quinta-feira, 14 de junho de 2012

DIÁRIO DE UMA ADOLESCENTE. DIA DOS NAMORADOS.

Por Bianca Monteiro
Mais uma data comercial como páscoa, natal, aniversários, dia das mães e etc, pra gente torrar muito dinheiro em compras e deixar os lojistas ricos. Tenho pavor dessas datas normalmente, pois sou péssima com presentes: morro de medo de errar. Sou indecisa, e detesto ter que escolher... Se já é difícil pra mim, imagina só pros outros? Dependendo da pessoa, é até fácil. E pra pessoa que eu mais amo? Mesmo sendo simples, ainda é difícil por causa disso.

Até que me adiantei, o que é raro. Infelizmente, não fez diferença: meus presentes não chegaram a tempo. Não me importei, afinal: pra quem ama, as intenções por trás da data não fazem a mínima diferença. É muito além do material. É um dia pra você dedicar inteiramente à pessoa amada, pra tentar demonstrar o tamanho do seu sentimento e provar o quanto aquela pessoa é especial pra você. Surpresas sentimentais impressionam muito mais pelo trabalho que temos pra fazê-las, e principalmente pelo significado interno que aquilo tem.

Nem mesmo pude passar um tempo considerável com ele, tive por volta de uma hora que surgiu de intervalo em nossa rotina agitada. Esses poucos minutos foram mágicos. Na falta dos presentes, tive que improvisar surpresas: mandei um telegrama gigante que me privou de sono na noite anterior, mas valeu a pena. Como nem tudo coube na folha, escrevi um outro texto gigante e fiz os cupcakes que ele tanto queria há tempos, com cobertura rosa (que era pra ser vemelha, mas o corante clareia, infelizmente) e vários coraçõezinhos de açúcar. No fim, além do meu presente material, ele também tinha uma surpresa: ganhei uma música descrevendo meu hábito nostálgico de anotar coisas no caderninho e tive que segurar muito pra não chorar.
Com meu dia sendo feliz, não tinha como não reparar que as outras pessoas não estavam passando pela mesma situação. Já na semana anterior, todos compartilhavam no Facebook imagens reclamando da solidão na data, se "alugando" pra mesma, fazendo apelos para arrumar alguém, ou até mesmo se orgulhando de estar sozinho falando mal da comemoração, do amor, etc. No dia, se agravou, como previsto... Ah, é completamente normal ficar desiludido com o amor. O que não pode é começar a dizer que não existe desmerecendo o dos outros. Sempre acaba naquela conversa de que o amor é cego, ou que nos cega, que nos tira a noção e total consciência das coisas, whatever. Eu não acho isso ruim, sinceramente. Acho que é uma cegueira natural. E amo tê-la, por isso gosto tanto de me manter apaixonada sempre. Enxergo a vida de outra forma (leia-se: não me sinto tão egoísta ou dominada inteiramente pela desesperança). Meio que o físico da pessoa passa a ser ignorado com o tempo, não por não ser agradável, mas sim porque o que ele é já não te importa mais. O que interessa passa a ser o que está além... Isso não é irracional de forma alguma. Isso é lindo. Pra mim, é a melhor forma de amor alcançável.

Mesmo que atrasado, feliz dia dos namorados!