Por Dade Amorim
Imagem da Internet sem menção de autor.
Saber não ocupa espaço, é uma riqueza sem preço e tem sido a causa primeira de todas as conquistas da humanidade. Individualmente, costuma ser um separador de águas, um fator de status para quem o detém. Mas só rende todo seu potencial quando serve ao bem-estar, à paz e a alguns outros bens assim infungíveis.
A ciência, a filosofia e qualquer outro ramo de saber demoram anos e décadas para conseguir avançar em suas conquistas. Nem sempre se percebe de início o lado útil e pragmático de uma descoberta. Um pesquisador e um estudioso têm que ser antes de tudo pessoas de uma paciência e persistência acima da média. Há dados intermediários, dos quais dependem outros e outros. Há dados enganosos, que fazem perder tempo ou invalidam conquistas anteriores. A vocação da pesquisa é árdua e exige dedicação integral.
Mas em qualquer disciplina, o saber ético visa sempre servir e mudar a vida na terra para melhor. Se não for assim, é um saber que vira a cara à realidade. Pode produzir apostilas, ensaios, monografias, livros e artigos em publicações especializadas. Até anais de congressos e seminários. Se ninguém no entanto precisar desses dados para melhor compreender alguma coisa que tenha cheiro de gente e seus correlatos, eles serão certamente consumidos pelo fogo frio da inutilidade que arde em milhares de estantes, bibliotecas e depósitos de papel esquecidos pelo mundo.
No pior dos casos, algumas teorias, em si mesmas neutras, são postas a serviço de ideologias destruidoras e mesquinhas, como as que pregam a suposta superioridade genética de certas “raças” humanas. Ou aquelas que buscam somente fazer crescer o lucro desmesurado de alguns, enquanto a grande maioria – muitas vezes incluindo os sábios, o meio ambiente e as condições da própria vida – ficam do lado dos que eles gostam de chamar de perdedores.