sábado, 12 de maio de 2012

FREDZILA - Hanami, coisa muito séria

Carlos Frederico Abreu



A atenção dada pelos japoneses ao florescimento das cerejeiras é algo muito sério e até difícil de explicar. O país inteiro acompanha as notícias diárias sobre as primeiras floradas e existe um serviço especial, dentro da competentíssima Agência meteorológica do Japão, dedicada somente a registrar os percentuais de floração e emitir os boletins.

É comum nesta época, entre março e maio, ligar a televisão e ficar sabendo que na cidade tal, a floração chegou a 80%, 90%… em outras partes as árvores são contadas, sim, isso mesmo, algo do tipo, “as 127 cerejeiras da rua tal…”.

É um acontecimento tão grande que traz gente do mundo inteiro somente para ver as cerejeiras, que são de diversos tipos. Estas cerejeiras em particular não dão frutos.

Para se ter uma ideia da dimensão deste evento que leva milhares de pessoas aos parques públicos durante o tempo da floração (não mais do que alguns dias), a cidade de Tokyo precisou criar um esquema especial para recolher as quase vinte toneladas diárias de lixo (garrafas pet e latas na maioria).



O Hanami é um costume antigo no Japão, com registros por volta do século 8, e se manteve essencialmente o mesmo até os dias de hoje, pois caiu no gosto do Japão moderno, sendo popular entre todas as idades e classes sociais. Junto com o início da primavera (reinício da vida após um duro e castigante inverno), também marca o início do ano fiscal e letivo.

A flor da cerejeira (sakura) tem um tempo de floração muito curto, não passando de poucos dias, portanto é um acontecimento muito aguardado por todos os japoneses.


Basicamente colegas de trabalho, de escola, familiares e amigos, se encontram nos parques, estendem plásticos sob as cerejeiras e celebram bebendo, comendo, cantando, rindo e se divertindo.


O evento é propício para se refletir sobre a beleza e a brevidade da vida, sua delicadeza e fragilidade.