelão é afastado do tear.
COM USURA
a lã não chega ao mercado
a ovelha não dá lucro com a usura
A usura é uma praga, a usura
embota a agulha nos dedos da donzela
tolhe a perícia da fiandeira. Pietro Lombardo
não veio da usura
Duccio não veio da usura
nem Pier della Francesca, nem Zuan Bellini veio
nem usura pintou La Callunia.
Angelico não veio da usura; Ambrogio Praedis não veio,
Nenhuma igreja de pedra lavrada, com a inscrição:
Adamo me fecit.
Nenhuma St. Trophime
Nenhuma Saint Hilaire.
A usura enferruja o cinzel
Enferruja a arte e o artesão
Rói o fio no tear.
Mulher alguma aprende a urdir o ouro em sua trama;
A usura é um câncer no azul; o carmesim não é bordado,
A esmeralda não encontra um Memling.
A usura mata a criança no ventre
Detém o galanteio do moço
Ela
trouxe paralisia ao leito, jaz
entre noivo e noiva
CONTRA NATURAM
Putas para Elêusis
cadáveres no banquete
a comando da usura.
domingo, 20 de novembro de 2011
SENHORA DO TEMPO - MEU ENCANTO RADICAL
Vera Guimarães
Desde muito menina eu amava ir ao cinema. Era nos filmes que encontrávamos muito do que queríamos ser. As atrizes nos inspiravam com suas roupas, seus cabelos, seu comportamento, seu repertório de personagens. Naquela época eu me espantava com a sensualidade de Sophia Loren, os mistérios de Lana Turner, os peitões de Gina Lollobrigida, o sofrimento de Anna Magnani, as sobrancelhas finas de Greta Garbo. Não, nenhuma delas era espelho para mim.
Em meados da década 1950, uma atriz apareceu e consubstanciou todo o meu ideal de aparência, de atitude, de beleza. Ela era a personificação da garota do Alceu, aquela moça esperta, linda, esportiva, inteligente, espirituosa, trazendo frescor, humor, graça, elegância, refinamento, malícia na dose certa. Era Audrey Hepburn:
Encantada com ela, eu me fazia a pergunta: “Por que eu não sou assim?” Bem que tentei, mas o máximo que dela consegui me aproximar foi na franja e na gola levantada. Vejam minha fotinha, em sépia, no meio das Audreys. Aquela sou eu aos 14 anos.
À medida que o tempo passava, só crescia minha admiração por A. Hepburn. Nem um pouco original, eu. O mundo a amava. Até hoje vejo seus filmes com enlevo, com carinho, com emoção, com admiração.
Há alguns anos, fizemos uma sessão de ROMAN HOLIDAY, que no Brasil se chamou A PRINCESA E O PLEBEU, aqui em casa. Uma das netas, ainda pequena, com uns nove anos, não resistiu e acabou dormindo. No dia seguinte, ao abrir os olhos, perguntou: “E aí, o que aconteceu com a princesa?” Eu mesma até hoje choro na cena final, um inesquecível show de dignidade dos três personagens, e parafraseio Anna: “Definitely, Audrey!”
Há alguns anos, fizemos uma sessão de ROMAN HOLIDAY, que no Brasil se chamou A PRINCESA E O PLEBEU, aqui em casa. Uma das netas, ainda pequena, com uns nove anos, não resistiu e acabou dormindo. No dia seguinte, ao abrir os olhos, perguntou: “E aí, o que aconteceu com a princesa?” Eu mesma até hoje choro na cena final, um inesquecível show de dignidade dos três personagens, e parafraseio Anna: “Definitely, Audrey!”
Como se não bastasse ser linda e boa atriz, A. Hepburn mostrou ser pessoa sensível e solidária e se engajou em causas humanitárias, principalmente em ações voltadas para a infância, tornando-se embaixadora do UNICEF. Para imitá-la nisso, não basta uma franja ou uma gola levantada.
speaknowblog.wordpress.com
Façam ideia da minha felicidade, então, quando Claudio Luiz, o arquiteto das estrelas, atualmente dedicado também a elaborar ex-libris, sabendo da minha admiração por A. Hepburn, se inspirou na diva para fazer o meu.
Não que eu tenha uma biblioteca que justifique ex-libris, mas eu não poderia perder a oportunidade de ter um desenho feito para mim por Claudio Luiz, poderia?
sábado, 19 de novembro de 2011
FREDZILA - MONTE ASO, KUMAMOTO
Carlos Frederico Abreu
A próxima parada da viagem foi monte Aso, que, na verdade, é uma região e não propriamente um monte - é uma cadeia de montanhas com vinte e seis vulcões.
A calma bucólica da região não permite imaginar como deve ter sido há dez mil anos atrás, com todos os vulcões em erupção permamente.
O ponto central entre eles acabou cedendo, e hoje esta região se chama em, japonês, Aso, ou Caldeira - e tem 40 quilômetros de circunferência.
Depois de duas horas subindo, paramos em uma daquelas paradas típicas para turistas, com restaurantes, shoppings, lojas de produtos da região e disputadíssimos banheiros.
O interessante da região é que se trata de uma das poucas áreas em que se encontra gado leiteiro, além de carne de corte. A melhor surpresa deste dia foi encontrar pela primeira vez desde que cheguei no arquipélago, um lugar vendendo queijo, tipo petisco, e caro.
200 gramas por 30 dólares. Caviar, com certeza, era mais barato.
Fomos para um restaurante kaitenzushi (servem a comida em uma esteira rolante e o freguês se serve do que desesjar), mas estava em obras. Então nos dispersamos, à procura de outro lugar para comer.
Depois de perambular pelo local e torcer o nariz para a maioria dos restaurantes, encontrei uma verdadeira cantina japonesa! TOSCANA! Que alegria!
Tirando a dificuldade de escolher o que comer, em um menu todo em kanji... eu estava no céu!
Como sempre, havia um japonês solícito que se esforçou para me atender com o máximo de simpatia e cortesia e me indicou a pizza da casa, uma marguerita. Massa fina crocante, queijo branco, tomate e um azeite leve e cheiroso!
Tudo isso e um canecão de ‘biru’ por 1.980 ienes (20 dólares). Pagaria até o dobro!
Dali fomos ao ponto mais alto, um mirante com teleférico para chegar até a cratera.
Infelizmente (ou não) a subida estava fechada.
O querido vulcão, apesar de inativo, solta gases venenosos - e quando a emissão passa do limite aceitável, o teleférico não sobe.
Caminhei pelo mirante, tirei algumas fotos e quase fui atropelado no estacionamento por um porsche verde metálico com capota preta dirigido por uma japonesa loiraça-belzebu, de óculos rayban. Devia ser a Paris Hilton de Kumamoto.
Seria uma boa história para contar para os netos:
’Vocês estão vendo esta cicatriz? Uma vez, lá no alto do vulcão Aso...’
A próxima parada da viagem foi monte Aso, que, na verdade, é uma região e não propriamente um monte - é uma cadeia de montanhas com vinte e seis vulcões.
A calma bucólica da região não permite imaginar como deve ter sido há dez mil anos atrás, com todos os vulcões em erupção permamente.
O ponto central entre eles acabou cedendo, e hoje esta região se chama em, japonês, Aso, ou Caldeira - e tem 40 quilômetros de circunferência.
Depois de duas horas subindo, paramos em uma daquelas paradas típicas para turistas, com restaurantes, shoppings, lojas de produtos da região e disputadíssimos banheiros.
O interessante da região é que se trata de uma das poucas áreas em que se encontra gado leiteiro, além de carne de corte. A melhor surpresa deste dia foi encontrar pela primeira vez desde que cheguei no arquipélago, um lugar vendendo queijo, tipo petisco, e caro.
200 gramas por 30 dólares. Caviar, com certeza, era mais barato.
Fomos para um restaurante kaitenzushi (servem a comida em uma esteira rolante e o freguês se serve do que desesjar), mas estava em obras. Então nos dispersamos, à procura de outro lugar para comer.
Depois de perambular pelo local e torcer o nariz para a maioria dos restaurantes, encontrei uma verdadeira cantina japonesa! TOSCANA! Que alegria!
Tirando a dificuldade de escolher o que comer, em um menu todo em kanji... eu estava no céu!
Como sempre, havia um japonês solícito que se esforçou para me atender com o máximo de simpatia e cortesia e me indicou a pizza da casa, uma marguerita. Massa fina crocante, queijo branco, tomate e um azeite leve e cheiroso!
Tudo isso e um canecão de ‘biru’ por 1.980 ienes (20 dólares). Pagaria até o dobro!
Dali fomos ao ponto mais alto, um mirante com teleférico para chegar até a cratera.
Infelizmente (ou não) a subida estava fechada.
O querido vulcão, apesar de inativo, solta gases venenosos - e quando a emissão passa do limite aceitável, o teleférico não sobe.
Caminhei pelo mirante, tirei algumas fotos e quase fui atropelado no estacionamento por um porsche verde metálico com capota preta dirigido por uma japonesa loiraça-belzebu, de óculos rayban. Devia ser a Paris Hilton de Kumamoto.
Seria uma boa história para contar para os netos:
’Vocês estão vendo esta cicatriz? Uma vez, lá no alto do vulcão Aso...’
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