Carlos Frederico Abreu
O-miai no seki o youishite itadakemasuka?
Em bom português, "Por favor, arranje um casamento para mim?"
Da lista de coisas que tem no Japão - em excesso - lojas para noivas e salão para casamentos.
Na verdade, parece ser um ramo muito bem explorado, atingindo todas as categorias, estilos e classes.
Em diversos hotéis há anúncios que o local está disponível para festas de casamento - sejam tradicionais ou ocidentais, com todo o conforto não só para a noiva, o noivo e suas famílias se aprontarem para a festa, mas também com lojas de roupas ocidentais e quimonos, confeitaria, serviços de fotógrafo, filmagem e tudo o mais que se possa imaginar.
A guia da excursão contou que, cada vez mais, as jovens preferem uma cerimônia ocidental, pois assistem nos filmes e séries de TV e acham mais romântico... Isso não significa nenhum compromisso com esta ou aquela religião. É apenas um dia de festa.
Em comum com as cerimônias brasileiras há o grande investimento na festa, abrilhantada pela pieguice-over do japonês nestas situações, digamos, românticas.
No hotel vi convidados saindo de salão para casamentos com suas sacolinhas de lembranças da festa na mão.
O nome do salão: Cinderela Room. Quem disse que japonês também não é brega?
Ainda assim, vimos, em Miyajima, no Templo doTori Flutuante, uma tradicional cerimônia xintoísta - bem, quase tradicional, pois a cerimônia foi presenciada por quatro barulhentas excursões vindas dos mais diversos cantos do planeta - e, para meu espanto, a noiva achou tudo maravilhoso e chegou a dar tchauzinho e posar para as fotos dos turistas.