Por Vera Guimarães
(foto: cocadaboa.blogspot.com)
Eu meço meu grau de jacuzice ou cosmopolitismo pelo aplomb e eficiência com que enfrento um banheiro público novo.
Nunca sei que tipo de torneira vou encontrar no banheiro da Central Station de qualquer lugar ou como é a descarga do toilet daquele restaurante que parecia tão velhinho, afinal instalado num prédio que tem resquícios de uma torre do século X. Sim, queridos, todos os banheiros foram reformados. Viva a globalização! E as torneiras agora se abrem por sensor, se fecham quando querem, ou você tem que cantar o hino nacional daquele país para acontecer alguma coisa. Se a gente não está acostumada a misturadores, corremos o risco de uma mãozinha escaldada ou congelada.
Num desses banheiros, achei que o próximo passo seria eu ser abduzida, tal o evento misterioso que se deu: ao ser acionada a descarga, a tampa do vaso criou vida própria e começou a se mover, dando uma volta completa. Em outro, fiquei procurando em algum lugar um botão ou uma peça móvel, girei braços, pernas e bolsa na esperança de um sensor escondido. Quando desisti, e já estava treinando a desculpa (em inglês, of course) para dar à pessoa que estivesse aguardando a vez quanto aos motivos de não ter cumprido com minha obrigação de cidadã terceiro-mundista pobre, mas limpinha, pois bem, quando virei as costas, o milagre se fez. Deveria ser uma descarga envergonhada, que não faz nada com as pessoas olhando.
Você está sempre segura do que fazer com as toalheiras? Parabéns! Eu nunca sei se é para torcer, apertar, bater a mão, esperar o milagre do sensor ou puxar com as duas mãos. Pior se a instrução vem em húngaro, "a única língua que o diabo respeita". (Chico Buarque, in BUDAPESTE).
Agora, sim, o que vem é civilização! Meus companheiros de viagem viram um banheiro público masculino sensacional. Eu não vi, mas eles tiraram foto e descreveram o funcionamento da coisa. Para a homaiada tomadeira de cerveja parar de ficar mijando pelas ruas, fizeram um gradeado, simplesmente um gradeado em semicírculo, sem porta, que apenas proporciona uma relativa reserva, no qual tem um cano com um bocal (???) onde o cidadão introduz o... a... , vocês sabem, e se alivia e preserva as senhoras e crianças da visão desses marmanjos inconvenientes, e livra as ruas do cheiro característico de seu produto excretado.
(Rubberball Fotos Royalty Free)
COMENTÁRIOS:
Gisela: Pqp, Vera, eu quero que a civilização chegue logo a Sorocaba pq o que tem de homem se aliviando na rua é brincadeira!
Claudia Lyra: Eu quero que a civilização chegue ao banheiro dos meus meninos...
Bela: Meu bem, a civilização chega ao banheiro dos meninos, mas os meninos nunca chegam na civilizaçao...os seus tb têm pinto sem pontaria? ah, fia, me responde... PARA QUE DIABOS SERVE AQUELA MANGUEIRINHA??? (neste perímetro banheiral, que fique claro!)
Eva: E a porta. Por que eles acham que não precisa fechar a porta?
Stella: aqui em casa o banheiro tem sempre a porta fechada e a tampa do vaso baixada, graziedio. fred já veio treinado para a minha mão. e os gatos ajudaram muito, pq vaso sanitário com tampa levantada é fatal para gato, eles caem e se afogam, segundo fred me disse.
Claudio Luiz: la no porto (estou em lisboa aproveitando o feriado) tem um tb interessante. Meio conversadeira. Fica um de frente pro outro, dá para conversar e não precisa ficar vendo o documento um do outro. Depois vou ver se fotografo.
Anamaria: Que máximo... um sucker de piru engolidor de xixi... aqui não ia dar certo, ia encher de tarado, hehehehe.
Claudia Lyra: Rapá, já cogitei a hipótese dos meninos sofrerem de Mal de Parkison bem nesse momento - e somente nesse - do xixi, porque não é possível que seja tão difícil acertar o bocão do Celite!!! Já pedi mais concentração nessa hora, que eles pensem no que estão fazendo, que mantenham o foco... mas tudo em vão...