Telinha Cavalcanti
O que é o poder da propaganda: vi na tv o anúncio de uma revolucionária fita para limpeza profunda de pele. Aí olhei no espelho, achei que meus poros ficariam mais bonitos e saudáveis se eu usasse a tal fita. Comprei a dita-cuja e então resolvi usar.
Li as instruções direitinho: molhe a pele, aplique a fita especialmente desenvolvida para remover impurezas do seu nariz, espere 10 a 15 minutos e retire de-li-ca-da-men-te.
Quando abri a fita, tinha um plástico nela.
Ninguém falou de plásticos.
Bem, vai assim mesmo. Eu já estava na chuva, era para me molhar.
Imagine uma fita branca coberta com celofane transparente ficando melequenta por causa da água "que ativa os ingredientes especiais" tentando aderir ao seu nariz e a imensa sensação de ridículo ao se olhar no espelho.
Depois de alguns segundos a dúvida de que havia feito burrada se transformou em certeza total, literalmente na minha cara.
Tentei tirar o plástico e a fita veio junto. Acabei descobrindo na bula da fita (e onde estava essa bula que eu não vi antes?) que o plástico deveria ter sido retirado antes da fita ser aplicada. Com as mãos limpas e secas.
Agora parecia que um marshmallow havia sido esfregado no meu nariz.
Mas aí a fita começou a secar, o que iria deixar imediatamente meus poros limpos e minha pele maravilhosa.
A fita endurece quando seca - e depois ela repuxa. E, se você usa óculos, não use óculos junto com a fita! Descobri isso da pior maneira possível, mas a fita sai mais fácil dos óculos que da pele.
Quando fui tirar a fita, delicadamente como a minha pele merece, parecia estavam depilando o meu nariz, por mais absurda que esta comparação possa parecer!
Bem, após esse incidente, não sei o estado dos meus poros. O meu nariz está vermelho demais para ver se ficou alguma sujeira. E, se houver, ela deve estar disfarçada por partículas da fita, que ficaram muito apegadas a mim.
That's all, folks.