sexta-feira, 15 de junho de 2012

84, CHARING CROSS - NOSSOS ANCESTRAIS CONFLITOS

Elaine Pereira 



 

 Não sou judia nem muçulmana. Respeito as duas, sei um pouco mais da judaica, e acho que são histórias lindas. Um amigo (judeu) postou essa figura por aí esta semana e eu fiquei até emocionada, porque é o que sempre pensei resumido em poucas palavras.

O que vemos hoje e temos visto há tanto tempo, o conflito, a matança, o ódio, tudo em nome de Deus. As histórias e os ensinamentos de ambas são tão bonitos e tão semelhantes que teríamos obras-primas se todo mundo trocasse as armas pelos livros.

As guerras santas já começam a ser paradoxais na denominação. Nós vivemos em um país cheio de problemas e temos nossas guerras, mas curiosamente essa não é uma delas. Não seria hipócrita em dizer que não temos preconceito, mas creio que o Brasil é o único lugar do mundo onde os tradicionais inimigos não estão nem aí para a origem um do outro. Fazemos piadas que em outros lugares acabariam em tiros. Não acho um grande mérito, mas pelo menos nisso não erramos feio como em tantas outras coisas.

E é incrível como a briga toda está retratada aí, mas ninguém até hoje veio com uma explicação plausível. Tempos depois outros descendentes de Abrahão se juntaram à briga, acrescentando o terceiro inimigo, o cristão. Todo mundo quer a Terra Santa, a Faixa de Gaza, Jerusalém, a primazia de ser o Deus único, todo mundo está tão ocupado em querer se sobressair ao outro que até já esqueceu o básico. Os pobres Ismael e Isaac não entendem porque não podem brincar... “...but we are brothers...”.

Nem que não tivessem nascido do mesmo pai, haveria justificativa para tudo?

E judeus, católicos, budistas, muçulmanos, somos todos humanos e acabamos envolvidos em conflitos, não só religiosos, de repente odiamos todo mundo, criticamos, julgamos. O conflito é tão mais simples, tão mais envolvente.

Quando afinal vamos poder brincar?