Olá, meu nome é Gilvania, tenho 37 anos, sou jornalista de profissão, pernambucana de nascimento, e, há 12 anos, sou carioca de coração.
Não tenho vergonha de dizer que tudo começou por causa de um homem. Não do jeito que você talvez esteja pensando agora. Bem pelo contrário, até.
A amiga leitora sabe o que a gente faz quando aquele homem que a gente achou que era “o cara” nos dá o fora? Bom, eu não sei quanto a você, mas da última vez que isso aconteceu comigo eu passei umas duas horas chorando, outras tantas xingando o infeliz e muitas mais tomando uma das melhores decisões da minha vida: viajar para o Rio de Janeiro. Porque sofrer por amor pode até ser bonito e comovente nas novelas, romances e afins, mas na prática, convenhamos, é um saco. A gente fica se sentindo uma coitadinha por um tempão, tende a se achar a criatura mais feia e mal amada das galáxias e ainda por cima fica insuportável de sensível. Não é?
Em junho de 1999, era assim que eu estava me sentindo. Eu já tinha os meus 25 anos e o tal príncipe encantado ainda não tinha aparecido. Por mais que os beijasse, eles insistiam em permanecer como sapos. Não que eu tenha nada contra sapos, entenda-me, mas aquilo ali definitivamente não estava mais funcionando comigo.
Com aquela dor de quem não só tinha levado fora mas também descoberto chifres na testa, achei melhor me afastar um pouco de tudo e todos que me cercavam.
Sem férias há três anos e com o coração e orgulho feridos, fui conhecer a tal Cidade Maravilhosa. Minha avó materna e minha mãe não cansavam de elogiar o Rio de Janeiro e, apesar de ter torcido o nariz sempre que elas comentavam isso, resolver dar um crédito a elas.
E foi assim que meu caso de amor pelo Rio de Janeiro começou.
Naquele 28 de outubro de 1999, eu me senti viva de novo – como dizia a música do James Taylor* que tocava no meu walkman enquanto o avião sobrevoava a cidade.
A viagem durou cinco dias, mas foi preciso apenas um para eu cair de amores pela cidade e sua gente, pelo seu relevo, suas cores e contrastes e pra esquecer até o motivo pelo o qual eu tinha viajado. Literalmente, eu vi novos horizontes, abri meus olhos e percebi que a vida é boa demais e cheias de oportunidades e se a gente ficar muito tempo presa a um amor que não nos fez bem pode perder tudo isso.
sofrer por um amor que não vale a pena e perder esta paisagem?
nunquinha :)
nunquinha :)
O sentimento foi tão forte que, 10 anos depois de ter conhecido a cidade, eu me casei lá no alto do Corcovado – isto mesmo, no Cristo Redentor. Meu marido, que chegou na minha vida depois do Rio, nem precisou perguntar o porquê de casar lá e não aqui em Pernambuco.
Agora, cá estou no Primeira Fonte para não só falar sobre o Rio como também compartilhar dicas que – espero – sejam bem uteis na sua próxima viagem ou num simples passeio pela cidade. Nossos encontros serão quinzenais, às quintas-feiras, e se você quiser passar umas dicas fique à vontade – até porque, em outubro, estarei lá novamente :P
*Only a dream in Rio é o nome da música que James Taylor gravou em agradecimento à cidade após o sucesso que teve no Rock in Rio 1.