sábado, 18 de junho de 2011

84, CHARING CROSS

VIAGEM PELA MÚSICA E PELA DANÇA

Por Esther Lucio Bittencourt

Bem , para mim a música, é uma viagem. assim como os poemas. Ontem à noite, após jantar no Royal Dansk, do Toninho, jantar é exagero pois foi apenas um fondue, fomos para casa do Fernando Niman, onde apreciamos Das Lied Von der Erde, de Mahler, para mim a peça mais linda dele, regida por Bernstein, magníficamente. Eu tenho três gravações distintas desta peça e  nenhuma delas se compara ao trabalho minucioso do Bernstein , que apreciei ontem.

Mas voltando para a Escola Municipal de Música de Caxambu, que é da Prefeitura, e onde se aprende música graciosamente quero falar sobre a minha primeira professora , a Karina. Ela tem uns ares da Capitu, de Machado de  Assis. Morena, olhos negros ou castanhos escuros, cabelos longos. Mas é uma alemã durante a aula. Um errinho e volta tudo de novo. Com ela aprendo violino e teoria. Aí , eis que o arco erra, os dedos tropeçam, e voltamos tudo de novo. Na teoria ela me ensinou o que sei. E tem muito mais coisa, pois se falasse no " Música para os Olhos" escreveria um livro, quase.....

Este ano entrou na Escola a Cristina. Dá aula de extensão vocal, piano, lá é teclado porque não tem piano, e teoria. Com ela aprendo teclado, extensão vocal e teoria. É loura, tem uma tez clarinha, e o sorriso que parece o sol, anima-nos em momentos de desespero no Halleluja de Handel e acredita ser tudo possível. Um dia farei uma entrevista com ela para que vocês entendam o porque ela acredita sempre. E a Sumaia, que nos dá aula de canto uma vez por semana, professora aqui da cidade e que resolveu doar um horário de seu tempo para Caxambu, que a recebeu de braços abertos.

Enfim, terminamos a noite na casa do Fernando, por volta de 1,30 da manhã assistindo a este vídeo na Tv, Pavane Opus 50, de Fauré porque ela sabe colocar, assim como a Ana, porque aprendeu com ele, toda a internet na Televisão. Este vídeo foi postado ontrem pelo Servio Tulio no Facebook e as imagens são de Paul Cezanne.


Foram tantas as emoções com Das Lied Von der Erde, A canção da Terra, aqui está o final dela, após termos visto as gravações que Fernando fez das Liturgias da Semana Santa em Tiradentes, Minas Gerais,

que esqueci de comentar com ele que assistisse ao que "Ce que la mort me dit" também de Mahler, dançada por Jorge Donn numa coreografia de Maurice Béjart em seu Ballet de XXe Siècle.
Gustav Mahler nunca era usado em Balé, Fauré sim e muito.

De novo Ce que la Mort Me dit, desta vez ensaio com Béjart, o de bigode.

Quando Nureyev morria, eu via este balé, com música de Mahler, usada ousadamente por Bájar, como homenagem ao bailarino, porque um tempo se confundiu com outro.

entrevista da Rai com Nureyev

Por fim, dirão vocês que uma pavane é uma pavane, Talvez tenham razão. Veja a semelhança desta de Ravel com a de Fauré:

ou é impressão minha?

Daqui a pouco entrará a viagem de Ana Paula Medeiros pelo Museu do Prado. O final da caminhada.