segunda-feira, 7 de março de 2011

BRANCA DE NEVE E OS SETE IRMÃOS

Por Esther Lucio Bittencourt

Segunda-feira de carnaval. Os dias são de chuva fina e constante, a chuva parideira. A que faz crescer plantas e apronta o milho para a colheita. Faz frio aqui em Caxambu (MG). Nada melhor do que ver filmes. E o escolhido foi Branca de Neve e Os Sete Anões, de Walt Disney. De repente, no meio do filme, percebo a imensa semelhança que existe entre ele e um outro: o famoso Sete Noivas para Sete Irmãos.

Os anões não gostavam de tomar banho. Literalmente mergulhavam na mesa e pegavam comida com as mãos. Os sete irmãos fizeram o mesmo quando Jane Powel, a esposa laçada pelo irmão mais velho, serviu o jantar para a família.

Ela obrigou-os a tomar banho, assim como Branca de Neve; e ninguém me tira da cabeça que o Russ Tamblin era o dunga da história: filhos caçulas, os dois, Russ tem os mesmos trejeitos e carências do Dunga. E durante o filme mais semelhanças com outros fui encontrando, e não me supreendi quando Slavoj Zizek em seu livro Lacrimae Rerum compara uma cena de Hitchcock no filme Um corpo que Cai ao momento em que a rainha usa o espelho como oráculo.

Como se vê, Branca de Neve e Os Sete Anões influenciou a filmografia do mundo.

É carnaval nas grandes metrópoles. O samba pede passagem e aqui em Caxambu, cidade do Sul de Minas, onde a chuva deixa o solo encharcado preparando para a seca dos dias de inverno, as chuvas de março que fecham o verão, acompanhadas de um vento frio que parece vir do pólo sul não trás o som de um repique de um tambor, do chorar de uma cuíca e de vozes cantando. Que bom, cada um curte o carnaval a seu jeito. Mas bem que me lembro, de nos bailes do carnaval de antanho, como abundavam fantasias da Branca de Neve e da Rainha má.