sexta-feira, 15 de julho de 2011

MINHA AMIGA DE INFÂNCIA VOLTOU!!!

Telinha Cavalcanti

Minha amiga de infância voltou! Foi assim mesmo que eu me senti ao ver a revista Luluzinha nas bancas. Não, não é a Luluzinha Teen, pufavô. É a clássica, com seu vestidinho vermelho, com a Aninha, o Bolinha, a peste do Alvinho e a Bruxa Alcéia! (Até agora a Meméia não apareceu, mas estou cruzando os dedos)

tá amassadinha, mas é porque eu li e reli...

Luluzinha e Bolinha foram meus grandes amigos nas décadas de 70/80. Papai comprava para mim e também curtia. Certa vez, aos 9 anos, voltava da banca para casa com a minha irmã mais velha. Eu andava e lia ao mesmo tempo... até que bati com a cara no poste. Choro, humilhação, irmã rindo de mim. Nunca mais fiz isso, embora odiasse perder tempo até começar a ler :)

Luluzinha e Bolinha se firmaram como ícones pop da época. Até música da Jovem Guarda homenageou a dupla!

A Festa do Bolinha
Composição: Erasmo Carlos/Roberto Carlos

Eu ontem fui à festa na casa do Bolinha
Confesso, não gostei dos modos da Glorinha
Toda assanhada, nunca vi igual
Trocava mil beijocas com o Raposo no quintal


Porém, pouco durou aquela paixão
Pois Bolinha, com ciúmes, formou a confusão
Aninha tropeçou e os copos derrubou
E a casa do Bolinha num inferno se tornou


Bolinha provou que é ciumento prá xuxu
E... que não gosta da Lulu
Bobinha, que por ele ainda chora
Com tanto pão dando bola no salão
Luluzinha foi gostar logo de um bolão.


As expressões "Clube da Luluzinha" e "Clube do Bolinha" estão em uso até hoje, não é, meninas do Luluzinha Camp?

Luluzinha e Bolinha voltaram às bancas depois de 15 anos de ausência, na esteira do sucesso de suas versões teen.  As histórias clássicas da Marge são ambientadas entre 1930/1940, com a moda, os carros e, principalmente, o comportamento da época: muitas histórias começam com a Luluzinha sendo castigada injustamente pelos pais. Com a ajuda do Bolinha, fantasiado de Detetive Aranha, o mistério era solucionado e o verdadeiro culpado pela arte aparecia.


Luluzinha e Bolinha chegaram ao Brasil em 1955. Mesmo enfrentando algumas mudanças de editoras, continuaram sendo publicados até os anos 90. No começo dos anos 2000, voltaram às bancas e às livrarias como livros, com coletâneas de histórias em preto e branco. Em 2009, foi lançada a revista Luluzinha Teen.



Uma característica importante da Luluzinha é que ela sempre foi uma menina esperta e destemida. Em uma historinha clássica, Lulu decide participar da corrida de carrinhos feitos com caixotes - que só aceitava meninos. Ela não só consegue ser a única menina a correr junto com todos os meninos do bairro como também ganha a corrida. E quando o Bolinha, revoltado com a derrota, a acusa de ter a ajuda do pai para construir seu carrinho, Lulu afirma que quem a ajudou foi a mãe! Luluzinha era uma feminista avant-la-lettre, brincando e brigando em pé de igualdade com os meninos da rua.



Agora, em 2011, as histórias são as mesmas, mas há gírias novas nos diálogos. Eu não gostei muito do anacronismo, vou ser sincera. Mas é porque eu sou old-school :)