quinta-feira, 24 de maio de 2012

GENOMA HUMANO


Dorothy Coutinho






Os gregos sacaram que toda a vida de um elefante, de uma formiga, a minha e a sua, cresce na proporção do número áureo! Em essência, somos iguais. A proporção do DNA de um negro, circassiano, ruivo, judeu, alemão, oriental, nordestino, wiking, terrestre, batráquio ou sodomita, é a mesma.

A ciência avança e, os políticos, as ideologias e o povo só têm contato com o avanço quando interessa à própria ciência! O Projeto Genoma nos Estados Unidos se propõe a analisar e mapear 99% do mapa genético humano, contidos na dupla hélice do DNA, desde o governo Clinton.

O projeto vai transformar a medicina e mitigar sofrimentos – afastar as possibilidades de câncer, de cardiopatia, de doenças auto-imunes e até de enfermidades psiquiátricas, dizem alguns cientistas. O projeto criará um mundo “de Frankensteins e desfigurados”. Dizem outros. A ciência pirou!

A Grã Bretanha partilha o projeto com os EUA. Uma comissão foi criada para investigar o mal uso de informações sobre o código genético. O temor dos britânicos é a criação de párias genéticos - pessoas portadoras de mutações associadas a doenças.

É a teoria dos “belos genes”. A eugenia apresenta duas feições: - a negativa – elimina os “traços biológicos indesejáveis”. - a positiva – preocupa-se com a aplicação de uma reprodução seletiva. E pensar que os Estados Unidos já lideravam o melhoramento da raça, antes mesmo dos nazistas! Senão vejamos: o boom da eugenia se deu no período da Grande Depressão. Era a ideologia da elite branca, anglo-saxônica e protestante, para impedir que o sonho americano fosse estendido aos imigrantes. A hereditariedade se tornou mais importante do que os fenômenos sociais, econômicos e culturais. Um Comitê investigava e descrevia a hereditariedade nos seres humanos, ressaltando virtudes de uma raça superior e apontando os desvios e os perigos de uma raça inferior.

 O discurso de Roosevelt em 1909 nos dá a dimensão do fenômeno eugênico nos EUA. “ ....um dia perceberemos que o principal dever, o dever inevitável de um cidadão correto e digno é deixar sua descendência no mundo. E também que ele não tem o direito de permitir a perpetuação do cidadão incorreto. O grande problema da civilização é assegurar um aumento relativo daquilo que tem valor, quando comparado aos elementos menos valiosos ou nocivos da população. O problema não será resolvido sem uma ampla consideração e imensa influência da hereditariedade. Desejo muito que se possa evitar completamente a procriação de pessoas erradas. E o que se deve fazer, quando a natureza maligna dessas pessoas for suficientemente flagrante? Os criminosos devem ser esterilizados. E aqueles mentalmente retardados devem ser impedidos de deixar descendência. Com a ênfase que deve ser dada à procriação de pessoas adequadas”.

Cruz credo!

A primeira lei sobre alteração da composição ética e racial, foi promulgada nos EUA em 1924 e vigorou até 1965. O movimento começou a declinar com a ascensão de Hitler. A Lei de Saúde Hereditária - primeiro passo do programa eugênico de eliminação das raças inferiores na Alemanha deu no que deu: o massacre de 6 milhões de judeus tendo à frente do programa o médico Josef Mengele. A Sociedade Americana de Genética quis condenar a política genética do Reich, mas jamais conseguiu votos suficientes. No fundo, o Reich tentou fazer o que os EUA queriam ter feito!

A manipulação dos genes, para evitar doenças congênitas, é assunto polêmico. O Conselho Federal de Medicina aqui no Brasil dispõe que as técnicas de reprodução assistida não devem ser aplicadas com a intenção de seleção. Isso, por enquanto!