Carlos Frederico Abreu
Algo que chama a atenção de qualquer pessoa que viaja ao Japão é a forma como você é atendido. Existe um evidente preparo, um ritual que deve ser travado entre vendedor e comprador, que, se não for entendido, ao menos será apreciado.
Por parte do vendedor, há uma atitude de gratidão por você estar demonstrando interesse em adquirir o que quer que seja - quem quer que você seja, ou qualquer que seja o valor do produto.
Não importando se você está num grande shopping, num mercado ou numa banca de obentos na estação de trem, a forma que você será tratado é tão atenciosa e respeitosa que se torna uma experiência arrebatadora e você se sente muito, mas muito bem, e portanto tentado a voltar a comprar mais vezes.
Eu sei que é bastante profissional e aquele tratamento é o esperado, desde as mesuras e cumprimentos. E eles agradecem, agradecem e agradecem, e, enquanto você não retribuir o agradecimento (ou ir embora) parecem ter entrado em um loop sem fim.
Não são apenas solícitos, mas interessados em te ATENDER, assim em maiúsculo mesmo, como eu disse, independente de quem você é, ou se o que você estiver comprando seja um carro ou uma maçã.
Impossível não ficar tocado por esta atenção toda.
Mesmo sendo um sujeito como eu, que não acredita em sorriso de aeromoça (a frase não é minha, mas do Marcelo Paiva), inevitável não lembrar a contragosto que, no Brasil, você muitas vezes se sente como se o vendedor estivesse fazendo um favor em aceitar seu dinheiro.