21 de junho. Hoje era o aniversário do meu pai. Dia de festa, mesa farta, alegria em casa. Ô homem para gostar de aniversário! E, por ser pertinho do São João, ele juntava logo as duas festas: tinha bolo, velinha, bandeirinha recortada, canjica, pamonha e fogos. E só de falar, já estou sorrindo.
Prá começar, deixa eu explicar uma coisa: canjica não é o que vocês estão pensando. Vocês estão pensando naquele doce cheio de carocinho de milho branco, com caldinho, não é? Pois é. Isso aí que vocês estão pensando é MU-GUN-ZÁ. Repitam comigo: mugunzá.
Canjica é o que, estranhamente, vocês chamam de curau. Aquele mingauzinho de milho enfeitado com canela em pó.
Porque uma coisa é outra coisa e a outra coisa é uma coisa que eu nem sei de onde vem o nome é um total mistério. Mas eu sou teimosa e faço questão de ensinar direitinho a diferença.
Canjica Pernambucana
8 espigas de milho verde
4 cocos secos para ralar
4 xícaras de (chá) de água quente
2 colheres de (chá) de sal
meio quilo de açúcar
4 litros de água
Como fazer:
Rale o coco e retire o leite puro (coloque o coco ralado em um pano fino e aperte até escorrer todo o leite). Esse é o leite grosso, também chamado primeiro leite). Reserve.
Junte 2 xícaras de água quente ao bagaço do coco e retire mais leite.
Junte a água quente restante e tire o restinho do leite, que vai sair beeem ralinho.
Pegue as espigas de milho, coloque em pé e corte os grãos bem rente ao sabugo - com cuidado para não tirar mais do que deve.
Bata no liquidificador o milho com 2 litros de água. Passe por uma peneira.
Repita o processo com o bagaço do milho, para não desperdiçar nada.
Misture o leite de coco com o açúcar, o sal e a massa do milho passada pela peneira.
Leve ao fogo para cozinhar, mexendo sempre até engrossar e soltar do fundo da panela.
Coloque em travessa ou pirex, ou ainda em potinhos individuais. Decore com canela em pó. (Mamãe fazia losangos, grafismos, escrevia G H - de Geraldo e Helena... enfim, o céu é o limite)
Raspe o fundo da panela da canjica e seja feliz.