sexta-feira, 12 de novembro de 2010

PREÇOS ALTOS NAS COMPRAS. O QUE AS PESSOAS DEVEM FAZER?

Mal sabe o consumidor, mas o poder é ele quem tem nas mãos

Por Ana Laura Diniz

Vai ao supermermado? Não faça a tal compra do mês, se quiser economizar. Muito menos, acrescente aquilo que nem estava em sua lista. Segure a tentação e lembre que a matemática, nesse caso, é: menos é mais.

Simples. É melhor ir ao supermercado duas vezes por semana a uma. Assim, aproveita-se as promoções de quase todos os setores. “Precisava de limão na semana passada: R$ 6,95, o quilo. Comprei apenas um limão, que dava para fazer o tempero. Cheguei em casa e as crianças pensaram que tomariam limonada. Eu disse, ‘não’, só quando baixar o preço. Então beberam laranjada sem perder o humor”, disse a dona de casa, Maria Fernanda Gusmão, de São Paulo, capital. Ela fez compra no supermercado Pão de Açúcar, da avenida Ibirapuera, e pagou R$ 2,39 pelo quilo da laranja pera. 

Em Caxambu/MG, o preço dos respectivos produtos nos dois maiores supermercados está mais barato, mas o limão também está longe do ideal. Ambos no Centro da cidade, o Carrossel vende o limão a R$ 4,69, o quilo; e a laranja pera sai por R$ 1,39. Já o concorrente, Eldorado, vende os mesmos produtos a R$ 3,99, o quilo; e R$ 1,07, respectivamente.

Segundo o economista Luiz Carlos Ewald, as diferenças - mesmo quando parecem pequenas - são brutais. “É preciso agir comedidamente. O consumidor é quem impõe a regra no mercado. O consumidor é responsável pelo giro econômico, e tem que fazer pesquisa. Quando o preço de determinado produto estiver muito alto, compre menos – se for realmente indispensável – ou nem compre”, disse.

Cabe aos consumidores enxugar essa economia, dita molhada, encharcada pelas eleições, ou vale contar com a sorte e esperar que o governo tome as providências. "Com a proximidade do Natal, é possível que o governo dê uma segurada nos preços porque o dinheiro do brasileiro não será só para comprar alimentos. E com o dólar em queda, a importação de produtos para a ceia, como o bacalhau, será importante para a ciranda econômica”, acrescenta Ewald. "O comércio fica alimentado pelas importações, os preços ficam mais baratos, e isso segura os produtos brasileiros, principalmente, as frutas", finaliza.