quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

OSTRAS EM FAZENDAS MARINHAS: FLORIANÓPOLIS

Por Esther Lucio Bittencourt e Raquel Bittencourt




                                           Fazenda Marinha em Ribeirão da Ilha, Florianópolis

Adécio Romalino, maricultor


Adécio Romalino da Cunha, Manezinho da Ilha, como se intitula, 59 anos, é pequeno produtor de ostras em Florianópolis. “Aqui é uma fazenda marinha -diz ele- com cerca de 600 mil ostras. Em janeiro a Universidade Federal de Santa Catarina fornece as sementes das ostras, pequenos moluscos, que colocamos na água em redes de malhas finas, os berçários, até que cresçam. Aí elas são mudadas para outras “lanternas”, com tamanho variado de malhas até atingir idade para consumo, que varia entre 8 e 9 meses. A UFSC é a única que fornece sementes de ostras para todos os maricultores”.

Lanternas onde são colocadas as ostras e, após, levadas para o mar.

As primeiras sementes de ostras a UFSC trouxe do Canadá e estudou, através de pequenos maricultores a adaptação e crescimento de ostras no litoral de Santa Catarina. O projeto deu certo, prosperou e hoje a cidade exporta para o mundo inteiro. Até o ano passado o milheiro da ostra era vendido por R$12,00. Cinquenta por cento do milheiro é perdido desde as sementes até o uso para venda, na faixa de R$ 4,00 a dúzia, direto do produtor e entre R$ 20,00 e R$ 40,00 reais nos restaurantes do Ribeirão da Ilha, bairro onde encontramos alguns produtores.

Adécio Romalino da Cunha conta sobre os problemas que os maricultores enfrentam: desde as marés vermelhas, que vem do alto mar, causada pela destruição de algas e que intoxicam as ostras e quem as come, até o calor do verão, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro. “No ano passado, disse ele, perdemos quase 100 por cento do que produzimos o ano inteiro, devido ao aquecimento da água do mar. Este mês de novembro mesmo morreram muitas mas agora a água está mais fresca. E não há o que fazer, não podemos resfriar a água do mar, e nem pensar em levar para mais longe do litoral é um processo caríssimo. Tirar o miolo para industrialização é impossível pois não temos métodos para isto, temos é que vender na alta temporada aos turistas porque os nativos da ilha não tem o hábito de se alimentar de ostra que tem sais minerais, vitaminas A,B e D, fósforo e zinco dentre outras coisas”.
                   Trabalhador trazendo barcaça com lanternas onde ostras maiores são colocadas
A empresa de Adécio

Após sabermos que a UFSC analisa diariamente a água do mar onde são criadas as ostras e as próprias ostras, inclusive por necessidades de exportaqção eu e Raquel, minha nora, fomos almoçar no restaurante do local, Armazém das ostras. Comemos ostra em natura e ao bafo, além de um belo peixe com pirão.

                                                       Ostra em natura, com limão

Ostra preparada no bafo
                         A festa das garças na praia ao lado do restaurante (Foto Raquel Bittencourt)
Artesanato com Ostras