quinta-feira, 25 de novembro de 2010

DEU NA RÁDIO O RISO, A ALEGRIA E A FELICIDADE

Por Esther Lucio Bittencourt

Deu na sanfona de Pedro Cunato que a alegria e o riso, para Rodrigo é “p*ta m*rda, que pergunta mais difícil! Atualmente estou  numa fase sem alegria. Tenho síndrome do pânico. No entanto, não vejo parceria entre riso e alegria. O riso pode ser uma coisa de momento, como ouvir uma piada, assim como a alegria, que é diferente da felicidade, é coisa de momento também. Já a felicidade é um estado duradouro, uma busca constante para estar bem. É a meta do ser humano e, meu momento hoje é este: esta busca.”

Rodrigo Arantes Nogueira, 29 anos, casado, é pai de dois filhos e empresário em Caxambu/MG e em São Lourenço, município vizinho. Para que o pânico não tome conta de sua vida diz ele que precisa trabalhar muito, “pois o trabalho tira o foco do problema que me aflige, mas atrapalha em fazer novas amizades porque prefiro sempre a introspecção. Agora mesmo a minha mãe me apresentou a uma pessoa que não conheço. Reclamei, pois sou obrigado a falar com pessoas que não fazem parte de minha intimidade. Sei que ela me apresenta com orgulho maternal. Entendo. Mas não é a minha. Fujo de aglomerações e nem vou a espetáculos pois a multidão assusta.

Noutro dia, li um artigo sobre o riso e fiquei intrigado, passei a por em prática o que ouvi e tem dado certo. A matéria diz que se atendermos o telefone com um sorriso, a pessoa do outro lado do fio nos responde com um sorriso também.”

Rodrigo viaja hoje à noite para São Paulo pois amanhã tem encontro com executivos que lhe fizeram uma proposta que irá analisar.

Os pais dele são de Carvalhos, outro município próximo de Caxambu.

Na cidade havia uma venda e seu proprietário, Pedro Cocunato, apelidado de Cunato, ficava sentado num banco caipira, do lado de fora da venda, tocando sanfona e contando aos passantes as novidades do dia. A população da cidade quando queria contar um fato ou um causo dizia antes: sabe o que deu na sanfona de Pedro Cunato? Era a rádio da cidade.

Hoje, a maioria das pessoas entrevistadas deram uma só definição para a felicidade, excetuando Rodrigo: ser feliz é estar em nossa cidade, em nosso interior, longe dos tiros e da guerra entre bandidos e polícia que ocorre no Rio de Janeiro.